sexta-feira, 23 de julho de 2010

Condomínios adotam coleta seletiva de lixo


Lançado há um ano pela Secretaria do Ambiente, o projeto Coleta Seletiva Solidária, que visa à capacitação de pessoas e ao planejamento participativo da coleta seletiva municipal e que atua, até agora, em quatro linhas de ação – gestores públicos municipais, escolas estaduais, catadores e órgãos públicos estaduais –, ganha, no próximo mês, a adesão de condomínios.

A informação foi prestada, na manhã desta sexta-feira, por Lourdes Guimarães, assessora técnica da Superintendência de Educação Ambiental, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), na abertura do segundo dia do Congresso Estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), no Centro Cultural da Ação e Cidadania (CCAC), na Zona Portuária do Rio.

- Serão 1,2 mil associações de condomínios ligadas à Associação Brasileira de Administradores de Imóveis (Abadi) e cada associação destas tem, em média, 800 prédios filiados.

Técnicos da Secretaria e do Inea vão capacitar e conscientizar síndicos e empregados de condomínios para realizar no próprio prédio a coleta seletiva do lixo – afirmou Lourdes, responsável pela coordenação dessa nova ação.

Pelo projeto, o material reciclável do lixo doméstico será encaminhado para as cooperativas do entorno e o restante recolhido pelas empresas de coleta pública. O programa é coordenado pela gerente de Educação Ambiental do Inea, Pólita Gonçalves.

O público-alvo são secretários de meio ambiente e de órgãos envolvidos com a gestão de resíduos do município, representantes dos órgãos públicos estaduais e federais, gestores escolares, associações de moradores, cooperativas de catadores, agentes de saúde, organizações da sociedade civil, fabricantes implicados na Lei 3.369 e conselhos municipais de meio ambiente.

Iniciado em outubro de 2009, o projeto até julho deste ano já atendeu 20 municípios, realizou 40 oficinas e contou com a participação de 1.220 pessoas. Dos 20 municípios, seis já implantaram coleta seletiva de lixo (Teresópolis, Petrópolis, Carmo, Duque de Caixas, Miguel Pereira e Mendes) e três (Angra dos Reis, Laje de Muriaé e Queimados) estão em fase de implantação. Duzentas e setenta e nove escolas estaduais foram atendidas indiretamente e 16 diretamente em visitas individuais dos técnicos do Inea.

- O objetivo do projeto é, num primeiro momento, reduzir em 40% a quantidade de lixo despejado nos vazadouros – frisou a assessora do Inea.

Na terça-feira, a secretária do Ambiente, Marilene Ramos, vai lançar o Pacto pela Reciclagem, uma parceria com o MNCR e a Prefeitura do Rio. A medida visa ao fortalecimento da cadeia produtiva da reciclagem no estado através do incentivo à coleta seletiva, a fim de aumentar o volume de material para reciclagem.

Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), menos de 3% do lixo urbano brasileiro vai para a reciclagem.

Dentro do pacto pela reciclagem, a Secretaria do Ambiente se compromete a construir os galpões, com a Comlurb, para a triagem e a coleta seletiva. A secretária participou ontem da abertura do congresso do MNCR, que termina no domingo.

Nesta sexta-feira, o superintendente de Qualidade Ambiental da Secretaria do Ambiente, Jorge Pinheiro, apresentou o painel Soluções Sustentáveis para a Questão do Lixo no estado.

– A Secretaria do Ambiente desenvolve uma política nessa área apoiada em três eixos de ações: a erradicação dos lixões, com a implantação de aterros sanitários controlados, a articulação de um plano estadual de gestão de resíduos e o programa Recicla Rio para reaproveitamento desses materiais, evitando o esgotamento da vida útil dos aterros. Com isso, a gente espera fechar o ciclo dos resíduos – detalhou o superintendente.

Com o fim dos lixões, os catadores de materiais recicláveis serão aproveitados em cooperativas que integram a gestão municipal de coleta seletiva de resíduos, segundo Pinheiro. Para Valéria Pereira Bastos, da comissão técnica do MNCR, a categoria precisa se organizar para a nova realidade.

– Este congresso propõe-se a apresentar, mais uma vez, a situação do catador e sua proposta de estabelecimento de políticas públicas que assegurem à categoria o pleno exercício da profissão, considerada importante agente econômico e ambiental da sociedade.

Representantes da União, do Estado e do município estão concentrando esforços no sentido de alavancar propostas de organização da categoria no estado, onde a dificuldade de reunir esses profissionais é grande – conceituou Valéria Bastos.

Fonte: Imprensa RJ