quinta-feira, 31 de março de 2011
Secretaria do Ambiente lança mapa sobre vulnerabilidade climática
Cinco municípios figuram no topo de lista de casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Campos dos Goytacazes, Angra dos Reis). Por sua vez, três (Rio de Janeiro, Paraty e Angra dos Reis) destacam-se por elevado índice de vulnerabilidade ambiental.
Esses dados fazem parte da pesquisa Mapa de Vulnerabilidade da População do Estado do Rio de Janeiro aos Impactos das Mudanças Climáticas nas Áreas Social, Saúde e Ambiental realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e apresentada hoje (24/03) em seminário na sede da Secretaria de Estado do Ambiente, na Saúde (região central do Rio).
O documento sintetiza aspectos ambientais, sociais e de saúde humana sensíveis à variabilidade climática, associados a cenários futuros de mudança global do clima, considerando os dados climáticos de 1960-1990 e os projetados para o período 2010-2040.
Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, o mapeamento encomendado à Fiocruz permite uma visão abrangente e multissetorial das vulnerabilidades municipais, sendo útil para a orientação de políticas estaduais e municipais.
“Antes, conversar com um prefeito ou vereador sobre mudança climática era difícil, afinal no Brasil não temos geleiras. Agora, com este documento, é possível entender que as alterações climáticas podem gerar inundações e agravar o número de casos de dengue. Isso é palpável. Trouxemos o debate para a terra”, disse Minc.
De acordo com o secretário, os municípios receberão a pesquisa, que deve ser incorporada aos planos diretores de suas cidades, visando à adaptação municipal aos impactos da mudança do clima.
A pesquisadora e coordenadora geral do projeto, Martha Macedo de Lima Barata, citou a Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei no 12.187, de 29/12/2009), que define vulnerabilidade como o grau de suscetibilidade e incapacidade de um sistema de lidar com os efeitos adversos da mudança do clima, em função de sua sensibilidade, capacidade de adaptação e taxa de mudança e variação de clima a que está exposto.
Segundo ela, foram adotados quatro índices para mensurar as condições de vulnerabilidade de cada município: saúde; social da família; ambiental; e cenários climáticos. Por fim, é feita uma análise geral.
No aspecto saúde, por exemplo, foram selecionadas, para compor o índice de avaliação, quatro doenças presentes de forma endêmico-epidêmica no estado: dengue, leptospirose, leishmaniose tegumentar americana (LTA) e diarréia em menores de 5 anos de idade, que apresentam formas de transmissão e persistência relacionadas com o clima ou podem se dispersar espacialmente devido a processos migratórios desencadeados por fenômenos climáticos.
O Índice de Vulnerabilidade Ambiental inclui características de sistemas biofísicos vulneráveis aos efeitos do clima, bem como uma série histórica de eventos meteorológicos extremos, conforme registro da Defesa Civil.
A pesquisa Mapa de Vulnerabilidade da População do Estado do Rio de Janeiro aos Impactos das Mudanças Climáticas nas Áreas Social, Saúde e Ambiental pode ser acessada no site da SEA
(http://www.semadur.rj.gov.br/pdf_2010/Relatorio%204%20Fiocruz%20240211.pdf?).Petrópolis ganha um novo Secretário de Meio Ambiente
CPI das chuvas de Petrópolis vai à Alerj na quinta
quarta-feira, 30 de março de 2011
DEPUTADO DIZ QUE VAI VISTORIAR DESPEJO DE TERRA E LAMA ÀS MARGENS DO RIO PIABANHA
Palestra com secretário de Planejamento de Blumenau: Todos os segmentos da comunidade devem debater o Plano Diretor
terça-feira, 29 de março de 2011
Dilma quer punir administrador público que permitir ocupação em área de risco
A presidente Dilma Rousseff afirmou que irá propor mudanças no Estatuto das Cidades para punir administradores públicos que permitirem ocupação irregular do solo. O objetivo, segundo Dilma, é evitar desastres envolvendo populações que vivem em áreas de risco.
- As tragédias ocorrem em boa parte dos casos pela ocupação de áreas de risco. Administradores públicos que permitam ocupação irregular serão responsabilizados - afirmou.
A presidente informou também que espera resultados concretos já para o segundo semestre deste ano sobre o Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais que está em elaboração pelo Ministério de Ciência e Tecnologia junto com as Forças Armadas e a Defesa Civil.
Segundo Dilma, os pontos de risco de todo o país estão sendo mapeados pela Universidade Federal de Santa Catarina para orientar as políticas de prevenção.
Fonte: Agência Brasil
terça-feira, 22 de março de 2011
Projeto do Instituto Estadual do Ambiente (Inea)
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro: Projeto do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) que prevê a liberação de R$ 12,49 milhões para serem aplicados a fundo perdido no controle de cheias e recuperação ambiental foi publicado hoje (7), no Diário Oficial do Estado. O dinheiro será usado nos municípios de Petrópolis, Nova Friburgo, Areal,Teresópolis, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto e Sumidouro, na região serrana fluminense.
A liberação de parte destes recursos para o município de Petrópolis, por exemplo, possibilitará o trabalho de dragagem do Rio Santo Antônio, em Itaipava, além da recuperação ambiental de toda a região afetada pelas chuvas do dia 12 de janeiro.
O projeto do Inea foi aprovado pela Secretaria de Estado do Ambiente, por meio do Conselho Superior do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam).
Edição: Aécio Amado
Inea homenageia equipes de emergência que atuaram na tragédia da Serra
As equipes de emergência e voluntários da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) e Instituto Estadual do Ambiente (Inea) foram homenageadas nesta quinta-feira (03) pelo trabalho realizado após a tragédia de janeiro em Petrópolis, Teresópolis e Friburgo. A solenidade, que lotou o auditório da SEA/Inea, no Centro do Rio, contou com a presença de familiares do funcionário do Inea Marco Antonio Verly, vítima de um deslizamento de terra durante ações de resgate em Friburgo na madrugada do dia 12.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e o diretor de Biodiversidade do Inea, André Ilha, fizeram a entrega de uma placa de homenagem à esposa de Verly, Isolina, que estava acompanhada do filho do casal, Leonardo. Minc afirmou que Verly, funcionário do Parque Estadual dos Três Picos, representa de forma superlativa a ação das equipes de emergência que atuaram na tragédia da Região Serrana. "Ele entregou sua própria vida, seu bem mais precioso, salvando outras vidas, e por isso será sempre lembrado como um símbolo da nossa missão maior, que é a defesa de todas as formas de vida", disse o secretário.
Minc destacou que o trabalho dos órgãos ambientais durante a tragédia contribuiu para salvar muitas vidas, como foi o caso das 45 famílias retiradas de áreas de risco em Friburgo graças ao alerta expedido pelo Inea. Além disso, as ações de prevenção executadas pelo instituto, como o Projeto Iguaçu, que promove o desassoreamento e urbanização dos rios Iguaçu, Sarapuí e Botas – incluindo a relocação de cerca de 2 mil famílias – também é importante para prevenir fatalidades causadas pela chuva.
A presidente do Inea, Marilene Ramos, emocionou-se ao reencontrar guarda-parques e funcionários com os quais teve contato durante as vistorias feitas nos três municípios atingidos pela tragédia, que deixou mais de 900 mortos e milhares de desabrigados. Ela ressaltou que a presença do instituto nas ações de emergência foi mencionada pelos prefeitos dos três municípios, pelo governador Sérgio Cabral e pelo vice, Luiz Fernando Pezão.
"O Inea é uma instituição presente nos momentos difíceis: a chuva forte, a estiagem que provoca incêndios, os acidentes ambientais. Nessa tragédia, porém, houve um esforço a mais de funcionários que, cada qual em sua própria área de ação, procuraram dar sua contribuição, enfrentando condições precárias, falta de sono e sem descanso até nos finais de semana. A resposta do Inea a esta tragédia, que mobilizou todo o país, nos enche de orgulho", disse Marilene.
A ação da SEA e do Inea mobilizou mais de 200 máquinas, veículos e equipamentos diversos, 78 guarda-parques e dezenas de funcionários de unidades de conservação, superintendências e da sede, muitos dos quais voluntários. As ações incluíram busca e resgate de vítimas, desobstrução de vias, desassoreamento, atendimento social e psicológico aos desabrigados, resgate de animais e vistorias em locais de risco, além da coleta de donativos. O Inea também criou uma força-tarefa para dar apoio aos programas de recuperação econômica dos municípios.
Presente à solenidade, o secretário de Trabalho e Ação Social de Petrópolis, Luiz Eduardo Peixoto, relembrou a ação dos funcionários da Reserva Biológica de Araras, os primeiros a chegar ao Vale do Cuiabá, totalmente isolado.
"Além de estar sempre presentes nos momentos de crise, o Inea também contribui para o diálogo junto à comunidade que a Prefeitura promove para tomar as medidas necessárias para evitar novas tragédias, participando de reuniões e audiências públicas", afirmou.
Participaram da solenidade a vice-presidente do Inea, Denise Rambaldi, o subsecretário estadual do Ambiente, Luiz Firmino e os diretores de Gestão das Águas e do Território, Rosa Formiga, e de Recuperação Ambiental, Luiz Manoel de Figueiredo Jordão.
Notícias Inea
- Os dados do Inmet não servem para definir se esta foi ou não a maior chuva que já atingiu a região - disse ela. - Não posso afirmar que foi a chuva mais forte, mas posso dizer que ela foi muito mais intensa do que o Inmet registrou, e certamente foi uma das mais fortes da história.
( Inea: Quantidade de chuva que atingiu a Região Serrana tem probabilidade de acontecer a cada 350 anos )
Segundo Marilene, o Inmet não levou em conta o fato de o temporal ter desabado na noite do dia 11 e madrugada do dia 12, fornecendo indicadores para cada dia separadamente. Isso significa que a chuva registrada até a meia-noite do dia 11 não foi somada à que caiu no dia 12, distorcendo a avaliação. De acordo com o Inea, as cinco estações do órgão em Friburgo, em funcionamento desde 2008, acusaram precipitação superior a 230mm, contra os 182,8mm informados pelo Inmet para Friburgo. Embora o Inea não tenha estações em Teresópolis, a presidente do órgão também afirmou que a chuva na cidade foi bem superior aos 124,6mm divulgados pelo Inmet.
Ainda segundo Marilene, uma análise estatística do temporal indicou que ele é um fenômeno com um período de recorrência estimado em 350 anos.
Defesa Civil anuncia entrega de 1,5 mil relatórios do Cuiabá
A Coordenadoria de Defesa Civil do município (Comdec) iniciará a entrega dos 1.569 Relatórios de Ocorrência (R.O.) referentes a solicitações de vistoria promovidas por moradores das localidades atingidas pelas chuvas de janeiro em Itaipava. Os documentos estarão à disposição dos moradores a partir da próxima quarta-feira, das 9h às 17h, no Centro de Cidadania Jorge Lauretti, em Itaipava. O solicitante deverá apresentar um documento de identidade ou procuração legal em nome do próprio para efetuar a retirada do laudo.
Técnicos da Defesa Civil e demais órgãos responsáveis pelos trabalhos de análise estrutural tiveram que reavaliar 1.122 imóveis para que os relatórios pudessem ser expedidos em definitivo. Devido ao fato de que muitos imóveis passaram por avaliações de caráter emergencial e que, por conta da inacessibilidade a diversas edificações e a invisibilidade parcial de determinados locais que acumulavam grande quantidade de lama ou detrito logo após as ocorrências, não existia possibilidade de localizar e avaliar deformações ou rupturas estruturais em face da situação que muitas edificações se encontravam nos primeiros momentos após a tragédia.
“Devido ao caráter emergencial da situação que encontramos tão logo acessamos as localidades após as chuvas, realizamos um serviço de prevenção e muitas casas foram interditadas com o intuito de manter a segurança das famílias que nelas moravam. Mas, com a normalização das áreas e a limpeza realizada pelas equipes da Prefeitura, voltamos a campo e realizamos esse processo de reavaliação de 1.122 edificações atingidas. Agora cada morador terá em mãos um documento que irá demonstrar a real situação do imóvel e com base nesse laudo todos poderão ter um melhor entendimento de como proceder em relação às suas propriedades”, disse o coordenador da Defesa Civil, coronel Carlos Francisco de Paula.
Os trabalhos de campo para a confecção dos Relatórios de Ocorrência foram iniciados e realizados por uma equipe de 19 técnicos, de 14 de janeiro a 16 de fevereiro deste ano. Os números dos R.O.’s que receberam a reavaliação serão mantidos, mas terão uma observação assinalada no corpo do texto do documento. Técnicos das secretarias de Obras (SOB), Planejamento e Urbanismo (SPU/Nufic), Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac), Meio Ambiente (SMADS) e Habitação (Sehab) também fizeram parte do grupo de avaliação que atuou em Itaipava.
O cancelamento das festividades do Carnaval neste ano em Petrópolis teve como objetivo principal reverter os recursos que seriam empregados na montagem de toda infraestrutura (cerca de R$ 1 milhão) para a compra de terrenos que serão utilizados na construção de edificações populares, que serão entregues às vítimas das chuvas e que hoje recebem R$ 500 do programa de aluguel social.