quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Comissão da Alerj entra com ação contra Ampla

15/01/2014 - 17:42


RIO — Após receber reclamações de consumidores sobre o serviço oferecido pela Ampla, a Comissão de Defesa do Consumidor (Codecon) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) entrou nesta quarta-feira com uma ação contra a concessionária na 1ª Vara Empresarial da capital, para que a empresa ofereça serviços de energia elétrica “de maneira contínua, adequada e eficiente”. Caso a concessionária não cumpra com o proposto, deverá pagar uma multa diária de R$ 20 mil.


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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Governo do Rio mapeou áreas de risco da região serrana



Foto: Alexandre Carius
O subsecretário extraordinário da região serrana, da Secretaria de Estado de Obras, José Beraldo, disse à Agência Brasil que o governo fez um mapeamento completo de risco que serve de base ao trabalho desenvolvido no local. O programa incluiu a instalação das sirenes, ações de prevenções da Defesa Civil, como as obras de contenção e de canalização de rios.

O subsecretário destacou que as ações dos governos federal, estadual e municipal, têm alcançado níveis de investimentos que favorecem a prevenção nas localidades que costumam ser atingidas em épocas de chuva. "Estou há 32 anos no serviço público e nunca tive oportunidade de ver uma quantidade de investimentos como os que foram feitos ao longo dos últimos três anos”.

José Beraldo ressaltou que os investimentos já executados e os que estão em andamento somam mais de R$ 2 bilhões, em obras de canalização, de contenção e de recuperação de encostas; recuperação de rodovias; e a construção de unidades habitacionais, tanto no Programa Minha Casa, Minha Vida como com recursos do estado. “É amplo o trabalho de recuperação da região serrana. Sem dúvida, isso tudo minimizou o risco da região, mas o risco que existe hoje é fruto de décadas de ocupações irregulares”, disse.

Em Petrópolis, um dos municípios mais atingidos por desastres causados por enchentes, a prefeitura fez parcerias com órgãos japoneses e americanos para atuar preventivamente. "O convênio com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) visa o fortalecimento da cultura de prevenção em Petrópolis e o compartilhamento de experiências e tecnologias de monitoramento, prevenção e alerta”. Ele acrescentou que a Agência de Assistência a Desastre do Exterior dos Estados Unidos da América deu cursos sobre planejamento e gestão de riscos para os agentes da Defesa Civil.

Em 2013 foram instalados, no município, 39 pluviômetros que funcionarão com 26 que já estavam em operação. Segundo a prefeitura, os equipamentos permitem que a Defesa Civil saiba, em tempo real, o local e a intensidade das chuvas.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Ehrlich, defende, no entanto, a necessidade de um planejamento urbano. "O melhor para evitar isso é fazer o mapeamento das áreas de risco e fazer um planejamento de expansão da cidade. Isso seria uma prevenção. As cidades brasileiras sempre cresceram de forma espontânea e isso se vê muito nas cidades da serra fluminense, onde elas se expandem para as montanhas. Toda a encosta é problemática, mas tem as de maior ou menor risco", disse.

Para ele, o planejamento urbano poderia gerar resultados positivos também nos casos de intervenção de encostas. "Tem certas áreas em que mesmo que ocorram investimentos, não termina com os riscos. Então, tem que deslocar a população e para isso pode usar o Programa Minha Casa, Minha Vida”.

*Com informações da Agência Brasil

Cuiabá: 3 anos à espera de soluções


Madrugada de 12 de janeiro de 2011. Os moradores do Vale do Cuiabá, Madame Machado e região são acordados com o barulho do rio, troncos de árvores, pedras, lama e destroços levados pelo rio que lavou toda região.
A tragédia causou a morte de 91 pessoas e deixando milhares de desabrigadas. Três anos depois, a sensação dos moradores do Vale do Cuiabá, principal área atingida, é que nada foi feito e que os milhões investidos, principalmente na dragagem e obras na margem dos rios, não trouxeram a solução esperada, que é a construção de casas para quem perdeu tudo. 
O presidente da Associação de Moradores do Vale do Cuiabá, José Quintela disse que os avanços foram poucos e muitas obras iniciadas foram paralisadas, como a dragagem do rio, que deveria ser retomada no dia 6 de janeiro e a construção de três pontes no Buraco do Sapo. “Das três pontes, apenas duas foram licitadas somente agora e a terceira, não será feita por enquanto, pois o governo passado, segundo informações passada, deixou de colocar na lista”, comentou. 
O posto de saúde que funcionou por mais de um ano num contêiner, agora voltou para o local antigo, embaixo de uma escola. José Quitela lembra que o governo passado desapropriou o terreno para construção do novo posto que seria feito com a mesma estrutura da UPA. Passado três, apesar das cobranças o prédio não foi construído pelo governo passado e a administração municipal atual busca os recursos para realizar a obra. 
Por diversas vezes, o presidente da Comissão de Saúde da Câmara e também da Comissão Especial de Acompanhamento do Vale do Cuiabá, vereador Silmar Fortes denunciou o problema do posto, frisando que os recursos estavam disponíveis e o governo passado não utilizou. Relatório apresentado no final do ano passado pela Comissão de Acompanhamento constatou que Poder Público precisa dar respostas claras e concretas às demandas urgentes da população como, habitação, pontes, reflorestamento, obras de infraestrutura, construção da Unidade de PSF e Sistema de Alerta e Alarme. A comissão constatou ainda a dificuldade de integração entre os vários órgãos e instituições que estão atuando no Vale do Cuiabá e região. 
A atual gestão municipal procurou ao longo de 2013 atender as principais reivindicações dos moradores, que em reunião com o prefeito Rubens Bomtempo afirmaram que foram abandonados pela Prefeitura. Foi realizado um grande mutirão de limpeza no Vale do Cuiabá, mais de 100 trabalhadores, máquinas e caminhões que trabalharam na construção de guarda-corpos em pontes, desobstrução de redes de águas pluviais e na substituição de todas as lâmpadas que queimadas da região, devolvendo iluminação e segurança à comunidade. 
Como os recursos para o asfaltamento da localidade foram cancelados pelo Ministério das Cidades, o atual governo assumiu a obra no valor de R$1,6 milhão. O atual governo também retomou a construção das 13 casas no Quilombo da Tapera, no Vale da Boa Esperança, para as famílias descendentes de escravos da antiga Fazenda Santo Antônio.

A água e a lama espalharam morte e destruição na tragédia de 2011. / Foto: Alexandre Carius
Moradores aguardam construção das casas
Após a tragédia em 12 de janeiro de 2011, os moradores do Vale do Cuiabá que perderam suas casas, cobram até hoje a construção das casas populares prometidas pelo Governo do Estado. Das mais de 900 casas necessárias para atender a população, apenas 50 foram construídas e entregues através da iniciativas de empresários. Outras 25, construídas pelo Governo do Estado, aguardam a conclusão de infraestrutura para serem entregues a população e o restante, não tem ainda perspectiva de quando vão receber as casas. 
Os terremos desapropriados pelo Estado serão entregues a Prefeitura para que possam construir as casas, conforme projeto elaborado pelo governo municipal. O problema, segundo José Quintela é que até o momento a informação é que o Estado ainda não repassou os terrenos para Prefeitura. Por causa deste e outros problemas, como a relação complicada com o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), gerou diversas manifestações e cobranças. 
Uma comissão de moradores de Cuiabá em 2012 pediu ajuda ao então bispo de Petrópolis, Dom Filippo Santoro, hoje arcebispo de Taranto, na Itália. Ele realizou três audiências públicas, se reuniu com diversas autoridades do Estado e com a Prefeitura, quando cobrou agilidade no atendimento as vítimas. Como resultado destes encontros, foi criado a Frente Pró-Petrópolis (FPP), que aceitou o desafio de acompanhar as obras no Vale do Cuiabá e cobrar do poder público um projeto de planejamento para cidade, com objetivo de retirar as famílias das áreas de risco. 
Por causa da cobrança da população, a Câmara Municipal, na legislatura passada instalou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Chuvas, presidida pelo ex-vereador João Tobias, que ao final apontou diversas determinações a serem cumpridas pelo Poder Público. Com objetivo de acompanhar a aplicação dos recursos e cumprimento das determinações da CPI foram criadas duas comissões especiais, uma presidida pelo ex-vereador Wagner Silva e outra pelo vereador Silmar Fortes. 
Para atender as vítimas e realizar as obras, a Prefeitura em 2012 recebeu R$ 7 milhões em verbas emergenciais liberados pela União. De acordo com informações na época, os recursos foram usados na recuperação dos acessos e limpeza das áreas atingidas. Ao todo foram investidos R$ 5.910.157,72 em contratação de máquinas, veículos e equipamentos para desobstrução de vias, limpeza de servidões, calçamento, drenagem, remoção de entulho. Aquisição de material permanente como radiotransmissores. 
Ações para assistência as vítimas exigiram um investimento de mais de R$ 900 mil, sendo R$ 813.743,30 para a compra de materiais de Consumo, como alimentação abrigos e voluntários; gás; materiais radiocomunicadores; madeira; calhas; manilhas; brita; pedra marroada; lonas plástica e R$ 118.889,98 com a contratação de equipes de assistentes sociais e psicólogos que atenderam as vítimas  após a tragédia. A Prefeitura na época informou ainda que do montante recebido, R$ 6.999.822,00 forma gastos e R$ 178,00 devolvidos à União. Os recursos provenientes das doações, que totalizaram R$ 1.872.598,24, ainda segundo a Prefeitura foram usados em benefício dos moradores das áreas afetadas. No entanto, a atual administração municipal, apresentou relatório onde denunciou o uso irregular destes recursos.
Rogério Tosta
Redação Tribuna 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Constante falta de luz castiga Região Serrana


Publicado:
Para o morador Leonardo Strzygowsky, “Itaipava cresceu, e a rede da Ampla não acompanhou”
Foto: Leo Martins / O Globo
Para o morador Leonardo Strzygowsky, “Itaipava cresceu, e a rede da Ampla não acompanhou” Leo Martins / O Globo
RIO - Há três anos, Helena Villela recebeu de presente de Natal de sua filha pré-adolescente um caderno destinado a suas reclamações diárias à concessionária Ampla em relação à falta de luz em Itaipava, distrito de Petrópolis. Na capa, a menina desenhou uma lâmpada e, no interior, em cada uma das páginas, demarcou campos para a mãe registrar o número de protocolo, a data da ligação para a empresa, o motivo da reclamação e a resposta recebida. O caderno de 98 folhas já foi inteiramente preenchido. O problema enfrentado por moradores de Itaipava, Araras, Pedro do Rio, Nogueira e Secretário ganha luz nas redes sociais: basta o tempo fechar na Região Serrana para começar uma chuva de postagens com queixas da falta de energia. Depois da eletricidade, cai o sinal de telefone fixo e celular, assim como a internet, e, para finalizar, acaba a água, já que as bombas não funcionam. Alguns empresários já travam batalhas judiciais com a Ampla, concessionária responsável pelo fornecimento na área, enquanto moradores reclamam da falta de efeito das queixas enviadas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
— Minha filha, que já nasceu aqui, começa a tirar tudo da tomada assim que ouve um raio, num impulso. Quando era bem pequena, fez isso na casa de meu pai, em Copacabana. Tive que explicar para ela que não era necessário — conta.
Ela se mudou há 15 anos do Rio para o Vale de Bonsucesso. Nas 12 ruas da área próxima à BR-040 (Rio-Petrópolis) estão distribuídas 110 casas. Destas, 23 já têm gerador capaz de abastecer toda a residência em caso de falta de luz. E os proprietários garantem: foi o melhor investimento que fizeram. Helena explica ainda que as antenas das empresas de celular e o equipamentos da Embratel de telefonia fixa têm baterias com autonomia de cerca de quatro horas. Após esse período, se a energia não volta, as comunicações são interrompidas.
— Um problema da região de Itaipava é que a fiação de alta tensão é toda desencapada. Basta o balançar de um galho fazer um fio encostar em outro para provocar um curto e toda a energia cair. Não precisa chover nem ventar para ficarmos às escuras. O problema é diário — relata Helena.
Este ano, R$ 50 milhões
Superintendente de Manutenção e Obras da Ampla, Fabio Fonseca afirma que o tronco principal de fornecimento já é semi-isolado e que o restante da rede passará por esse processo ao longo de 2014. Estão previstos investimentos de R$ 50 milhões na região.
Há ainda a dificuldade de se comunicar com a Ampla. Na semana do réveillon, quando a localidade de Secretário, muito procurada por turistas, chegou a ficar por 92 horas ininterruptas sem energia, moradores ficaram até 40 minutos ao telefone aguardando o atendimento do SAC.
— Com a chuva, uma árvore caiu sobre a fiação, e eles levaram três dias para mandar alguém consertar. O fio caiu dentro do terreno do meu filho, oferecendo risco aos meus netos. Menos de 24 horas depois do conserto, a energia caiu de novo. Ao todo, foram cinco dias às escuras — relata Ieda Marchiori Paixão, que perdeu todas as insulinas que armazenava na geladeira.
Já Mario Augusto Furtado, dono de uma padaria, perdeu todos os produtos que precisavam de refrigeração. Em todo o período sem energia, Luiz Henrique Roque Ferreira, morador da região, acumulou 14 números de protocolo:
— É muito raro vir alguém da Ampla fazer poda das árvores, que, quando caem, não são retiradas. Dessa vez, foram os próprios moradores que cortaram e retiraram a planta da fiação, e os restos continuam lá.
Nem mesmo a Estrada União e Indústria, via que corta todo o distrito, escapa dos apagões. Leonardo Strzygowski conta que o bistrô de sua esposa com frequência recorre às velas para garantir iluminação aos clientes:
— Isso até dá um ar de romantismo ao ambiente. O prejuízo ocorre mesmo na cozinha, onde perdemos alimentos com a falta de refrigeração. Itaipava cresceu, e a rede da Ampla não acompanhou.
Sem posto de atendimento
Leonardo se queixa também do fechamento do posto de atendimento da Ampla que existia em Itaipava. Agora, para conversar pessoalmente com a empresa, só indo ao Centro de Petrópolis.
A Ampla explica que decidiu concentrar o atendimento num único lugar e aumentar o número de atendentes lá. Segundo Fonseca, a aposta é no atendimento por internet e telefone. Para Leonardo, não é o ideal, porque nesses canais ele costuma ser ouvido por funcionários de outro município, que desconhecem a realidade de Petrópolis.
A Aneel afirmou que vem recebendo muitas queixas em relação à demora no atendimento da Ampla e que planeja realizar uma grande fiscalização nos serviços da empresa neste semestre.
O deputado federal Fernando Jordão (PMDB-RJ) entregou ontem pela manhã à Aneel um ofício com pedido de caducidade dos contratos de concessão da Light e da Ampla, por causa das recentes falhas no fornecimento de energia aos 92 municípios do Rio onde atuam. As duas empresas não quiseram comentar o assunto.




















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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Leis ampliam direitos contra corte de energia


Ressarcimento e a inclusão de bens perecíveis danificados nos apagões estão incluídos nos projetos de lei. / Foto: Reprodução













Estão tramitando na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) projetos de lei que ampliam os direitos do consumidor fluminense no caso de interrupção de energia elétrica. Os projetos estão sendo relatados pelo deputado petropolitano Bernardo Rossi (PMDB) e atingem os 6,1 milhões de ligações da Ampla, Light e Energisa Nova Friburgo, empresas que atendem a 16 milhões de pessoas no Estado do Rio. Facilidade no ressarcimento e a inclusão de bens perecíveis danificados nos apagões estão incluídos nos projetos de lei.
Neste fim de semana, Petrópolis, em especial nos distritos, viveu o drama que ser repete a cada verão: longas interrupções no fornecimento de energia que resultaram em mercadorias perdidas em hotéis, pousadas e restaurantes, cancelamento de reservas e hóspedes deixando os estabelecimentos antes do previsto. 
- Em audiência em dezembro na Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj, a Ampla, que é responsável pelo atendimento em 66 municípios, incluindo Petrópolis, se comprometeu a investir R$ 3,5 milhões entre janeiro e março para evitar os apagões e restabelecer a energia nestes casos. Mesmo assim, o período de chuvas e ventos teve início, os apagões já começaram e, com eles, os prejuízos. É preciso resguardar o consumidor neste  ressarcimento, que ele seja facilitado e que inclua mercadorias perdidas durantes os apagões", defende Bernardo Rossi. "É preciso também que doa no bolso da concessionária. Quando o consumidor não paga a conta seu serviço é cortado, então, quando ele é prejudicado na aquisição de energia, que precisa ser ininterrupta, deve ser indenizado", completa.
Os projetos de lei André Ceciliano (PT) e Édino Fonseca (PEN) estão tramitando na Comissão de Constituição e Justiça da Alerj, vice-presidência ocupada por Bernardo Rossi. "Estou relatando os projetos e eles serão uma forma de pressionar melhores serviços por parte das concessionárias facilitando o acesso dos clientes aos direitos em caso de serem lesados por falta de energia", afirma.
A mudança por meio de lei vai obrigar as concessionárias a ressarcirem os consumidores não apenas por aparelhos elétricos e eletrônicos danificados pelas interrupções de energia. Matéria-prima, como alimentos, que pereçam em apagões, também devem ser indenizadas. 
"Em Petrópolis, pousadas, hotéis e restaurantes, sobretudo dos distritos, estão sofrendo já no início deste ano com a interrupção do fornecimento de energia elétrica. Esses danos também precisam ser sanados pelas concessionárias. Em imóveis residenciais os prejuízos também contam, mas o volume de perdas em casos de ligações comerciais onde o empresário estoca produtos para servir a seus clientes impacta na economia da cidade", defende Bernardo Rossi.
O projeto de lei 1919/2013 prevê que a perda de matéria prima será indenizada com a apresentação de notas fiscais de baixa de estoque na data de ocorrência da interrupção. Já a prestação de serviços de energia será ressarcida por um dia de faturamento do estabelecimento. Essa comprovação deve ser feita com apresentação do Imposto de Renda do ano anterior, sendo dividido o valor por 1/365 avos.
Já a facilidade em obter o ressarcimento é a proposta do  projeto de lei 2085/2013. As concessionárias de energia elétrica ficarão obrigadas a  anunciar nas faturas das contas ao consumidor os procedimentos necessários. As empresas também deverão manter empresas credenciadas para fazer o reparo ou a análise do bem danificado em cada município do Estado. A comunicação à empresa poderá ser fei

Mais de 140 imóveis do Vale do Cuiabá recebem cobrança de IPTU por engano


Foto: Reprodução















Pelo menos 140 famílias que tiveram suas casas prejudicadas pelas chuvas de 2011 no Vale do Cuiabá receberam, por engano, a cobrança do IPTU. A prefeitura orienta os moradores a desconsiderarem e devolverem o carnê à Secretaria de Fazenda. 
Segundo o secretário Paulo Roberto Patuléa, o sistema da secretaria está sendo modificado e pode ter acontecido alguma falha técnica durante a migração dos carnês de IPTU desses imóveis. “Mas as famílias não devem se preocupar, pois estão isentas desse pagamento”, disse o secretário.
Todos os contribuintes do município estarão recebendo os carnês de IPTU até o dia 10 de janeiro. Os petropolitanos devem aproveitar os descontos, maiores que 2013, para o pagamento em cota única que chegam a 12%. Quem não receber o carnê do imposto deve procurar imediatamente a secretaria de Fazenda (Rua 16 de Março, nº 183) ou ainda emitir o documento pela internet no site da Prefeitura (www.petropolis.rj.gov.br).
O reajuste do IPTU para este ano levou em consideração a média de dois índices: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 5,99% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), de 8,16%. Em cima dessa média ainda foi possível reduzir o reajuste para 2014 em 3%, alcançando um percentual de 6,86% de aumento.
Mas, de acordo com o secretário de Fazenda, os imóveis lançados em 2013 estão livres desse reajuste, como garante a lei 7131 de 12 de dezembro de 2013. “Proprietários dos imóveis incluídos no ano passado precisam fazer o comparativo e se constatarem que o aumento foi aplicado, devem procurar a secretaria para que a correção seja feita”, destaca Patuléa.
Os descontos de 12% valem para a primeira cota, que vence dia 21 de janeiro. Quem continuar optando pelo pagamento à vista ainda pode se beneficiar com os descontos de 10% com vencimento no dia 17 de fevereiro ou ainda 7% no prazo final de 17 de março.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Internet, TV e telefone terão novos serviços em Petrópolis


Empresa deve se instalar ainda no primeiro semestre deste ano. / Foto: Reprodução














Petropolitanos, que há muito tempo aguardavam os serviços de internet banda larga em casa e também aqueles que sofrem por não contarem com a qualidade na prestação do mesmo, já que o número de reclamações é grande, já podem comemorar. Isto porque a empresa NET Serviços está instalando uma nova rede na cidade e a previsão para o início da operação é no primeiro semestre deste ano. 
Segundo a empresa, todos os serviços serão oferecidos, desde a internet, à TV por assinatura e telefonia.
A NET está construindo uma nova rede na cidade híbrida de fibra óptica e cabos coaxiais com grande capacidade de transmissão de dados e vídeos. Ainda não há uma tabelam com os valores que serão praticados em Petrópolis, mas segundo a empresa, o serviço será oferecido em Etapas. As localidades do Alcobacinha, Alto da Serra, Cascatinha, Humberto Rovigatti, Independência, Itamarati, Castelânea, Valparaíso e Roseiral serão os primeiros a contar com o serviço.
A empresa lança seu portfólio completo, com TV por assinatura em alta definição, além do NET Vírtua, com as ultravelocidades de acesso à internet de até 100 Mega, e mais a opção de telefonia fixa, com o NET Fone via Embratel. Todos os clientes de TV da NET terão ainda acesso ao NOW, um serviço revolucionário que permite assistir ao que quiser, na hora em que desejar.
O plano é de iniciar a operação da NET ainda no primeiro semestre deste ano.
O valor do investimento não foi divulgado.

TV por assinatura em alta definição
A NET foi pioneira em lançar o serviço de TV por assinatura em alta definição no Brasil. A grade de programação oferece os canais campeões de audiência, com a melhor qualidade de imagem e som disponíveis.
NET HD e NET HD Max são as duas opções de transmissão digital em alta definição (HDTV) oferecidas pela empresa. Na versão Max, o produto agrega a capacidade de gravar imagens, personalizando a experiência de assistir TV.

Banda larga
NET Vírtua é a internet banda larga em altíssima velocidade da NET e líder no mercado residencial no Brasil. O acesso é feito por meio de uma rede de fibra óptica e cabos coaxiais, planejada e construída com a mais avançada tecnologia.
O modem é cedido em comodato e o serviço já vem com provedor de acesso gratuito, pronto para navegar na internet. O assinante também fica despreocupado quanto ao sistema operacional de seu computador, pois o NET Vírtua é multiplataforma – compatível com os principais sistemas operacionais do mercado (Windows, Linux e Mac).
Para conectar também os dispositivos móveis da casa, como notebooks, smartphones e tablets, a banda larga da NET já vem com rede sem fio (Wi-Fi) em todas as velocidades.

Telefonia fixa
O NET Fone via Embratel é uma opção de telefonia fixa oferecido em parceria pela NET e pela Embratel. Em qualquer plano, as ligações locais de NET Fone para NET Fone são totalmente gratuitas e as ligações de longa distância entre NET Fones, utilizando o 21 da Embratel, custam o mesmo que uma ligação local.
Desde seu lançamento, em março de 2006, o NET Fone via Embratel se tornou a principal opção em telefonia fixa no Brasil. O serviço é líder em portabilidade na telefonia fixa e já recebeu mais de 1,3 milhão de números de outras operadoras.
Ariane Nascimento
Redação Tribuna

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Seu celular e PC podem gerar riqueza depois de jogados fora


O consumo de eletroeletrônicos nunca foi tão grande. Só de aparelhos para comunicação, o comércio mundial ultrapassa um trilhão de dólares. Consequentemente, nunca tanto lixo eletroeletrônico foi gerado: ele cresce a uma velocidade de três a cinco vezes maior que o lixo urbano.

Segundo dados da ONU, são 40 milhões de toneladas por ano.

Parte se deve ao constante avanço da tecnologia, que faz com que a vida útil dos eletrônicos seja cada vez menor. Anualmente, 1,5 bilhão de celulares são substituídos.
“Celulares, aparelhos de som e computadores são exemplos típicos que contam com lançamentos constantes de novas versões. Com isso, há o desejo de substituir os equipamentos antigos pelos mais recentes, gerando mais aparelhos obsoletos", afirma Júlio Carlos Afonso, professor do departamento de Química Analítica do Instituto de Química da UFRJ.

Esse fácil acesso às tecnologias modernas tem um efeito colateral complicado para o meio ambiente, principalmente em países emergentes, como o Brasil, onde não há ainda um sistema de gestão eficiente para lidar com esse tipo de material.

Com isso, muitas vezes, os aparelhos acabam ocupando um espaço no fundo do armário ou, pior, são descartados no lixo comum.

“O problema desse resíduo ser descartado no lixo comum é a presença de metais pesados. Há mercúrio, chumbo, cádmio e outros metais que, se destinados aos lixões, aterros ou rios podem causar uma séria contaminação às águas, solo e ar”, explica Alessandro Dinelli, fundador e presidente CDI Amazônia.

E isso não é tudo: descartar o lixo eletroeletrônico no ambiente é desperdiçar a oportunidade de recuperar partes recicláveis e metais de alto valor como ouro, prata e cobre.

“O lixo eletroeletrônico disposto em aterros municipais ainda não é abordado em profundidade nas leis ambientais sobre o tema. Contudo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê os fins dos lixões e aterros controlados, e colocou o lixo eletroeletrônico no rol da logística reversa obrigatória, o que implica, ao menos em teoria, que esse tipo de destinação não deverá mais acontecer”, diz Afonso.

Afinal, o que fazer com o e-lixo?

A melhor forma de descartar esse resíduo é começando com a conscientização de que ele não é um lixo comum e, portanto, não pode ser misturado aos demais resíduos domésticos.

“O ideal é que todos os consumidores, na hora da aquisição de determinado produto, se responsabilizem no destino correto daquele material. Dessa forma, quando o material tornar-se obsoleto ou impróprio para uso, já terá destino certo”, aconselha Dinelli.

Hoje já é possível procurar por pontos de coleta adequados, centros de reciclagem, fabricantes de produto, cooperativas, associações de catadores de matérias recicláveis e empresas especializadas na gestão de resíduos tecnológicos.

É o caso, por exemplo, da Coopermiti, primeira cooperativa de lixo eletrônico de São Paulo a adquirir convênio junto à Prefeitura.

“Alguns equipamentos devem ser tratados de forma adequada como pilhas, baterias, monitores e televisores que possuam tubo CRT. Esse é o nosso objetivo”, salienta Cintia Pereira, da cooperativa de reciclagem.

Fora isso, outra preocupação diz respeito aos dados e informações que esses resíduos eletrônicos possuem.

“No celular, no tablet, no notebook, no HD e no cartão de memória estão armazenados fotos, documentos, senhas e informações pessoais que podem ser recuperados e usados de forma incorreta quando o descarte é feito sem cuidados mínimos”, alerta.

Segundo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, aliás, a reciclagem é apenas uma parte do processo, existindo espaço também para a reutilização do e-lixo.

“Na realidade esse lixo conta com recursos preciosos, que podem virar matéria prima e oportunidades, destruindo menos o meio ambiente, que não conseguirá acompanhar o acelerado ritmo de crescimento e modernidade”, diz Dinelli.

Por isso, equipamentos de informática que ainda funcionam podem ser doados a ONGs que recuperam os equipamentos para uso nos chamados projetos de inclusão digital. Esse é o caso, também, de geladeiras, micro-ondas, TVs, DVDs e outros eletrodomésticos que são reaproveitados por cooperativas de reciclagem.

Pilhas e baterias têm a seu favor a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que afirma que fabricantes ou importadores desses produtos são responsáveis pela coleta dos materiais. O usuário pode devolver o produto à loja onde o comprou ou à assistência técnica autorizada.

Tablets, telefones celulares e suas baterias seguem a mesma lógica. Existem urnas especiais nas lojas das operadoras que vendem os aparelhos para que o material seja descartado e, posteriormente, levado para reciclagem.

Fonte:

Lygia Haydée
Exame
26/12/2013

Europa se prepara para virar mãezona dos carros elétricos


Apesar de reduzir as emissões de CO2 e a dependência do petróleo, os carros verdes ainda não decolaram em âmbito global. A falta de infraestrutura para recarregá-los e a diversidade de tecnologias - fora o preço - dificulta sua popularização. Mas a Europa, que tem dado grande ênfase no uso de energias limpas, está preparando um grande pacote para abraçar de vez os carros elétricos.

Na última semana de novembro, uma comissão do Parlamento Europeu aprovou uma resolução que exige que os seus estados membros instalem, até 2020, milhares de postos de carregamento de veículos elétricos e de hidrogênio em pontos estratégicos.
A medida, ainda em discussão, visa abrir esse mercado que hoje conta com pouco mais de 64 mil pontos públicos de recarga em todo o mundo, segundo a consultoria Navigant Research.

São números tímidos, considerando que apenas a Alemanha teria que instalar 86 mil novos postos de acordo com o plano. Ou seja, mais do que existe hoje em todos as nações do globo. O país tem atualmente menos de dois mil postos.

A Itália teria de ter 72 mil e Portugal, 123 mil, com Reino Unido tendo que construir 70 mil pontos de recarga.

Com isso, o cálculo é que até 2020 estarão em circulação cerca de 10 milhões de veículos elétricos na Europa.

Outra medida da resolução exige que os países com redes de combustível de hidrogênio adicionem mais postos de recarga para que a distância máxima entre duas estações seja de 300 km.

A resposta positiva para o meio ambiente viria em grande estilo, caso a medida realmente seja aprovada em 2014, como se espera: a adoção dos novos postos vai gerar uma redução de 60% nas emissões de gases de efeito estufa até 2050.

O mercado

Mesmo com as novidades no setor e do investimento governamental, as medidas ainda são pequenas para que o mercado de veículos elétricos cresça como poderia.

De acordo com Siim Kallas, vice-presidente da Comissão Europeia e Comissário Europeu dos Transportes, o número limitado de infraestrutura para reabastecimento acabou por minar a expectativa das pessoas e fez com que o setor estagnasse nos últimos anos.

Mas pesquisas apontam que até 2020 esse mercado tem um futuro promissor. Estudo recente da empresa britânica ABI Research mostra que os elétricos devem crescer 48% ao ano.

Medidas para isso já estão sendo adotadas. O governo português, por exemplo, tem, desde 2009, o Programa para a Mobilidade Elétrica em Portugal - MOBI.E. Seu objetivo é viabilizar os carros elétricos no país, definindo um plano de estruturação nacional de recarga de carros elétricos.

Paris, na França, é outro local que pensa medidas para o crescimento do mercado. A cidade luz oferece o AutoLib desde 2011, um serviço de locação de carros elétricos que tem a mesma estrutura do aluguel de bicicletas. Com uma assinatura é possível retirar o veículo em uma estação de atendimento e devolver em qualquer outro ponto da rede.

Em maio deste ano, a Alemanha também deu início a um programa sustentável: o Plataforma Nacional para a Mobilidade Elétrica. Ele promete ter um milhão de veículos elétricos nas ruas até 2020 usando para isso dois sistemas de recarga: um que carrega 100% da bateria durante sete horas e outro que, em 30 minutos, abastece 80% da capacidade total do veículo.

O Brasil, porém, ainda enfrenta grandes desafios para o crescimento do consumo de carros elétricos, sobretudo por causa da falta de investimentos públicos na rede de abastecimento desses veículos.

Um bom exemplo, no entanto, é a cidade de Campinas, no interior de São Paulo, que passará a disponibilizar infraestrutura para receber esses automóveis.

O Programa de Mobilidade Elétrica, que teve início em agosto de 2013, é desenvolvido pela geradora e distribuidora CPFL Energia em parceria com a prefeitura da cidade, do governo do estado de São Paulo e de várias empresas locais.

A ideia é implantar uma rede de 100 pontos de recarga na região, tendo investimento inicial de R$ 6,5 milhões em veículos e infraestrutura, o que, até o final do programa, poderá alcançar R$ 25 milhões.

Fonte:

Lygia Haydée
Exame
27/12/2013

Arranha-céu terá uma fazenda eólica para gerar energia


Um arranha-céu será construído em Jacarta, na Indonésia, para abrigar a sede da Pertamina, uma empresa estatal de energia. Mas, ao invés de erguer só mais um prédio, com quase 100 andares e 500 metros de altura, a companhia teve uma ideia brilhante: criar uma torre capaz de gerar sua própria energia.

De acordo com o escritório de arquitetura Skidmore, Owings & Merrill LLP (SOM), esse é o primeiro prédio pensado para produzir a energia que ele mesmo irá consumir. No teto do edifício haverá uma espécie de funil, que vai captar o vento e levá-lo para uma série de turbinas eólicas verticais, capazes de gerar energia.
A empresa, segundo o site da Fast Company, também estuda a possibilidade de usar energia geotérmica, tipicamente aproveitada pela Indonésia, por conta da sua cadeia vulcânica.

A super torre da Pertamina é o centro de um complexo empresarial sustentável, que vai abrigar mais de 20 mil trabalhadores, quando estiver concluído em 2020. Esse "campus vibrante", como chamam os arquitetos, também contará com outros prédios menores cobertos por painéis solares – entre eles, um auditório para shows e uma mesquita pública.

Ao mesmo tempo em que se preocupa em gerar energia, o arranha-céu foi concebido também para economizá-la. Assim, a fachada curva da super torre terá um mecanismo que vai mitigar o calor do sol, projetando sombras no ambiente de trabalho e diminuindo, por exemplo, o uso do ar-condicionado.

Fonte:

Diogo Max
Exame
28/12/2013

Estudantes criam impressora 3D de grama


Partindo da premissa de que jardinagem é pura arte, as estudantes Tina Zidanšek, Danica Rženi?nik, Urška Skaza and Maja Petek, da Universidade de Maribor, na Slovênia, criaram uma impressora 3D de grama. A invenção permite a criação de designs inovadores, dando asas à imaginação dos paisagistas.

Chamado de Tiskaj Zeleno ou Imprimir Verde, o projeto une arte, tecnologia e meio ambiente. A base é uma máquina projetada para imprimir uma mistura de terra, água e sementes.
Os resultados são formas impressas que, com o tempo, vão ficando verdinhas. O usuário pode desenhar o que quiser e trabalhar com camadas, criando por exemplo minigramados em forma de potes, como o da foto principal acima.

Segundo as estudantes, a impressão 3D de grama destoa das aplicações mais comuns da tecnologia, ao mudar o foco da criação de coisas úteis para aplicação na indústria, para algo que gere bem estar, como a natureza.

Veja abaixo um vídeo da impressora 3D de grama em ação:

http://vimeo.com/68193572

Fonte:

Vanessa Barbosa
Exame
02/01/2014

7 megatendências em construção sustentável para 2014


Ele já foi chamado de "O Poderoso Chefão Verde" pela revista de tecnologia americana Wired. Claro que não estamos falando de Al Pacino. O “Godfather” em questão é Jerry Yudelson, um dos principais consultores do mundo em construção sustentável, autor de mais de 13 livros sobre o tema.

O especialista divulgou as principais tendências para o mercado em 2014. Para ele, “edifício verde é o tsunami do futuro que irá inundar todo o setor imobiliário”. Confira sete delas.

1 - Mercado em alta

No topo da lista de Yudelson está a previsão de que o mercado de construção sustentável vai continuar seu forte crescimento em 2014, com a edificação de novos imóveis comerciais em conjunto com o governo, universidades e instituições sem fins lucrativos. "Edifício verde é o tsunami do futuro que irá inundar todo o setor imobiliário", diz.

No Brasil, o mercado da construção sustentável tem passado ileso pelo desempenho errático da economia nos últimos anos. De acordo com um estudo realizado pela EY (antiga Ernst & Young), em 2012, os prédios verdes movimentaram R$ 13,6 bilhões no país. O valor dos imóveis que reivindicam a certificação alcançou 8,3% do total do PIB de edificações naquele ano, que foi de R$ 163 bilhões.

2 – Eficiência energética é palavra de ordem

A segunda megatendência na lista do especialista é o crescente foco em eficiência energética em todos os tipos de edifícios, comerciais e residenciais, incluindo o papel crescente da automação predial utilizando sistemas baseados em nuvem.

Tamanho e dimensão das janelas e os tipos de vidro escolhidos, iluminação, que avalia, por exemplo, a intensidade de luz natural no prédio e o desligamento automático do sistema estão entre soluções que ajudam a evitar o desperdício de energia.

3 - Prédios de Energia Zero
Outra megatendência são os Edifícios de Energia Zero (zero energy buildings ou ZEBs, na sigla em inglês), que produzem mais energia do que consomem ao longo de um ano. Longe de um exercício de futurologia, os ZEBs já estão sendo incorporados na estratégia energética de diversos países no mundo, como Alemanha e Noruega e também nos Estados Unidos.

Os métodos de produção podem ser os mais diversos. Nos Estados Unidos, o mais comum é o fotovoltaico, que usa a energia do sol para gerar energia. Tudo depende das características de cada região.

4 – Retrofit ecológico em prédios antigos

O foco da indústria de construção verde continuará a mudar dos novos projetos para a adaptação de edifícios existentes aos padrões sustentáveis. Esta tendência, chamada de retrofit verde, cresce desde 2010 e é um caminho mais rápido para que edifícios antigos e clássicos atinjam um padrão sustentável em comparação à construção de um novo projeto.

Nos Estados Unidos, o mercado da construção sustentável saiu dos míseros U$ 10 bilhões em 2005 para atingir U$ 236 bilhões atualmente. O exemplo de maior destaque é o Empire State Building. (Leia também: Retrofit verde ajuda no bolso e revoluciona seu prédio).

5 – Novas certificações na disputa

A principal certificação de construção sustentável, o LEED (sigla em inglês de “Leadership in Energy and Environmental Design”) vai atrair competidores como nunca. Yudelson prevê que o custo e a complexidade da certificação abrirá o mercado para outros concorrentes.

Nos EUA, por exemplo, um dos recém-chegados é o sistema de classificação Green Globes, que conta com ajuda de ações recentes do governo Obama para ficar em pé de igualdade com o LEED nos projetos federais. No Brasil, um dos selos mais procurados, além do Leed, é o selo Aqua.

6 – Energia solar, um bom negócio
O uso de energia solar em edifícios vai continuar a crescer, segundo Yudelson. As oportunidades de financiamento para projetos dessa natureza ajudarão a fornecer capital para instalação de sistemas de cobertura de edifícios comerciais, estacionamentos, armazéns e lojas de varejo, além de residências. Atualmente, gerar energia solar em casa, no Brasil, por exemplo, já permite que não se tenha que pagar nada na conta de luz no fim do mês e até ficar com crédito com a distribuidora de energia. (Leia também: Por que gerar energia solar em casa pode ser um bom negócio)

7 – Abaixo o desperdício de água

A consciência de que a água é um recurso escasso vai aumentar globalmente, alimentada pelo risco de uma crise de abastecimento de água potável. Para Yudelson, os edifícios verdes pode ser um aliado no combate ao problema, por meio da incorporações de sistemas que otimizam o uso de água. Exemplos que vão da instalação de descargas que usam menos água nos banheiros à incorporação de telhados verdes, que coletam água da chuva para reuso no prédio.

Fonte:

Vanessa Barbosa
Exame
02/01/2014

Não dá mais para ir de carro nas grandes cidades


Quem diria? Chicago, Las Vegas e Los Angeles, nos Estados Unidos, estão copiando cidades como Curitiba, Goiânia e a colombiana Bogotá. Pelo menos na criação em suas ruas de faixas especiais para ônibus, o chamado BRT (do inglês Bus Rapid Transit), que começou a ganhar o mundo com base na experiência latino-americana.

O conceito não é novo. É uma tentativa de emular as características boas do metrô usando ônibus — e investindo um décimo do necessário para fazer um trem subterrâneo. A solução reúne faixas segregadas fisicamente do trânsito, estações fixas, embarque em nível, pagamento da passagem antecipado e veículos mais longos do que o normal.
A novidade é que, nos últimos dez anos, o número de cidades que usam o BRT no mundo aumentou de 50 para 166 e essa opção se tornou quase unanimidade entre especialistas em transporte urbano.

“O BRT de Bogotá acabou com o mito de que o sistema não pode ser usado como transporte de massa, pois ele movimenta mais gente do que 95% das linhas de metrô”, disse o consultor colombiano Oscar Edmundo Diaz no EXAME Fórum Sustentabilidade, evento que discutiu em São Paulo, no dia 19 de novembro, soluções para a melhoria da mobilidade urbana — e, por consequência, da qualidade do meio ambiente.

Diaz é sócio da consultoria GSD Plus e colaborou na gestão de Enrique Peñalosa como prefeito de Bogotá, no fim da década de 90, perío­do em que o Transmilênio, o BRT local, e dezenas de quilômetros de ciclovias foram feitos. A decisão política de Peñalosa seguiu um raciocínio simples: priorizar o transporte público em vez do individual, representado principalmente pelos carros.

“Hoje, não vejo muita perspectiva de melhorar o transporte individual motorizado na cidade de São Paulo”, disse Fernando Haddad, prefeito da capital paulista, no encerramento do Fórum.

Pouco mais da metade da população mundial mora em cidades. Em 2050, a concentração será de 70%. No Brasil, a proporção de população urbana já é de 84%. Nos últimos anos, as cidades brasileiras vêm registrando um enorme aumento no número de carros. A consultoria Ernst&Young fez um estudo que projeta dois cenários para o transporte nas cidades até 2050.

A notícia ruim é que a mobilidade pode piorar muito. Hoje, metade do transporte de pessoas no mundo é feita por carro. Se a evolução se mantiver constante, em 40 anos quase 70% dos deslocamentos serão feitos em automóveis. O resultado seria que cada pessoa perderia, em média, 106 horas anuais em engarrafamentos — o dobro de hoje.

Mas, se as metrópoles usarem os mecanismos disponíveis para incentivar alternativas ao carro, a proporção pode mudar para 40% de pessoas se movendo com carros e 60% com transporte público, compartilhado ou a pé. O gasto com transporte seria reduzido de 12% do PIB global para 6% e 180?000 mortes no trânsito seriam evitadas todos os anos — é uma Araçatuba, do interior de São Paulo, salva por ano.

“O mundo precisa de cidades compactas, integradas e includentes”, disse no fórum Elkin Velasquez, coordenador do Habitat, programa das Nações Unidas dedicado aos assentamentos humanos. A escolha de tirar espaço dos carros e entregar aos ônibus é um símbolo disso. Mas vai ser preciso muito mais para dar um salto qualitativo.

Sistemas como BRT e metrô miram atender o maior número possível de pessoas. Quando Velasquez diz que as cidades precisam ser compactas, refere-se ao adensamento das áreas que têm mais acesso a esse tipo de transporte: o de massa. É o que o Rio de Janeiro vem tentando fazer. Parte da cidade está sendo cortada pela via Transcarioca, um BRT que irá até a Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste e um polo econômico de importância crescente.

A inauguração da Transcarioca está prevista para o início de 2014. Em 2016, a zona norte receberá o Transbrasil, uma ligação até o centro. Hoje, o metrô também já atravessa essa parte da cidade, onde há um grande número de casas. “Como a zona norte terá uma infraestrutura de transporte muito melhor, queremos aprovar um projeto para aumentar o gabarito de construção da região”, diz o prefeito do Rio, Eduardo Paes. “O objetivo é adensar ainda mais o entorno das estações de BRT e metrô.”

O Plano Diretor que a Câmara Municipal de São Paulo está discutindo parte da mesma premissa e avança em outro ponto vital para melhorar a mobilidade no longo prazo: o uso misto dos bairros. Melbourne, na Austrália, foi eleita pela consultoria Economist Intelligence Unit nos últimos três anos como a cidade mais “habitável” do mundo.

Um dos principais quesitos é o equilíbrio entre prédios comerciais — onde estão os empregos — e residenciais, o que diminui a necessidade de mover as pessoas. “Medellín, na Colômbia, também dá exemplo de uso variado dos bairros”, diz Velasquez, da ONU. “O trânsito é disperso por vias paralelas e há um número crescente de parques e espaços públicos ao ar livre.”

Medidas de curto prazo

Mas também há um conjunto de medidas de curto prazo que podem melhorar o transporte público. “Eu não consigo entender por que ainda não é difundido no Brasil o uso da Onda Verde nos semáforos para ajudar o fluxo dos ônibus nos horários de pico”, diz Gilberto Peralta, presidente da GE, fabricante de sistemas de controle e equipamentos elétricos.

Ele se refere à solução que dá prioridade à passagem dos coletivos em cruzamentos e que é usada corriqueiramente em cidades pequenas, médias e grandes lá fora. Pelo mundo, costuma ser parte fundamental dos sistemas de BRT, para garantir que os ônibus não percam tempo nos cruzamentos. Mas a tecnologia também pode ser utilizada em linhas de ônibus normais: um dispositivo “avisa” quando o ônibus está se aproximando do sinal para que seja aberto.

Na lista de medidas simples também estão o piso baixo, no nível das calçadas, e as portas largas dos ônibus. Eles permitem que mais pessoas entrem com rapidez. “A redução do tempo de viagem com essas melhorias pode chegar a 30% do total”, diz Adalberto Maluf, diretor para São Paulo da Rede C40, grupo das cidades líderes no tema das mudanças climáticas do mundo.

Uma contribuição igualmente valiosa que a tecnologia pode dar está na difusão de informações. Que combinação de meios de transporte é mais apropriada para ir de um ponto a outro? É uma questão frequente para quem habita os grandes centros urbanos. São, afinal, dados que deveriam estar à mão.

Londres, Singapura, Hong Kong e Seul oferecem isso com eficiência e em tempo real. Essas cidades mapeiam as opções e indicam como o cidadão pode usar combinações de metrô, trens urbanos, ônibus, bicicleta, táxis, caminhada e até estações de compartilhamento de veículos.

“Quando as prefeituras mapeiam as opções de transporte em detalhe, além de comunicar melhor aos usuários quais são as rotas possíveis, elas descobrem onde estão os pontos subatendidos”, diz Susan Zielinsky, diretora do centro de pesquisa sobre mobilidade urbana Smart, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Usar informações em tempo real pode ser determinante para planejar o controle do tráfego e acionar rapidamente órgãos do governo quando acidentes acontecem. O Centro de Operações que a IBM montou para a prefeitura do Rio de Janeiro já é sincronizado com o aplicativo Waze, em que usuários compartilham informações sobre o trânsito.

A ideia é que, quanto mais informações são coletadas, mais previsível se torna a forma como pessoas e veículos se movem. “Os dados coletados por GPS anônimos em carros e celulares permitem análises cada vez mais profundas”, diz Ulisses Mello, diretor de operações da IBM no Brasil. Com as tecnologias de hoje, já é possível saber que pontos de ônibus são mais utilizados a cada hora e, assim, modificar o trajeto dos coletivos.

Mas toda essa tecnologia não resolve uma questão inerente a qualquer rede de transporte complexa: a capilaridade. Os sistemas de informação sofisticados devem indicar e fomentar a integração e o uso de mais opções. A boa e velha caminhada, por exemplo, não deve ser subestimada.

“A cidade não pode ser feita só para veículos motorizados”, diz Oscar Diaz, da GSD Plus. “É preciso estudar o pedestre.” O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, parece ter entendido isso. Durante seu mandato de 12 anos, tomou várias medidas para tornar mais agradável a vida de quem anda pela cidade.

Na intervenção com melhor custo-benefício, Bloomberg ampliou o tamanho das calçadas na região da Times Square e melhorou a sinalização. Conseguiu elevar 11% o número de pedestres da área e cortar 63% dos acidentes. Mesmo tirando faixas do trânsito, a fluidez dos carros no bairro aumentou 18%. O custo: 1,5 milhão de dólares.

“Se você der às pessoas um ambiente adequado para andar, elas vão escolher andar”, diz Helle Soholt, presidente do Gehl Architects, escritório que auxiliou a prefeitura de Nova York na tarefa de dar mais espaço aos pedestres. Atualmente, o Gehl está elaborando um projeto para o centro de São Paulo com a prefeitura. Estima-se que 25% dos deslocamentos de pessoas na cidade são de, no máximo, 3 quilômetros. Caminhar ou pedalar seriam saídas ideais.

A mesma lógica do espaço para caminhadas, portanto, pode se aplicar ao uso de bicicletas. Em Bogotá, 370 quilômetros de ciclovias foram construídos desde a gestão de Enrique Peñalosa. Hoje, 5% da população se locomove diariamente com as bicicletas. O espaço para os ciclistas em Bogotá é mais do que o dobro do disponível em São Paulo, onde as ciclovias são usadas basicamente para lazer.

Se Bogotá já avançou, o que dizer de Amsterdã, onde a proporção dos que pedalam é de 60% da população todos os dias? É a prova de que a ideia de que as pessoas podem ir trabalhar todos os dias de bicicleta não é utópica. “Uma forma de incentivar é garantir que as estações de metrô, trens e BRT tenham bicicletários”, diz Adalberto Maluf, da C40.

O sistema de aluguel de bicicletas que já funciona em capitais brasileiras inspirou o setor automotivo, que também não quer um cenário de imobilidade maior ainda, mas que espera dobrar suas vendas nos próximos 30 anos. Sistemas de compartilhamento de veículos estão proliferando pela Europa e pelos Estados Unidos.

O usuário pega um carro perto de uma estação de transporte público e o devolve em vagas especiais perto de casa. É uma aposta de algumas montadoras. “O aluguel de carros para trajetos curtos é uma das saídas para completar a última milha dos trajetos, e acreditamos que essa solução pode pegar”, diz Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz no Brasil.

A empresa alemã criou o sistema Car2go, de aluguel de carros em pequenas estações espalhadas por pontos estratégicos e já oferece o serviço em 25 cidades — a maioria na Alemanha e nos Estados Unidos.

Cidades do mundo inteiro estão se movendo para resolver os problemas de transporte e a ordem do dia é conseguir o melhor custo-benefício. “As cidades vão gastar bilhões tentando criar novos espaços públicos, como grandes avenidas e elevados, ou vão se empenhar em usar melhor o que já existe?”, diz Paulo Custódio, consultor de transporte do Banco Mundial. A conclusão do EXAME­ Fórum é que a segunda opção é a que faz sentido.

Fonte:

Daniel Barros
Exame
03/01/2014