sexta-feira, 23 de julho de 2010

Condomínios adotam coleta seletiva de lixo


Lançado há um ano pela Secretaria do Ambiente, o projeto Coleta Seletiva Solidária, que visa à capacitação de pessoas e ao planejamento participativo da coleta seletiva municipal e que atua, até agora, em quatro linhas de ação – gestores públicos municipais, escolas estaduais, catadores e órgãos públicos estaduais –, ganha, no próximo mês, a adesão de condomínios.

A informação foi prestada, na manhã desta sexta-feira, por Lourdes Guimarães, assessora técnica da Superintendência de Educação Ambiental, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), na abertura do segundo dia do Congresso Estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), no Centro Cultural da Ação e Cidadania (CCAC), na Zona Portuária do Rio.

- Serão 1,2 mil associações de condomínios ligadas à Associação Brasileira de Administradores de Imóveis (Abadi) e cada associação destas tem, em média, 800 prédios filiados.

Técnicos da Secretaria e do Inea vão capacitar e conscientizar síndicos e empregados de condomínios para realizar no próprio prédio a coleta seletiva do lixo – afirmou Lourdes, responsável pela coordenação dessa nova ação.

Pelo projeto, o material reciclável do lixo doméstico será encaminhado para as cooperativas do entorno e o restante recolhido pelas empresas de coleta pública. O programa é coordenado pela gerente de Educação Ambiental do Inea, Pólita Gonçalves.

O público-alvo são secretários de meio ambiente e de órgãos envolvidos com a gestão de resíduos do município, representantes dos órgãos públicos estaduais e federais, gestores escolares, associações de moradores, cooperativas de catadores, agentes de saúde, organizações da sociedade civil, fabricantes implicados na Lei 3.369 e conselhos municipais de meio ambiente.

Iniciado em outubro de 2009, o projeto até julho deste ano já atendeu 20 municípios, realizou 40 oficinas e contou com a participação de 1.220 pessoas. Dos 20 municípios, seis já implantaram coleta seletiva de lixo (Teresópolis, Petrópolis, Carmo, Duque de Caixas, Miguel Pereira e Mendes) e três (Angra dos Reis, Laje de Muriaé e Queimados) estão em fase de implantação. Duzentas e setenta e nove escolas estaduais foram atendidas indiretamente e 16 diretamente em visitas individuais dos técnicos do Inea.

- O objetivo do projeto é, num primeiro momento, reduzir em 40% a quantidade de lixo despejado nos vazadouros – frisou a assessora do Inea.

Na terça-feira, a secretária do Ambiente, Marilene Ramos, vai lançar o Pacto pela Reciclagem, uma parceria com o MNCR e a Prefeitura do Rio. A medida visa ao fortalecimento da cadeia produtiva da reciclagem no estado através do incentivo à coleta seletiva, a fim de aumentar o volume de material para reciclagem.

Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), menos de 3% do lixo urbano brasileiro vai para a reciclagem.

Dentro do pacto pela reciclagem, a Secretaria do Ambiente se compromete a construir os galpões, com a Comlurb, para a triagem e a coleta seletiva. A secretária participou ontem da abertura do congresso do MNCR, que termina no domingo.

Nesta sexta-feira, o superintendente de Qualidade Ambiental da Secretaria do Ambiente, Jorge Pinheiro, apresentou o painel Soluções Sustentáveis para a Questão do Lixo no estado.

– A Secretaria do Ambiente desenvolve uma política nessa área apoiada em três eixos de ações: a erradicação dos lixões, com a implantação de aterros sanitários controlados, a articulação de um plano estadual de gestão de resíduos e o programa Recicla Rio para reaproveitamento desses materiais, evitando o esgotamento da vida útil dos aterros. Com isso, a gente espera fechar o ciclo dos resíduos – detalhou o superintendente.

Com o fim dos lixões, os catadores de materiais recicláveis serão aproveitados em cooperativas que integram a gestão municipal de coleta seletiva de resíduos, segundo Pinheiro. Para Valéria Pereira Bastos, da comissão técnica do MNCR, a categoria precisa se organizar para a nova realidade.

– Este congresso propõe-se a apresentar, mais uma vez, a situação do catador e sua proposta de estabelecimento de políticas públicas que assegurem à categoria o pleno exercício da profissão, considerada importante agente econômico e ambiental da sociedade.

Representantes da União, do Estado e do município estão concentrando esforços no sentido de alavancar propostas de organização da categoria no estado, onde a dificuldade de reunir esses profissionais é grande – conceituou Valéria Bastos.

Fonte: Imprensa RJ

sábado, 17 de abril de 2010

Indenizações ficaram para uma próxima reunião

Durante os últimos cinco meses, foram registrados cerca de 10 apagões em diferentes pontos de Petrópolis, levando ao prejuízo grande parte dos 150 mil usuários da Ampla. Com o objetivo de traçar um plano de trabalho para harmonizar a rede com o meio ambiente, como arborização urbana e poda técnica, buscar parceria com a Comdep e associações, orientação da população sobre os pedidos de ressarcimento e divulgação do andamento do trabalho para a imprensa, foi feita uma reunião na sede da concessionária, na Rua Fonseca Ramos, durante a manhã de ontem. Entretanto, apenas 15 representantes da Ampla, do Instituto de Defesa do Consumidor (Indecon) e da Comissão da Câmara dos Vereadores, que vão fiscalizar o serviço do fornecimento de energia na cidade, puderam participar. Como resultado final, o encontro serviu apenas para marcar uma nova reunião no próximo dia 18 de maio, quando a Ampla deve definir ainda onde serão investidos os R$ 15 milhões na região.
Assim, para o vereador Wagner Silva o resultado foi positivo e esclarecedor. “A Ampla foi transparente quanto aos problemas e o plano de trabalho que pretende desenvolver. Marcamos uma nova reunião em maio para que tudo fique definido concretamente e seja dado o início efetivo ao trabalho”, disse Wagner.
Segundo o presidente do Indecon, Márcio Tesch, o encontro foi satisfatório também para o ponto de vista do consumidor, já que a empresa trará na própria conta de luz o procedimento para ressarcimento em caso de danos materiais. “A Ampla não vai se negar a indenizar ninguém que tenha tido algum prejuízo material, basta provar que teve algum aparelho queimado por conta do apagão. Deve levar um laudo técnico anexo à conta de luz em uma das lojas do Centro ou Itaipava, ou pelo telefone 0800 28 00 120. Outro ganho será um setor específico de atendimento destes casos na sede da Ampla, na Rua Aureliano Coutinho, no Centro. Acredito que o serviço vai agilizar o serviço. Mais um benefício será o aumento das equipes emergenciais, para que o problema seja solucionado mais rápido”, explicou.
Porém, para quem teve prejuízos, como comércios e as pousadas de Itaipava, a situação é ainda mais complicada. “De acordo com a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Ampla é obrigada a indenizar apenas os consumidores com perda material ou de energia elétrica, que neste caso vem como desconto na próxima conta de luz. Já quem sofreu algum tipo de prejuízo como perda de clientes ou hóspedes, este deve ser provado judicialmente”, acrescentou Tesch.
Além das promessas da Ampla, que devem ser postas em plano de metas na próxima conglomeração, a previsão é de que até o final deste ano sejam renovadas todas as redes elétricas antigas, para evitar os problemas crônicos de queda de energia. “As principais causas dos últimos apagões em Petrópolis foram por efeitos climáticos como descargas elétricas, fortes chuvas e ventos e queda de árvores. Apesar de termos um plano preventivo, esses fatores foram muito mais intensos do que esperávamos. Estamos definindo um plano de metas para investir os 15 milhões e tentar solucionar estes problemas até o final deste ano”, afirmou o representante da distribuição norte da Ampla, Fábio Fonseca.
Também estiveram presentes na reunião o vereador Baninho, o advogado J. Rodrigues, coronel Saciloti e os representantes da Ampla: Sérgio Carvalho, responsável técnico da Região Serrana; Paulo César Gomes, ouvidor; e Aline Aguiar, advogada.

domingo, 11 de abril de 2010

Falta de luz permanece em 10 bairros

Apesar das promessas de solução dos problemas, petropolitanos de diversas comunidades estão convivendo esta semana com os constantes apagões e, ontem, por volta das 16h29, o 0800 da Ampla informava que, mais de 10 comunidades estavam sem energia elétrica. Entre as comunidades afetadas está o Contorno e a Rua Visconde Taunnay, no Castelo São Manoel, com comerciantes tendo prejuízos com produtos armazenados em freezer. Fátima Souza Macedo, moradora da rua no Castelo São Manoel, contou que esta semana por diversas vezes o abastecimento de energia elétrica ficou em uma fase e ontem pela manhã estavam sem energia. Ela, como outros moradores da localidade, reclamou da Ampla e pediu que as autoridades tomem providências, pois todos estão sendo prejudicados.
No Contorno, os moradores estão tomando as providências para acionar judicialmente a Ampla, pois alguns estão tendo dificuldades em manter, inclusive, medicamentos. Um dos moradores contou que a mãe toma insulina e como a geladeira está desligada por falta de energia elétrica, parte do material armazenado já foi perdido. Os moradores esperam que o problema seja resolvido o mais rápido, mesmo assim, disseram que devido ao prejuízo vão procurar seus direitos na Justiça. De acordo com informações do 0800 da Ampla, algumas das comunidades sem energia eram: Rio da Cidade, Fazenda Ingleza, Moinho Preto, Bataillard, Vale Florido, Mata Cavalo e outras.
O problema, segundo a Ampla, seria causado pela chuva e que todas as medidas estavam sendo tomadas para retornar com o fornecimento de energia, no entanto, até o final da tarde de ontem, diversas localidades continuavam sem luz..

Vereador defende ação judicial contra apagões Ampla

Depois de participar dos movimentos que levaram aos processos movidos pela Câmara Municipal contra a Concer, por cobrança de tarifa de pedágio considerada abusiva e por não realizar obras que estaria obrigada por contrato, como a nova pista de subida da serra e a ligação Bingen-Quitandinha, e contra o município e as empresas de ônibus de Petrópolis, por causa dos maus serviços prestados, o vereador Wagner Silva (PPS) quer agora que a sociedade reaja contra os prejuízos que lhe são causados pela concessionária de energia elétrica Ampla.
“A cidade vem sofrendo há tempos com os constantes apagões e os comerciantes e empresários têm sofrido prejuízos. Sem energia fica impossível manter a qualidade dos produtos a serem comercializados ou receber valores com uso de cartão de débito ou crédito”, disse o vereador. Segundo ele, a audiência pública realizada na Câmara dos Vereadores, organizada pela Alerj a pedido do deputado Marcus Vinícius (PTB), foi um avanço, mas nada foi solucionado. “Todos têm tido prejuízos constantes e a empresa Ampla só sabe colocar a culpa na chuva ou no excesso de calor, sem assumir a sua responsabilidade de modernizar os sistemas e oferecer um serviço de qualidade, já que as pessoas pagam caro por ele, sempre vivendo de promessas”, acrescenta Wagner.
O vereador diz que o problema merece a atenção do Ministério Público e da Justiça para que uma providência efetiva seja tomada ou para que sejam feitos ajustamentos de conduta, já que nas reuniões ocorridas até hoje nenhum tipo de documento foi formalizado entre as partes, ou seja, nenhum tipo de compromisso com a população foi assumido.
“Não é possível ficar vendo uma cidade inteira ser prejudicada por um serviço de primeira necessidade, imprescindível para a vida, o bem-estar e a segurança do ser humano”. O vereador cita como exemplos os açougues, padarias e supermercados, restaurantes e lanchonetes – que comercializam produtos que estragam se não permanecerem resfriados ou congelados e, além de ficarem impedidos de comercializar seus produtos, não tem como executar tarefas básicas (pessoas podem estar comprando produtos sem a devida proteção devido às constantes quedas de energia). Lojas, hotéis e pousadas – tem tido grandes prejuízos porque ficam impedidos de oferecer um serviço essencial: o pagamento com cartão (o Petrópolis Convention & Visitors Bureau analisa grandes perdas por conta deste problema, principalmente na região de Itaipava e Araras). Transmissões de Rádio, TV e TV a cabo – também contabilizam prejuízos porque os anunciantes reclamam da falta de propagandas no ar e os assinantes de TV a cabo buscam os descontos a que têm direito. Hospitais, Prontos Socorros, clínicas e Postos de Saúde – quando possuem geradores, o dano é menor, mas o contrário gera insatisfação, reclamação e mais prejuízos. Edifícios comerciais e Condomínios – não são raros os casos de pessoas com fobia de espaços pequenos (claustrofobia) e o elevador destes locais é uma constante ameaça à saúde das pessoas que trabalham, moram ou freqüentam estes locais.
Outro problema que esta empresa gera para o município é a falta de pagamento da Taxa de Uso do Solo dos postes da cidade e a morosidade com que trata do assunto: fios subterrâneos no Centro Histórico. Em Paraty, esta mesma empresa fez o serviço sem cobrar um centavo sequer. Já em Petrópolis a Ampla se recusa a realizar o serviço. Com a má prestação do serviço de energia a cidade toda perde, já que o turismo, uma de suas principais vocações, é o mais atingido. A propaganda negativa gerada por um acontecimento desta natureza acaba exigindo dos empresários e do governo grandes investimentos para ser revertida e por tudo o que ficou exposto. Por isso, mais uma vez o vereador Wagner Silva, PPS, diz que é preciso que a Justiça determine um ajustamento de conduta para que os serviços sejam modificados e a população não fique refém de uma prestadora que acredita não ser necessário ter um atendimento mais eficaz, já que seu Call Center está fora do município; de uma prestadora que acredita não haver problema algum em a população ou o comércio ficar horas sem o restabelecimento de energia.

Falta de manutenção causa mairia dos apagões que atingem 8 bairros

Na Vista Alegre, árvores pressionam a fiação elétrica. Problema foi agravado pela queda de uma torre de telefonia, que interditou a rua.
Resultado de falta de manutenção, de poda de árvores e da equipe insuficiente para atender os problemas da região ligada ao escritório da Ampla, em Petrópolis, pelo menos oito bairros de Petrópolis continuam sem o fornecimento de energia elétrica, desde o início da semana. Entre os lugares afetados pelo apagão estão as Comunidades do Grotão e Vista Alegre, em Araras; Comunidade do Neylor, no Retiro; Floresta; Bela Vista; Boa Vista; Corrêas; Estrada do Contorno – Km-81; Bairro da Glória; Pedro do Rio; e Estrada dos Eucaliptos, na Fazenda Inglesa, dentre outras. Muitos petropolitanos revoltados com a situação aproveitaram para criticar os serviços prestados pela concessionária Ampla. Este foi o caso da empregada doméstica Elisana Correa da Silva, residente no número 7.558 da Comunidade do Grotão.
“Estamos sem energia desde segunda-feira e temos a ideia de fechar a rua para protestar contra isso. Nós já ligamos várias vezes para eles, mas até agora ninguém fez nada, e eles alegam ainda que vão mandar um carro para reparar o defeito”, afirmou. A doméstica relata a situação da filha de uma das vizinhas, que necessita de medicamento conservado na geladeira. “Aqui tem uma criança de três anos que precisa de uma vacina, mas por causa da falta de luz ela não pode mais receber a dose, porque se der o líquido fora da temperatura é fatal. O pior é que subiram três veículos da Ampla e nada de resolver o caso, que é muito simples. São quatro chaves nos postes na rua, é só ligar”, explicou.
Na Comunidade Vista Alegre, em Araras, a Ampla tem a cumplicidade de uma empresa de telefonia. Uma torre tombou na rua e deixou os moradores sem energia elétrica e sem condução, porque a passagem ficou interditada.
A torre caiu na tarde de terça-feira, mas até ontem, segundo a moradora Priscila Aneslar, de 24 anos, ninguém havia aparecido para fazer a remoção do objeto. “Já ligamos para vários órgãos, inclusive para a operadora de celular, mas ninguém apareceu”, diz.
Elisana destaca ainda os outros prejuízos que os moradores da região estão tendo por conta da falta de energia elétrica. “Muitas pessoas estão esquentando a água e tomando banho de canequinha, e todo mundo já está colocando os alimentos dentro de um saco para jogar no carro da Ampla. Está tudo estragando”, disse. No Vale do Sossego, em Corrêas, a energia elétrica está em falta há três dias, e para a professora universitária Andrea de Almeida Lima a preocupação é redobrada devido ao estado de saúde do esposo dela. “Meu marido é deficiente físico, tem paralisia cerebral, por isso não posso deixá-lo sozinho à noite. Na verdade, tenho que trabalhar de noite, mas agora, sem luz, não há como ficar sem mim aqui”.
O médico Mário Alves informou que a companhia esteve no Vale do Sossego, mas não solucionou o caso. “Veio uma equipe, ficou três horas, tirou os galhos, colocou os fios no lugar e na hora em que foram ligar a energia disseram que o transformador estava com problema e não poderiam fazer nada. Daí, informaram que outra equipe seria enviada”. Já na Comunidade Vista Alegre, em Araras, o dedetizador José Carlos de Souza é outro consumidor prejudicado pela demora no retorno da energia elétrica, especialmente a filha de nove anos. “Ela precisa fazer nebulização em casa, mas está sendo obrigada a ficar na casa do vizinho porque na parte de cima, onde ele reside, tem luz”, contou.
Para o dedetizador, o problema na local se restringe apenas a um fio arrebentado e a Ampla é ineficiente no atendimento aos clientes. “Estamos sem luz há quatro dias e quando ligamos eles dizem que em meia hora vão mandar uma equipe, mas chega no fim não vem. Além disso, o alimento que eu comprei para a minha filha está todo estragado. A preocupação é com minha filha, que necessita de nebulização e não pode ir à escola porque fica sem tomar banho e por isso pretendo acionar a empresa na Justiça por tudo o que a gente está perdendo”, argumentou o morador da Rua Jorge Moura.


Acidente em Pedro do Rio
Os moradores da localidade de José Joaquim Rodrigues, mais conhecida como Paiolinho, em Pedro do Rio, estão há aproximadamente 72 horas sem o fornecimento de energia devido à queda de uma árvore na fiação elétrica e, apesar dos vários pedidos para o reparo, a Ampla não solucionou o caso. Eles falam que o carro de emergência está a caminho, mas quando eu liguei para a empresa setorizada prestadora de serviço da Ampla aqui na região, falei da necessidade de termos energia, mas não resolveu. A gente não sabe mais o que fazer”, lamentou a artesã Ana Maria Linhares.

JOSÉ ÂNGELO
Redação Tribuna

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Reciclagem

A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado (matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro.Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não renováveis estavam e estão se esgotando. Reciclar significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo).

Para compreendermos a reciclagem, é importante "reciclarmos" o conceito que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras, sendo a mais simples separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo molhado/ lixo seco).


Na natureza nada se perde. Seres vivos chamados decompositores "comem" material sem vida ou em decomposição. Eles dividem a matéria para que ela possa ser reciclada e usada de novo. Esse é o chamado material biodegradável. Quando um animal morre, ele é reciclado pela natureza. Quando um material é dividido em pequenas peças, as bactérias e fungos, os mais importantes decompositores, já podem trabalhar.

A decomposição aeróbia é mais completa que a anaeróbia por gerar gás carbônico, vapor de água e os sais minerais, substâncias indispensáveis ao crescimento de todos os vegetais, o qual gera o húmus, ótimo adubo para o solo.

No processo anaeróbio, são gerados os gases (metano e sulfídrico), que causam um odor desagradável; a decomposição anaeróbia produz um líquido escuro denominado chorume (líquido com grande quantidade de poluentes) encontrado normalmente no fundo das latas de lixo. Este chorume é o principal causador da contaminação dos rios e do lençol freático.


A reciclagem traz os seguintes benefícios:

* Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar.
* Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população.
* Prolonga a vida útil de aterros sanitários.
* Melhora a produção de compostos orgânicos.
* Gera empregos para a população não qualificada.
* Gera receita com a comercialização dos recicláveis.
* Estimula a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens.
* Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica.

No Brasil, seria importante que as pequenas e médias empresas recicladoras tivessem apoio financeiro e tecnológico para melhorar suas tecnologias de reciclagem, pois assim estariam contribuindo na geração de empregos, na diminuição de lixo e na produção de produtos de melhor qualidade com tecnologia "limpa".

A grande solução para os resíduos sólidos é aquela que prevê a máxima redução da quantidade de resíduos na fonte geradora. Quando os resíduos não podem ser evitados, deverão ser reciclados por reutilização ou recuperação, de tal modo que seja o mínimo possível o que tenha como destino final os aterros sanitários.

A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma parte da matéria (e da energia), que se tornaria lixo. Assim desviados, os resíduos são coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens, os quais eram feitos anteriormente com matéria prima virgem. Dessa forma, os recursos naturais ficam menos comprometidos.



Economia Global Verde – O papel da avaliação de impactos


Mais de 600 experts de 75 países se reúnem hoje em Genébra para discutir os impactos sociais e ambientais da transição para uma “economia verde”

Os delegados da 30º Conferência Anual da Associação Internacional de Avaliação de Impactos (IAIA), organizada pela UNEP, segmento da ONU responsável pelo meio ambiente, irão discutir sobre 5 setores que foram identificados como as principais oportunidades de investimento verde. São eles: agricultura, indústria, turismo,cidades e transporte.

“Quando eles se encontraram em Bali há dois meses atrás, os ministros de meio ambiente de todo o mundo enfatizaram que todos os impactos referentes a políticas de economia sustentável devem ser avaliados, incluindo os aspectos ambientais, econômicos e sociais,” disse Achim Steiner,diretor executivo da UNEP.

“Profissionais envolvidos na avaliação de impactos consequentemente tem a importante tarefa de fornecer escolhas mais inteligentes e sustentáveis aos seus consumidores e clientes, incluindo o governo, empresas, autoridades locais e sociedade civil: escolhas que podem adequar os investimentos às necessidades locais, nacionais e regionais, enquanto se trabalha com redução de carbono, desenvolvimento de recursos eficientes, erradicação da pobreza e aumento dos níveis de empregamento descente,” Steiner acrescentou.

Um dos principais objetivos da conferência, que foi organizada pela primeira vez por uma agência da ONU, é apresentar as ferramentas e métodos que irão ajudar países a identificar e avaliar quais os tipos de investimento verde mais adequados a cada um.

E por falar em Genébra, Nick Taylor, Presidente da IAIA, disse que os delegados devem compartilhar suas idéias e percepções sobre como a avaliação de impactos pode remeter a uma faixa complexa de problemas globais.

“Um campo crescente do conhecimento, a avaliação de impactos pode identificar as ligações entre investimentos e o meio ambiente, saúde, criação de empregos, diversificação econômica e redução da pobreza. Este fórum veio em um momento no qual há amplo interesse no potencial das avaliações de impactos, então é vital que os experts troquem informações e contribuam para o crescimento do conhecimento,” disse Taylor.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O que é Educação Ambiental?

O conceito de Educação Ambiental varia de interpretações, de acordo com cada contexto, conforme a influência e vivência de cada um.

Para muitos, a Educação Ambiental restringe-se em trabalhar assuntos relacionados à natureza: lixo, preservação, paisagens naturais, animais, etc. Dentro deste enfoque, a Educação Ambiental assume um caráter basicamente naturalista.

Atualmente, a Educação Ambiental assume um caráter mais realista, embasado na busca de um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vista à construção de um futuro pensado e vivido numa lógica de desenvolvimento e progresso (pensamento positivista). Neste contexto, a Educação Ambiental é ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável (apesar de polêmico o conceito de desenvolvimento sustentável, tendo em vista ser o próprio "desenvolvimento" o causador de tantos danos sócio-ambientais).

Ampliando a maneira de perceber a Educação Ambiental podemos dizer que se trata de uma prática de educação para a sustentabilidade. Para muitos especialistas, uma Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável é severamente criticada pela dicotomia existente entre "desenvolvimento e sustentabilidade".

Na tentativa de fazer uma análise sobre os conceitos desta prática, colocamos à disposição diferentes definições para a Educação Ambiental, a fim de perceber este conceito de forma mais abrangente e contextual. Para perceber a abrangência e o significado da Educação Ambiental é preciso uma forma de pensar mais complexa – da teoria moriniana. Só assim será possível a evolução deste conceito ao seu amplo significado.

A fim de colaborar para uma visão mais abrangente da Educação Ambiental, aqui são apresentadas algumas "definições". A fonte de pesquisa foi exclusivamente a Internet, e após cada definição está disponibilizada a autoria e o link correspondente. Que este trabalho possa colaborar para a construção e elaboração do conceito de Educação Ambiental.

Definições:

- Educação Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da Educação, orientada para a solução dos problemas concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade. I Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental - Tbilisi, Georgia (ex URSS).

Fonte: http://www.cprh.pe.gov.br/sec-educamb/secund-edamb.html

- A definição oficial de educação ambiental, do Ministério do Meio Ambiente: “Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros”.

Fonte:http://www.revistaeducacao.com.br/apresenta2.php?edicao=254&pag_id=239

- De acordo com o conceito de educação ambiental definido pela comissão interministerial na preparação da ECO-92 " A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões sócio-econômica, política, cultural e histórica, não podendo se basear em pautas rígidas e de aplicação universal, devendo considerar as condições e estágios de cada país, região e comunidade, sob uma perspectiva histórica. Assim sendo, a Educação Ambiental deve permitir a compreensão da natureza complexa do meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos elementos que conformam o ambiente, com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio na satisfação material e espiritual da sociedade, no presente e no futuro." ( in Leão & Silva,1995).

Fonte:http://www.cprh.pe.gov.br/sec-educamb/ctudo-edamb_art_documento.html

- O CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - define a Educação Ambiental como um processo de formação e informação orientado para o desenvolvimento da consciência critica sobre as questões ambientais, e de atividades que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental.

Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/multirio/cime/CE09/CE09_012.html

- A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como “o processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99)

Fonte: http://www.aultimaarcadenoe.com.br/educatrata.htm

- Para a UNESCO “A educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir, individual ou coletivamente, na busca de soluções para os problemas ambientais, presentes e futuros (UNESCO, 1987)”.

Fonte: http://www.mma.gov.br/port/sbf/dap/educamb.html

- Na conferência de Estocolmo em 1972 "A finalidade da educação ambiental é formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e problemas com ele relacionados, e que possua os conhecimentos, as capacidades, as atitudes, a motivação e o compromisso para colaborar individual e coletivamente na resolução de problemas atuais e na prevenção de problemas futuros" (UNESCO, 1976, p.2).

Fonte: http://www.terravista.pt/enseada/3185/educao.htm

- Stapp et alii (1969), definiu a Educação Ambiental como um processo que tem como objetivo a formação de cidadãos, cujos conhecimentos acerca do ambiente biofísico e seus problemas associados, possam alertá-los e habilitá-los a resolver seus problemas.

Fonte: http://www.dorvalm.hpg.ig.com.br/governo_e_politica/72/index_int_3.html

- Mellowes (1972), define que Educação Ambiental seria um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de um senso de preocupação com o meio ambiente, baseado em um completo e sensível entendimento de relação do homem com o meio.

Fonte: http://www.dorvalm.hpg.ig.com.br/governo_e_politica/72/index_int_3.html

- Para Aziz Ab’ Saber a “Educação Ambiental é um processo que envolve um vigoroso esforço de recuperação de realidades e que garante um compromisso com o futuro. Uma ação entre missionária utópica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar valores perdidos ou jamais alcançados. Trata-se de um novo ideário comportamental, tanto no âmbito individual quanto coletivo”.

Fonte: http://educar.sc.usp.br/biologia/quadrinhos/definicao.jpg

- Segundo Lucas (1980) a EA tem sido entendida e desenvolvida enquanto educação sobre o ambiente, educação no ambiente, educação para o ambiente e pelas classes formadas pelas possíveis combinações entre estas três categorias. A educação sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento e a compreensão, incluindo as capacidades necessárias para obter este conhecimento. A educação para o ambiente procura a preservação ou melhoria do ambiente. Ambas são caracterizadas pelos seus objetivos. Por outro lado, a educação no ambiente caracteriza-se por ser uma técnica de ensino – aprendizagem, e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de aula ou, de uma forma geral, o contexto natural e/ou social em que as pessoas vivem.

Fonte: http://www.terravista.pt/enseada/3185/educao.htm

- Educação Ambiental é “o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar habilidades e atitudes necessárias que sirvam para compreender e apreciar a relação mútua entre o homem, sua cultura e seu meio circundante biofísico. A educação ambiental também incluiu a prática de tomar decisões e autoformular um código de comportamento com relação às questões que concernem à qualidade ambiental “ ( GONÇALVEZ,1990)

Fonte: http://geocities.yahoo.com.br/mcrecena/

- Educação Ambiental é "o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas ambientais e suas interligações com o homem na busca de soluções que visem a preservação do meio ambiente" (SANTOS, Antônio Silveira R. dos. A importância da Educação Ambiental. Jornal A Tribuna – Santos-SP,31.5.99).

Fonte: http://www.aultimaarcadenoe.com.br/educatrata.htm

- Faria (1992) define educação ambiental como conhecimento das estruturas, de composição e da funcionalidade da natureza, das interferências do que o homem produziu sobre esta estrutura, essa composição e essa funcionalidade.

Fonte: http://www.dorvalm.hpg.ig.com.br/governo_e_politica/72/index_int_8.html

- Segundo Gonçalves (1990) a Educação Ambiental não deve ser entendida como um tipo especial de educação. Trata-se de um processo longo e continuo de aprendizagem de uma filosofia de trabalho participativo em que todos: família, escola e comunidade; devem estar envolvidos. O processo de aprendizagem de que trata a educação ambiental, não pode ficar restrito exclusivamente à transmissão de conhecimentos, à herança cultural do povo às geração mais novas ou a simples preocupação com a formulação integral do educando inserindo em seu contexto social. Deve ser um processos de aprendizagem centrado no aluno, gradativo, continuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade. Deve ser um processo critico, criativo e político, com preocupação de transmitir conhecimentos, a partir da discussão e avaliação critica dos problemas comunitários e também da avaliação feita pelo aluno, de sua realidade individual e social, na comunidades em que vive".

Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/multirio/cime/CE09/CE09_012.html

- Educação Ambiental é "um processo no curso do qual o indivíduo consegue assimilar os conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relações de interdependência estabelecidas entre a sociedade, com seu modo de produção, sua ideologia e sua estrutura de poder dominante, e seu meio biofísico, assim como para atuar em conseqüência da análise efetuada" (Pedro Cañal, José E. Garcia e Rafael Porlán).

Fonte: http://sallesm.sites.uol.com.br/Oqeedamb/ea.htm

- Para Jaume Sureda e Antoni J. Colom deve ocorrer "conjunção e coordenação de três fases ou etapas: educação sobre o meio (em referência explícita aos conteúdos), educação através do meio (incidência metodológica e mediadora) e educação em prol do meio (mensagem axiológica e teleológica)".

Fonte: http://sallesm.sites.uol.com.br/Oqeedamb/ea.htm

- “A EA deve considerar o Meio Ambiente em sua totalidade, deve ser contínua, deve atingir todas as faixas etárias, ocorrer dentro e fora da Escola e examinar as questões ambientais locais, nacionais e internacionais, sob um enfoque interdisciplinar. Estes princípios devem orientar nossas ações” (João Agnaldo da Costa Muniz).

Fonte: http://www.cefetgo.br/ecologia/Educacoo_ambiental.htm#proposta

- “A educação ambiental se torna um exercício para a cidadania.
Ela tem como objetivo a conscientização das pessoas em relação ao mundo em que vivem para que possam Ter cada vez mais qualidade de vida sem desrespeitar o meio ambiente natural que a cercam. Essa conscientização se dá a partir do conhecimento do seus recursos, os aspectos da fauna e da flora gerais e, específicos de cada região; e, os problemas ambientais causados pela exploração do homem, assim como Os aspectos culturais que vão se modificando com o passar do tempo e da mudança dos recursos naturais, como a extinção de algumas espécies por exemplo. O maior objetivo é tentar criar uma nova mentalidade com relação a como usufruir dos recursos oferecidos pela natureza, criando assim um novo modelo de comportamento (...) A educação ambiental é um exercício para a participação comunitária e não individualista” (Márcia Helena Quinteiro Leda – Fonte: Marcos Reigota).

Fonte: http://www.filhosonline.com.br/educambiental2.asp

- “Sou um pouco avesso a definições fechadas. Peço desculpas as pessoas veteranas na área, mas seria mais interessante falar de um breve histórico da evolução do conceito de Educação Ambiental (EA), desde o seu aparecimento em 1965, na Royal Society of London, quando foi associado à preservação dos sistemas vivos. Já na década de 70, a União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) associou o mesmo à conservação da biodiversidade. Como um prolongamento da histórica Conferência de Estocolmo (1972) e da Reunião de Belgrado (1975), na Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental promovida pela UNESCO em Tbilisi (Geórgia, ex-URSS), em 1977, a Educação Ambiental (EA) foi definida como "um processo de reconhecimento de valores e elucidação de conceitos que levam a desenvolver as habilidades e as atitudes necessárias para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios físicos. A EA também envolve a prática para as tomadas de decisões e para as auto-formulações de comportamentos sobre os temas relacionados com a qualidade do meio ambiente". No Fórum das ONGs, realizado paralelamente à Conferência Rio 92 (o qual produziu a Agenda 21), referendando e ampliando o conceito anterior, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, "reconhece o papel central da educação na formação de valores e na ação social e para criar sociedades sustentáveis e eqüitativas (socialmente justas e ecologicamente equilibradas)", e considera a EA "um processo de aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de vida, o que requer responsabilidade individual e coletiva em níveis local, nacional e planetário". Como se vê, aqui já se constata uma profunda transformação de uma visão extremamente naturalista e antropocêntrica (animais e plantas servem para...), confundindo natureza e meio ambiente (que é uma representação social), para uma conceituação que envolve outras dimensões, além da ecológica: afetiva, social, histórica, cultural, política, ética e estética. A própria Constituição de 1988 e a Lei da EA (Lei 9795 de 27/4/1999) incorporam esta evolução conceitual, como se vê no art. 1º da mesma: "Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade" (Fernando Antônio Guerra).

Fonte: http://www.revistaea.arvore.com.br/artigo.php?idartigo=5&class=08&

- Vou resumir a importância da educação ambiental com uma palavra, pois para mim ela é – fundamental. Como eu tenho contato com pessoas que se envolvem com educação ambiental em diferentes realidades, verifiquei que os conceitos são trabalhados de forma a adequá-los ao público alvo e a realidade local. Hoje sabemos que a educação ambiental enquanto processo pedagógico abarca uma diversidade muito grande de metodologias, enfoques e abordagens. O que me parece ser relevante em todo o processo da educação ambiental, seja formal ou não formal, é que os indivíduos - educandos e educadores - sejam respeitados nas suas idiossincrasias, e que as atividades e ações levem em consideração as particularidades do entorno, ou seja, do contexto social. Penso que nós seres humanos precisamos reaprender a nossa existência na Terra, para podermos enxergar e entender que a teia da vida é um intricado movimento de aprendizagem que vem ocorrendo há bilhões de anos. Para isso é necessário que incorporemos a modéstia que nos cabe em relação a quem somos, da onde viemos e para onde vamos. O avanço do conhecimento humano no campo da ecologia nos faz compreender que somos apenas mais um elo da corrente de sustentação da vida na Terra. Por isso acredito que agora, além da necessidade da educação ambiental é preciso desencadear com urgência um amplo processo de alfabetização ecológica, visto que é fundamental que todos adquiram conhecimentos básicos de ecologia, para que se possa aprender com a vida, que não pára nunca, de aprender. Vejo que os educadores e educadoras ambientais são pessoas muito altruístas, desprendidas e dedicadas ao outro e ao mundo. Digo isto porque todo educador e educadora ambiental trabalham para o futuro e dependendo da situação, é um futuro muito longínquo, o que significa que provavelmente eles não vejam o resultado das mudanças pelas quais se dedicam. Mas isso para um verdadeiro educador e educadora ambiental não tem a menor importância. Isso é o verdadeiro compromisso intergeracional. Acredito na idéia de que somos seres espirituais vivendo uma aventura humana, por isso acredito, também, que com o nosso trabalho estamos contribuindo para um novo tempo que está por vir, e que depende muito das decisões que estamos tomando agora no presente. A vida está continuamente a aprender, Oxalá consigamos aprender com ela!” (Ellen Regina Mayhé Nunes).

Fonte: http://www.revistaea.arvore.com.br/artigo.php?idartigo=72&class=08&

E para você, o que é Educação Ambiental? É importante fazer esta reflexão para que possamos consolidar uma prática educativa que desenvolva novos valores em relação à forma como vemos, sentimos e vivemos; onde a cidadania, a inclusão, o respeito, a alteridade, a convivência harmônica e a tolerância sejam uma constante na prática educacional.

Publicado no website do Projeto Apoema - Educação Ambiental em 05/06/2005.


Projeto Apoema - Educação Ambiental

www.apoema.com.br

quarta-feira, 31 de março de 2010

Civis quer que MP investigue repasse de verbas para empresas de ônibus

JAQUELINE RIBEIRO
Redação Tribuna

Representantes do Instituto Civis querem que o Ministério Público intervenha com o objetivo de encontrar uma solução para os graves problemas dos transportes coletivos em Petrópolis. “É importante que o Ministério Público acompanhe as discussões, talvez fazer um Termo de Ajustamento de Conduta com as empresas e com a Prefeitura, estabelecendo prazos para que essa situação seja resolvida”, afirma o presidente do Instituto Civis, Mauro Correa.
Segundo Mauro, o Civis fez uma análise do balanço de 2008 da CPTrans e frisa que outra questão que precisa ser investigada diz respeito ao repasse de recursos que a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes faz às empresas de transporte coletivo. “É preciso que o MP investigue essa questão e verifique se houve gestão temerária na empresa”, disse o presidente do Civis. Ele quer que os vereadores apurem a transferência de recursos da CPTrans para empresas de ônibus.
Mauro lembra que a empresa apresentou prejuízo da ordem de R$ 1,4 milhão, quase 43 vezes maior do que o verificado no exercício de 2007 (da ordem de R$ 32 mil). “A explosão do prejuízo da empresa num ano eleitoral (2008) exige uma explicação e apuração profunda de como o dinheiro público foi tratado pelos ex-dirigentes da CPTrans”, complementa Correa.
O Civis diz que dos 332 ônibus que rodam pela cidade, 221 têm o prazo de utilização vencido, portanto, cerca de 60% da frota não poderiam estar mais circulando. Boa parte dos ônibus tem até 12 anos de uso e se encontra em péssima situação de conservação. De acordo com o vice-presidente do Civis, Marcos Nóbrega, o problema dos ônibus que circulam em Petrópolis não é novo, mas foi agravado nos últimos anos, dada a omissão do governo passado em relação aos problemas existentes. O Civis questiona ainda a falta de atitude por parte da atual administração municipal ou a falta de divulgação das medidas que estão sendo tomadas, de acordo com promessas feitas pelo próprio prefeito Paulo Mustrangi, no Seminário Petrópolis 2014/2016.

Vários bairros sem energia por até 13 horas


O novo apagão da Ampla prejudicou bairros da região do Quitandinha e da Mosela, principalmente. Moradores indignados com os prejuízos. / ALEXANDRE CARIUS
A chuva que caiu na cidade na noite de segunda-feira seria a causa do apagão que atingiu vários bairros do município. Valparaíso e Centro foram atingidos, mas a região do Quitandinha foi a mais prejudicada e ficou quase 13 horas no escuro. Comerciantes ficaram indignados e afirmam que irão entrar com uma ação na justiça para garantir que os prejuízos sejam ressarcidos pela Ampla, empresa responsável pelo serviço.
Na Mosela, um transformador caiu e, em Quitandinha, entre as localidades atingidas estão toda a parte do bairro Espírito Santo, assim como as ruas Ceará, Pará e Amaral Peixoto. Na Rua Costa Rica, uma padaria teve um prejuízo aproximado de R$ 4 mil em mercadorias. Pela manhã, apenas as perdas de uma fornada de pão e cerca de R$ 2 mil em sorvetes já haviam sido contabilizados. Faltava ainda conferir os freezeres de refrigerantes e cervejas, entre outros. “Fazemos entregas de pão e, para garantir que não perderíamos os clientes, tivemos que comprá-lo noutras padarias para levar aos nossos clientes”, conta Ângelo Miguel da Silva, de 39 anos.
Ele conta que esta não é a primeira vez que a padaria, de propriedade de seu pai José Ladislau, de 72 anos, tem prejuízos com os apagões. “Mas, com certeza, estes foram os maiores. Das outras vezes, como o fornecimento era religado em menor tempo, perdíamos pouca coisa. Ficávamos irritados mas não brigávamos. Desta vez, extrapolaram todos os limites”, complementa Ângelo.
O comerciante acredita que uma das causas dos frequentes apagões, além da sobrecarga, já que a comunidade cresceu e a rede não foi reforçada, é a negligência. “A empresa conta com equipes que trabalham com a prevenção, fazem a poda das árvores. O problema é que o serviço não está sendo feito como deveria. O transformador que sempre desarma com qualquer chuva fica muito próximo a uma árvore. A rede de baixa tensão, por exemplo, passa pelo meio das folhagens”, explica.
No BNH do Quitandinha, 160 apartamentos ficaram sem a energia e, de acordo com a síndica Leila Mendes Duque, a interrupção no abastecimento acarreta uma série de problemas e prejudica, inclusive, a segurança dos moradores, porque os portões eletrônicos não funcionam, assim como os interfones e bomba d’água. “Além disso, por conta dos constantes apagões, há cerca de dois meses todos esses equipamentos queimaram. Fomos obrigados a trocar tudo. Os gastos foram de quase R$ 4,9 mil”, revela. Conforme Leila, ela já esteve pessoalmente na loja da empresa para reclamar do transformador citado pelo comerciante Ângelo, mas nunca obteve resposta. “A empresa precisa tomar as providências necessárias. Como em toda comunidade, no condomínio temos pessoas doentes, idosos, que precisam ainda mais do serviço. Espero que dessa vez tomem as medidas para garantir que as interrupções não voltem a acontecer”, disse.
O morador Odilon Lacerda de Andrade, da Rua Pará, acrescenta que os contatos com a concessionária se tornam impossíveis quando a luz acaba. “O 0800 só dá ocupado. O pior é que era só ligar uma chave. Não havia motivo para tanta demora”, conta. Já a aposentada Olga Straub, de 65 anos, complementa que não é necessário cair um temporal para a luz acabar. “Na segunda-feira, por exemplo, a chuva não estava tão forte. O problema é que ventou um pouco. Dessa forma, os galhos das árvores esbarraram na rede, fazendo com que o transformador desarmasse”.
Questionada, através de nota a Ampla disse que “as fortes chuvas e ventos que atingiram o Estado do Rio na noite de ontem (29/3) causaram interrupções no fornecimento de energia em alguns bairros de Petrópolis. Por causa das chuvas e raios, várias árvores caíram sobre a rede elétrica. A empresa esclarece que equipes começaram a reparar os danos ainda ontem à noite (segunda-feira) e ainda estão nas ruas para normalizar completamente o fornecimento”.
Em relação à poda, a empresa esclarece que não é responsável pelo serviço de poda na cidade. A poda só é feita pela Ampla quando galhos estão próximos à rede elétrica. “Quanto a ressarcimentos a danos elétricos, o comerciante pode procurar uma loja da empresa informando dia e hora da ocorrência que a empresa irá analisar caso a caso”, completou.

CARLA CAVALCANTE
Redação Tribuna

domingo, 28 de março de 2010

Promessa vaga de ressarcir prejuízo. E só

ROGERIO TOSTA
Redação Tribuna


O presidente da Ampla, Marcelo Llevenes, assumiu o compromisso de ressarcir todos os consumidores por prejuízos que tenham sido causados por quedas de energia nos últimos meses em Petrópolis. O anúncio foi feito durante a audiência pública, realizada na noite de sexta-feira, na Câmara Municipal, promovida pela Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
De acordo com os dados da Ampla, somente neste mês a empresa terá que ressarcir cerca de 500 mil clientes, num total de R$ 3 milhões. O presidente da Ampla ficou de enviar para a Comissão da Alerj e para Câmara Municipal os dados sobre Petrópolis. Marcelo Llevenes disse que determinou à equipe da Ampla em Petrópolis que tome todas as medidas para agilizar o processo de ressarcimento, fazendo os acordos, mas frisou: “assumimos nossa culpa, mas vamos ressarcir aqueles que comprovadamente tiveram prejuízos causados pelos nossos equipamentos”.
Presidida pelo deputado estadual, Marcus Vinicius (PTB), juntamente com o deputado estadual, Rodrigo Neves, a audiência pública serviu para que representantes de alguns setores, como hotéis e pousadas, associações de moradores e outras entidades, se manifestassem, cobrando da Ampla medidas urgentes e imediatas para fim aos apagões.
Luciana Périco, presidente da Associação de Moradores do Alcobacinha, criticou a Ampla pela demora na troca de um transformador em sua comunidade que, na sua avaliação, está obsoleto e não atende mais a demanda. “São três anos pedindo a troca e até agora nada. Quando a Ampla erra ninguém cobra e não há providências, mas quando deixamos de pagar a conta de luz, a empresa não pergunta antes, não faz contato, simplesmente manda uma equipe, que não atende aos apelos do morador e corta a luz sem verificar se a pessoa tem alguém doente que precisa da energia para sua sobrevivência”.
O deputado Marcus Vinicius contou que na semana passada uma festa não aconteceu porque não havia energia elétrica. Falando como consumidor, criticou a Ampla e disse que os petropolitanos não suportam mais ficar sem energia. “A cidade tem um grande potencial turístico e vem sofrendo com apagões desde novembro, uma situação que não pode continuar”.
O presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau, Flávio Câmara, Carlos Eduardo, representando o Conselho Municipal de Meio Ambiente, e Farlem Macieira, da Associação Vale do Itamarati, foram unânimes nas críticas à empresa, pedindo que os serviços sejam melhorados. “Estamos cansados e esgotados. Fizemos investimentos para receber os turistas e muitos foram embora, pois não suportaram ficar numa cidade que vive com apagões”. Para ele, se a Ampla não realizar a melhoria definitiva na rede de abastecimento de energia, cada empresário vai entrar com uma ação individual contra a empresa cobrando na Justiça os prejuízos.
O coordenador do Indeccon, advogado Marcio Tesch, também participou do encontro e falou sobre os prejuízos que a empresa vem causando aos petropolitanos, avisando que já está tramitando na Justiça ação civil contra a Ampla e que qualquer cidadão pode fazer parte, caso queira acionar a empresa judicialmente. Dos 15 vereadores, apenas quatro participaram da audiência com a Ampla, sendo que apenas dois ficaram até o final do encontro.
O secretário de Obras, Stênio Nery dos Santos, representou o governo municipal na audiência, porém não apresentou a posição do governo sobre os apagões e não fez nenhuma cobrança, limitando-se a dizer que estava ali somente para ouvir. A posição do secretário, não agradou os representantes da sociedade civil que esperavam que o governo fosse cobrar da Ampla a conclusão das obras na Rua do Imperador e melhorias na rede de abastecimento em toda a cidade. Ao ser questionando sobre o pagamento de iluminação pública onde não tem, o secretário pediu que a pessoa entrasse com requerimento na Prefeitura, para que as medidas fossem tomadas, mas, lembrou que a pessoa vai entrar numa fila com mais de mil pedidos.
Ao final do encontro, ficou decidido criar uma comissão formada por representantes da sociedade civil, da Câmara Municipal, da Prefeitura e da Ampla, para discutir o problema e buscar uma solução, inclusive para os casos de ressarcimento. Além desta comissão, o deputado Rodrigo Neves disse que nesta segunda-feira, juntamente com o deputado Marcus Vinicius, vai protocolar na Comissão de Minas e Energia da Alerj ofício pedindo a instalação de uma subcomissão para acompanhar os investimentos da Ampla em Petrópolis.
Estes investimentos, segundo dados apresentados pelo presidente da empresa, Marcelo Llevenes, e pelos seus técnicos, será em torno de R$ 15 milhões. O plano de ação da empresa prevê 152 mil podas, substituição de rede em 40 quilômetros quadrados e a instalação de 30 equipamentos novos. Estes investimentos estão direcionados para o primeiro distrito e para toda região de Itaipava.




Inquérito no MPF já apura apagões


JAQUELINE RIBEIRO
Redação Tribuna


As interrupções no fornecimento de energia e falhas no atendimento aos clientes da concessionária de energia Ampla já são alvo de um Inquérito Civil Público instaurado em novembro do ano passado no Ministério Público Federal pelo procurador da República Charles Stevan da Mota Pessoa. O inquérito, instaurado em função dos problemas que os apagões vêm ocasionando à cidade, vai apurar eventuais deficiências no fornecimento e no serviço de distribuição de energia elétrica no Município de Petrópolis pela Concessionária Ampla, as constantes quedas de energia e interrupções no fornecimento.
O Ministério Público Federal apurou que nos últimos seis meses do ano passado foram registrados pela concessionária 58.706 atendimentos de emergência por falta de energia elétrica em Petrópolis. As informações prestadas pela Concessionária, em fevereiro deste ano, em resposta a um ofício do procurador Charles Stevan, mostram que o problema aumentou nos últimos meses de 2009, sendo o mês de dezembro o que concentrou os maiores problemas. No último mês do ano foram registrados 13.506 casos de emergência. Segundo informações prestadas pela empresa ao MPF, 40,3% destas interrupções foram relacionadas a quedas de árvores ou galhos sobre a fiação.
No inquérito, o procurador solicitou ao Procon de Petrópolis e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que os mesmos lhe enviassem dados sobre a quantidade de reclamações de Petrópolis formalizadas nos dois órgãos nos seis últimos meses do ano passado. Os números apresentados nos ofícios de resposta encaminhados pelos órgãos ao MPF mostram que apenas cerca de 1% da população busca os órgãos competentes para fazer suas reclamações. Enquanto a Ampla registrou 58.706 atendimentos em seis meses; na Aneel foram registrados apenas 58 reclamações, sendo 51 por interrupção no fornecimento de energia, e sete delas por variações e oscilação. Em janeiro deste ano, o Procon informou ter recebido em todo segundo semestre do ano passado apenas 16 reclamações sobre a concessionária Ampla, sendo todas elas referentes à discordância no valor de tarifas.
Já os dados fornecidos ao procurador pela Concessionária Ampla indicam o contrário. A comparação entre o número de atendimentos registrados pela Concessionária em julho do ano passado (8.841) e dezembro (13.506) comprova um aumento de mais de 50% nas reclamações à empresa. Em dezembro a Ampla registrou 4.665 atendimentos a mais do que em julho. Ainda segundo o levantamento, o mês de setembro foi o que teve menor número de problemas. Naquele mês a concessionária registrou 8.027 atendimentos de emergência.
Em resposta aos questionamentos do Ministério Público, a concessionária informou que em 2009 foram investidos R$ 5,2 milhões em serviços de manutenção e poda de árvores, em Petrópolis; e R$ 2,4 milhões em redes de energia com a substituição de condutores e cabos. A empresa informou, ainda, que no ano passado foram feitas em Petrópolis 29.040 podas de árvores, 278 postes foram substituídos, assim como 14,4 quilômetros de fios condutores e 505 substituições de estruturas. Naquela ocasião, a empresa informou ao MPF que para este ano estariam previstos investimentos de cerca de R$ 8 millhões na cidade, sendo R$ 4,7, em serviços de manutenção e podas e R$ 2,2 em substituições de redes.

domingo, 21 de março de 2010

UFRJ e Uerj têm interesse em Petrópolis

A instalação de campi universitários federais e estaduais em Petrópolis, uma antiga luta dos estudantes, depende exclusivamente da iniciativa política do governo municipal. Quem afirma são os coordenadores de campi da Uerj e da UFRJ. João Regazzi, coordenador de Estudos Estratégicos e Desenvolvimento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Francisco Esteves, coordenador do Nupem-UFRJ, de Macaé, em entrevista à Tribuna de Petrópolis, afirmaram que as instituições têm interesse em instalar polos avançados e campi na cidade, mas que o primeiro passo deve ser dado pelas autoridades municipais. A questão é antiga na cidade. São mais de oito anos de reivindicações e promessas de políticos em períodos eleitorais. Em 2008, com a criação do projeto Reuni (Reestruturação das Universidades) um programa do governo federal voltado para a interiorização das unidades públicas de ensino, as esperanças reacenderam. De acordo com o presidente da Associação Petropolitana de Estudantes (Ape), Diego Vieira, no mesmo ano a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) iniciou o processo de interiorização e Petrópolis chegou a ser cogitada para a instalação de um polo. “Foi a nossa melhor oportunidade. Mas a falta de interesse e incentivo do governo municipal fez com que perdêssemos esta chance. O polo foi instalado em Xerém e mais uma vez os estudantes petropolitanos foram prejudicados”, comentou.
O professor Francisco Esteves, coordenador do Nupem em Macaé (Núcleo de Pesquisas Ecológicas da UFRJ), desconhece qualquer interesse da Prefeitura Municipal em instalar um campus da UFRJ. Ele conta que a vontade política é o principal meio para a iniciação do projeto. “O Nupem, criado em 94, foi o primeiro passo para a criação de um campus avançado na cidade de Macaé. A realização de concursos para docente permitiu que os professores se fixassem na região. A área onde se situa a cidade tem se desenvolvido muito nos últimos anos e apresenta uma carência crescente de profissionais qualificados”, disse. O campus universitário em Macaé foi inaugurado em julho de 2007 e são oferecidos cursos de Ciências Biológicas, Química e Farmácia.
Segundo dados do Ministério da Educação, o primeiro relatório do Reuni, preparado pelos reitores das instituições federais, mostra que foram criadas mais de 77 mil vagas desde 2006. E, pela primeira vez, as universidades brasileiras conseguiram inverter uma tendência histórica e investiram no desenvolvimento dos cursos noturnos. Apenas no período em que o Reuni foi implantado, as vagas noturnas subiram 63%. Nas licenciaturas, outra área prioritária para o ministério, o acréscimo foi de 27%. Localidades como Xerém, Teresópolis, Nova Friburgo, Cordeiro, Cabo Frio, Queimados e, agora, Três Rios, entre outros, foram contempladas com polos avançados e campi universitários.
A interiorização dos cursos superiores é prevista na Constituição de 1988, mas, com o programa do governo federal, as instituições passaram a receber recursos específicos para isso. Um exemplo é a Universidade Federal Fluminense (UFF) que teve o orçamento aumentado em 50%, segundo informação do coordenador João Regazzi. “As faculdades federais recebem recursos especiais para a instalação de campi em cidades do interior. A UFF abriu 12 campi em todo o Estado no último ano”, comentou.
Diferente da situação das instituições federais, a UERJ não conta com orçamento extra para instalar polos e campi em outras cidades. João afirma que o apoio e interesse das prefeituras é de fundamental importância para iniciar o processo. Em 2008, uma outra oportunidade foi “desperdiçada” em nossa cidade. João Regazzi conta que reuniões com o antigo governo foram realizadas, mas com a mudança da administração as negociações não avançaram. “O primeiro passo para a instalação do campus é a procura do governo municipal. Quando isso acontece nós realizamos pesquisas na cidade interessada. Procuramos saber quais as potencialidades do município. Em seguida realizamos um estudo com os estudantes. Perguntamos a eles qual curso da UERJ eles gostariam que tivesse na cidade e se tivesse o curso se haveria interesse em estudar na entidade”, disse.
Todo esse primeiro processo foi realizado em Petrópolis e pesquisadores da universidade chegaram à conclusão que um curso de arquitetura, voltado para restauração e reformas de monumentos e prédios antigos seria o ideal para a cidade. “Estamos abertos a negociações. Petrópolis tem potencial para abrigar um campus da UERJ e queremos que isso aconteça”, concluiu João. Assim como o coordenador da universidade estadual, o professor da UFRJ também destacou o potencial do município. “É preciso que as autoridades liderem um movimento e iniciem o processo. Só assim será possível instalar campi em Petrópolis”, concluiu Francisco Esteves.

JANAINA DO CARMO
Redação Tribuna

quinta-feira, 18 de março de 2010

Transporte ruim prejudica toda a cidade

A rotina dos atrasos nas linhas de ônibus no município está deixando os petropolitanos com os nervos à flor da pele. Sair de casa com duas horas e meia de antecedência já não é mais suficiente para garantir que o trabalhador chegará ao serviço no horário determinado. Ontem de manhã, por exemplo, o caos tomou conta do terminal de Itaipava. Quem chegou ao local às 7h30, com destino ao Centro, encontrou filas extensas e muitas pessoas tiveram que desembolsar R$ 4 para pagar um ônibus executivo. Este foi o caso de Rosinéia Moreira, que, apesar de ter saído de casa às 6h30, só conseguiu chegar no trabalho, no Centro, às 9h15. Segundo ela, dentro do terminal as filas estavam dando voltas e a falta de informação foi o que mais a deixou indignada. “O pior é que essa situação se tornou uma constante. Hoje (ontem) se agravou mais, mas todos os dias vivemos problemas parecidos”, reclamou.
Moradora em Pedro do Rio, mesmo enfrentando os atrasos que já se tornaram comuns, normalmente chega ao centro da cidade entre 8h15 e 8h20. Rosinéia explica que, em média, leva pouco mais de uma hora e meia para chegar no trabalho, mas ontem perdeu duas horas e quarenta e cinco minutos. “E só consegui ir para o trabalho porque peguei um ônibus executivo, cuja passagem custa R$ 4. Estamos sendo desrespeitados diariamente e ninguém faz nada”, complementa a moça.Outra prejudicada foi Elizabeth Aparecida. Moradora em Corrêas, ela conta que já está saindo de casa mais cedo há algum tempo. Ontem, quando chegou no ponto, na Estrada União e Indústria, pouco depois das 8h, logo percebeu que havia algo de errado. Dezenas de pessoas estavam aglomeradas e irritadas devido ao tempo que já haviam perdido no local. “Minutos depois, surgiram dois ônibus, mas foi impossível embarcar num deles porque estavam superlotados. Parecia que as pessoas estavam penduradas nas portas e janelas, o que considero uma grande falta de respeito”, disse, lembrando que nenhuma das pessoas que estavam com ela no ponto conseguiu embarcar.
Conforme Elizabeth, enquanto estava na expectativa de surgir um outro coletivo, recebeu a ligação de uma amiga que estava no terminal de Itaipava. “Trabalhamos no mesmo lugar e ela me avisou para embarcar no primeiro que aparecesse porque havia poucos ônibus e que meu atraso no trabalho poderia ser ainda maior”, contou. Atendendo a sugestão da amiga, ela também optou por um ônibus executivo e, mesmo pagando a tarifa de R$ 4, viajou sem conforto algum porque o veículo também estava lotado. “Viajei em pé de Corrêas até ao Centro. Sem contar que não tinha espaço para nada, nem mesmo para as pessoas se segurarem. Tenho saído de casa mais cedo para ver se não me atraso no trabalho, mas, mesmo assim, não está adiantando. Hoje (ontem), entrei na empresa às 9h15, o que deveria ter acontecido antes das 9h”, disse, salientando que, normalmente, chega entre às 8h45 e 8h50.
A doméstica diarista Ana da Conceição tem a mesma reclamação e acrescenta: “Nos tratam como lixo. Tive que viajar espremida num ônibus, sem o menor conforto. As pessoas já chegam estressadas nos empregos, até porque, para muitos patrões, a história de ônibus quebrado ou atrasado parece desculpa esfarrapada”, disse, acrescentando que por conta do problema, não conseguiu chegar a tempo na casa da cliente que atenderia ontem.


Autobus diz que opera normalmente
Questionado, o Setranspetro esclareceu ontem que a Autobus continua realizando a operação com a quantidade máxima de veículos nas linhas 700 e 740 – Terminal Itaipava. Neste sentido, o sindicato informa que na manhã dessa quarta-feira os atrasos nas saídas dos ônibus do Terminal Itaipava foram gerados porque grande parte dos coletivos que retornavam para o distrito ficou retida em um engarrafamento que se formou na Rua Floriano Peixoto, no Centro, porque um poste caiu. Os veículos que estavam realizando o itinerário habitual ficaram parados por cerca de 30 minutos. Por volta das 8h, a Autobus e as demais empresas que passam pela Rua Floriano Peixoto, para seguir viagem para os bairros e distritos, foram informadas que deveriam mudar o itinerário para sair do Centro.
Através de nota, o Setranspetro ressaltou também que “nas últimas semanas, alguns veículos das linhas 600 e 640 - Terminal Corrêas, da Viação Petrópolis, deixaram de realizar a operação para passar por um programa de manutenção rigoroso, para que possam retomar a operação de forma mais regular e segura, apresentando menos problemas mecânicos. Dessa forma, as linhas 700 e 740 – Terminal Itaipava, da Autobus, apesar de receberem reforços no número de veículos, sofreram um grande aumento no número de usuários, o que, conseqüentemente, sobrecarregou a operação da Autobus, que só para realizar o embarque e desembarque dos usuários dentro do Terminal Corrêas, cada veículo chega a ficar parado por mais de 10 minutos.
O Setranspetro destaca que a Viação Petrópolis continua dando andamento na manutenção dos coletivos que atendem às linhas 600 e 640 - Terminal Corrêas e informa que existe a previsão da situação ser totalmente regularizada dentro de uma semana.
Mais uma vez, o Setranspetro vem a público destacar que a Autobus programa saídas a cada quatro minutos do Terminal Itaipava nos horários de pico, mas os engarrafamentos e retenções têm interferido significativamente no cumprimento dos horários das viagens, pois esses ocorrem nos horários de pico, tanto na parte da manhã quanto à tarde e em vários pontos ao longo de toda a Estrada União e Indústria, Retiro e Centro.
Provocados pelo grande número de veículos se deslocando ao mesmo tempo, pelo excesso de redutores de velocidade, pela falta de conservação de algumas vias, por estacionamentos e manobras irregulares e por acidentes de trânsito, os engarrafamentos provocam retenções, aumentam o tempo da viagem e impede que as linhas cumpram seus horários. Diariamente, cada ônibus que realiza viagens nas linhas 700 e 740 – Terminal Itaipava tem levado mais de 1h 20 minutos para realizar uma viagem, ao contrário dos 50 minutos que são previstos”.
Em relação à falta de ônibus e linhas para atender os trabalhadores noturnos de Itaipava e arredores, o Setranspetro informou que depende da CPTrans fazer a análise da necessidade e autorizar a criação e/ou expandir as linhas existentes ou ainda ampliar e/ou alterar horários. O Setranspetro orienta aos empresários a encaminhar as solicitações ao órgão.




Situação piorou depois de audiência na Câmara


ROGÉRIO TOSTA
Redação Tribuna


O caos no transporte público na cidade preocupa o vereador Marcelo Motorista, líder do PDT, pois na sua opinião são os rodoviários e a população os únicos prejudicados. “Tenho recebido relato de motoristas sobre o atraso no pagamento dos salários e de trabalhadores que diariamente chegam atrasados nas empresas. Se o Poder Público e as empresas não apresentarem uma solução, todo o sistema de transporte público vai ficar insustentável”.
Na avaliação do vereador, a situação piorou muito desde a audiência pública sobre o transporte, promovida pela Câmara, através da Comissão de Transportes e Trânsito. Por causa desta situação, Marcelo Motorista vai pedir aos membros da comissão – vereadores Jorginho do Banerj (presidente), Wagner Silva (vice-presidente) e Samir Yarak – que realizem nova audiência para discutir o problema.
Para ele, depois da audiência, a Comissão não se manifestou mais sobre a crise no transporte, mesmo reconhecendo que os vereadores em determinados momentos falaram sobre os problemas. O líder do PDT cobrou também da Prefeitura um posicionamento mais claro e objetivo, pois na sua opinião pouco foi realizado para melhorar o transporte após a abertura do terminal do Centro.
O vereador Marcelo Motorista não vê com bons olhos a intenção de determinados grupos da cidade, que querem licitação para contratação de novas empresas de ônibus. “Esta é um solução que pode ainda não resolver o problema do transporte público em Petrópolis, pois hoje, além da passagem cara, temos um sistema complicado, com um trânsito que a cada dia tem congestionamentos, com veículos a meu ver impróprios para topografia da cidade”, comentou o vereador.
Para o líder do PDT, antes de abrir uma licitação para contratação de novas empresas, é preciso definir uma política de transporte público que leve em conta o acesso às comunidades e que não se pode abrir novas ruas em Petrópolis. Aproveitando sua experiência como motorista, o vereador disse que é preciso definir o tipo de veículo que atenda às necessidades da população mas que contribua com a qualidade do meio ambiente, reduzindo a emissão de gás. “Os veículos com roleta na frente causam grande transtorno aos passageiros, pois vão sempre contra o movimento do carro. Isto ocorre porque a maioria das ruas em Petrópolis é subida e não plana, que a meu ver tem as condições ideais para este tipo de carro”.
Para Marcelo Motorista, a situação dos rodoviários (motoristas, cobradores, mecânicos e outros) também deve ser incluída numa política de transporte, “pois eles estão sofrendo pressão com horários apertados e salários atrasados”. O vereador disse que todo mês ouve de motoristas e cobradores reclamações dos salários e cestas básicas atrasadas. Na opinião dele, cabe ao Sindicato dos Rodoviários olhar estas questões e cobrar dos empresários melhores condições de trabalho.
O líder do PDT lembrou que este mês é o período do dissídio da categoria. “Acredito que cada empresa poderia dialogar mais com seus funcionários. Colocá-los a par da situação, das dificuldades, e juntos, com um diálogo franco, buscar uma solução. O que não pode é os trabalhadores serem pressionados a cumprir horário e depois receberem seus salários atrasados. Todos têm contas para pagar e ninguém trabalha direito sabendo que não terá dinheiro para alimentar as famílias e pagar as contas”.




Economia sofre prejuízos com má qualidade do transporte público


JUSSARA MADEIRA
Redação Tribuna


A má prestação do serviço de transporte público em Petrópolis vem afetando diretamente a economia e o turismo em Itaipava e arredores, porque os trabalhadores que utilizam as linhas que ligam o Centro aos distritos estão encontrando dificuldades de chegar dentro do horário previsto nas pousadas, restaurantes e diversas outras empresas situadas na região. O pior é que o problema acaba atingindo diretamente o turista.
Todos os dias, a coordenadora de eventos Gilda de Barros Daniel, moradora do Alto da Serra, busca alternativas para chegar na hora certa na empresa em que trabalha em Itaipava. Ela relata que não encontra problemas no trajeto entre o bairro e o Centro, mas já esperou por até uma hora e 15 minutos no ponto do ônibus da linha 700, da Autobus, na Rua Paulo Barbosa. Na quarta-feira da semana passada, por exemplo, ela chegou no ponto às 7h45 e só teve ônibus às 8h20. “O fiscal falou que o atraso tinha sido ocasionado porque houve uma batida de carro na estrada, mas não era verdade, porque o ônibus executivo chegou dentro do seu horário, sendo que faz o mesmo trajeto do outro coletivo”, contou. Para evitar chegar sempre atrasada,Gilda está utilizando a linha executiva da empresa e completando a tarifa com dinheiro do próprio bolso. “O problema é que a maioria dos trabalhadores não tem condições de pagar esta diferença”, ressaltou.
A coordenadora de evento não encontra dificuldades somente para chegar ao trabalho. O retorno para casa, ao final de um dia inteiro de trabalho, também é uma luta diária. Gilda encerra o expediente às 18h e relatou que, na grande maioria das vezes, fica no ponto por vários minutos, à espera de um coletivo em direção a Petrópolis. “Tem dias que só consigo chegar em casa às 20h30. Ou seja, gasto o mesmo tempo que gastaria se trabalhasse no Rio de Janeiro”, concluiu. Gilda também critica as péssimas condições dos coletivos da linha 700, que quebram durante o trajeto, e a falta de higienização adequada. “Os ônibus estão cheios de baratas”, ressaltou. A mudança do sistema de integração também é alvo de críticas. “A integração deixou de existir. O coletivo da linha 740 raramente passa. Tenho sorte da empresa em que trabalho ter se sensibilizado com a situação e estar me dando quatro passagens por dia, ao invés de duas”, ressaltou. E reclamar, segundo Gilda, não adianta. “Há alguns tempo, mandei um e-mail para a CPTrans reclamando do corte de horários e da situação dos ônibus, mas até hoje não recebi nenhuma resposta”, contou.


Turismo prejudicado
Dos 16 funcionários da Pousada Arcádia, localizada no centro de Itaipava, 10 moram no primeiro distrito e utilizam o transporte público. Os problemas com os atrasos têm sido frequentes ultimamente, relatou o gerente Luciano Faria. Principalmente nos feriados, apontou, quando o número de coletivos que circulam é reduzido pela empresa. O problema acaba afetando diretamente a qualidade do serviço oferecido aos hóspedes. Na última terça-feira, por exemplo, dia 16 de março, feriado do aniversário de Petrópolis, o café da manhã foi servido com 25 minutos de atraso porque a funcionária responsável pelo serviço não conseguiu chegar no horário previsto. Havia 14 hóspedes na pousada. O gerente conta que foi obrigado a contar com a compreensão deles, “mas alguns reclamaram, e com razão. Os hóspedes não têm nada a ver com isso e querem o serviço pelo qual pagaram. É uma situação muita chata, porque tentamos evitar levar problemas a quem está hospedado”, disse.


Faltam “corujões”
A vida noturna de Petrópolis ficou praticamente restrita aos distritos, onde há grande concentração de bares, restaurantes e boates. Estas empresas, que atendem aos turistas e aos próprios petropolitanos, oferecendo lazer, empregam centenas de funcionários, mas quem trabalha no turno da noite nestes estabelecimentos também é vítima da má prestação do serviço do transporte público. São poucas as linhas que atuam na madrugada, e o problema se agrava nos finais de semana, quando o número de coletivos é reduzido. Segundo o empresário e presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Luiz Fernando Velloso, os empregados ficam sem condições de ir para casa e, muitas vezes, os patrões, que obrigatoriamente pagam o vale-transporte, se vêem na condição de fazer a função do transporte público e usar seus veículos para levar os funcionários para casa após o expediente. “Temos casos de funcionários que saem do trabalho à uma hora da madrugada e só conseguem chegar em casa às quatro ou cinco horas da manhã.




Estudantes têm problemas nas escolas por causa de atrasos


JANAINA DO CARMO
Redação Tribuna


Os constantes atrasos dos ônibus que fazem a linha Roccio, da Viação Esperança, estão prejudicando estudantes do Colégio Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio. De acordo com as normas da escola, os alunos que chegam depois do horário recebem advertência e após a terceira comunicação fica impedido de entrar na escola. Geralda Silva de Oliveira, mãe de uma aluna do sétimo ano, está indignada. “Minha filha já recebeu advertências e a culpa não é dela, simplesmente não tem ônibus no horário certo e ela acaba chegando atrasada”, protestou.
Geralda conta que o primeiro horário do ônibus que faz a linha do bairro sai às 05h50, mas ultimamente o coletivo tem tido atrasos superiores a 30 minutos. De acordo com a mãe da estudante, o ônibus tem saído do bairro por volta das 06h30. “A minha filha tem que chegar no colégio até 07h15, mas nos últimos dias ela vem chegando depois das 07h20. Não sei o que fazer se ela não puder entrar no colégio, eu trabalho e não tenho como levá-la”, disse.
Além das advertências, a menor tem perdido matérias importantes e a preocupação da mãe é com o início da provas. Geralda conta que o inspetor do colégio entende a situação da aluna e que outros estudantes estão passando pelo mesmo problema.
“Eles não têm como identificar quem realmente está atrasado por causa do ônibus e aquele que fica na rua, por isso todos estão recebendo as advertências. Vou procurar a empresa e explicar o que está acontecendo, eles vão ter que dar um jeito”, concluiu.