O novo apagão da Ampla prejudicou bairros da região do Quitandinha e da Mosela, principalmente. Moradores indignados com os prejuízos. / ALEXANDRE CARIUS
A chuva que caiu na cidade na noite de segunda-feira seria a causa do apagão que atingiu vários bairros do município. Valparaíso e Centro foram atingidos, mas a região do Quitandinha foi a mais prejudicada e ficou quase 13 horas no escuro. Comerciantes ficaram indignados e afirmam que irão entrar com uma ação na justiça para garantir que os prejuízos sejam ressarcidos pela Ampla, empresa responsável pelo serviço.
Na Mosela, um transformador caiu e, em Quitandinha, entre as localidades atingidas estão toda a parte do bairro Espírito Santo, assim como as ruas Ceará, Pará e Amaral Peixoto. Na Rua Costa Rica, uma padaria teve um prejuízo aproximado de R$ 4 mil em mercadorias. Pela manhã, apenas as perdas de uma fornada de pão e cerca de R$ 2 mil em sorvetes já haviam sido contabilizados. Faltava ainda conferir os freezeres de refrigerantes e cervejas, entre outros. “Fazemos entregas de pão e, para garantir que não perderíamos os clientes, tivemos que comprá-lo noutras padarias para levar aos nossos clientes”, conta Ângelo Miguel da Silva, de 39 anos.
Ele conta que esta não é a primeira vez que a padaria, de propriedade de seu pai José Ladislau, de 72 anos, tem prejuízos com os apagões. “Mas, com certeza, estes foram os maiores. Das outras vezes, como o fornecimento era religado em menor tempo, perdíamos pouca coisa. Ficávamos irritados mas não brigávamos. Desta vez, extrapolaram todos os limites”, complementa Ângelo.
O comerciante acredita que uma das causas dos frequentes apagões, além da sobrecarga, já que a comunidade cresceu e a rede não foi reforçada, é a negligência. “A empresa conta com equipes que trabalham com a prevenção, fazem a poda das árvores. O problema é que o serviço não está sendo feito como deveria. O transformador que sempre desarma com qualquer chuva fica muito próximo a uma árvore. A rede de baixa tensão, por exemplo, passa pelo meio das folhagens”, explica.
No BNH do Quitandinha, 160 apartamentos ficaram sem a energia e, de acordo com a síndica Leila Mendes Duque, a interrupção no abastecimento acarreta uma série de problemas e prejudica, inclusive, a segurança dos moradores, porque os portões eletrônicos não funcionam, assim como os interfones e bomba d’água. “Além disso, por conta dos constantes apagões, há cerca de dois meses todos esses equipamentos queimaram. Fomos obrigados a trocar tudo. Os gastos foram de quase R$ 4,9 mil”, revela. Conforme Leila, ela já esteve pessoalmente na loja da empresa para reclamar do transformador citado pelo comerciante Ângelo, mas nunca obteve resposta. “A empresa precisa tomar as providências necessárias. Como em toda comunidade, no condomínio temos pessoas doentes, idosos, que precisam ainda mais do serviço. Espero que dessa vez tomem as medidas para garantir que as interrupções não voltem a acontecer”, disse.
O morador Odilon Lacerda de Andrade, da Rua Pará, acrescenta que os contatos com a concessionária se tornam impossíveis quando a luz acaba. “O 0800 só dá ocupado. O pior é que era só ligar uma chave. Não havia motivo para tanta demora”, conta. Já a aposentada Olga Straub, de 65 anos, complementa que não é necessário cair um temporal para a luz acabar. “Na segunda-feira, por exemplo, a chuva não estava tão forte. O problema é que ventou um pouco. Dessa forma, os galhos das árvores esbarraram na rede, fazendo com que o transformador desarmasse”.
Questionada, através de nota a Ampla disse que “as fortes chuvas e ventos que atingiram o Estado do Rio na noite de ontem (29/3) causaram interrupções no fornecimento de energia em alguns bairros de Petrópolis. Por causa das chuvas e raios, várias árvores caíram sobre a rede elétrica. A empresa esclarece que equipes começaram a reparar os danos ainda ontem à noite (segunda-feira) e ainda estão nas ruas para normalizar completamente o fornecimento”.
Em relação à poda, a empresa esclarece que não é responsável pelo serviço de poda na cidade. A poda só é feita pela Ampla quando galhos estão próximos à rede elétrica. “Quanto a ressarcimentos a danos elétricos, o comerciante pode procurar uma loja da empresa informando dia e hora da ocorrência que a empresa irá analisar caso a caso”, completou.
CARLA CAVALCANTE
Redação Tribuna
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