Mais uma vez, comerciantes do Centro amargaram prejuízos por conta de quedas de energia. Por mais de uma hora, a maioria das lojas e residências da Rua do Imperador ficou no escuro. Vendas com cartão de crédito, por exemplo, ficaram impossibilitadas. Segundo a Ampla, o problema teria sido causado por um alimentador de energia. A luz apagou por volta das 12h.
A concessionária explicou que o apagão teria afetado apenas parte do Centro, mas, em menos de dois minutos, os técnicos da empresa realizaram uma manobra emergencial e conseguiram restabelecer o serviço em alguns pontos da cidade. Na Rua 16 de Março, poucos estabelecimentos não foram atingidos, enquanto na Rua do Imperador todo o lado ímpar ficou sem energia.
Uma loja de produtos de beleza foi uma das prejudicadas. “Um dos horários de maior movimento começa a partir das 11h e se estende por todo o período de almoço. Além disso, a maioria das vendas é feita nos cartões de crédito ou débito. Sem luz, as máquinas não funcionam”, disse a caixa Isabel Cristina de Souza. Ela ressalta que, de 10 vendas, oito são pagas no cartão. “Em poucos minutos, seis clientes foram embora sem levar nada porque não tinham como pagar. Outros ainda tinham algum dinheiro no bolso, por isso o prejuízo não foi total”, completou.
Na mesma loja, a vendedora Viviane Fragoso acrescenta que, mesmo sem depender de cartão, muitos clientes estavam desistindo de comprar: “No escuro, não conseguem olhar as mercadorias. A situação já está se tornando comum, e apenas em fevereiro, em horário comercial, o problema ocorreu duas vezes”.
O comerciante Eduardo Marques, proprietário de uma padaria, disse que a preocupação aumenta de acordo com o tempo sem o abastecimento. “Em fevereiro, o apagão aconteceu três vezes. A última no Carnaval. Nesta, abaixei as portas antes do horário de fechamento. Naquele dia, entre 20h e 22h, foram quatro quedas de energia”, lembra.
Para não perder a venda, as atendentes de uma ótica da Rua do Imperador levaram um espelho para a calçada para que o cliente pudesse experimentar o óculos. Ainda na Rua do Imperador, uma papelaria teve que impedir a entrada de clientes, fechando a porta do estabelecimento com carrinhos de compra. No local, funcionários explicaram que o maior movimento da loja é com pagamentos em cartão.
Em Pedro do Rio, a situação é ainda mais grave. Lá, os moradores estavam sem o abastecimento desde às 16h de segunda-feira. De acordo com o morador Ivan de Sá Earp Hertz, a situação está cada vez mais comum. “Em 30 dias, ficamos sem luz por aproximadamente 80 horas. A falta de abastecimento é diária, e agora já estamos há quase 24 horas no escuro”, reclamou ele, às 15h de ontem.
Segundo ele, a promessa da concessionária era de que o religamento acontecesse até às 12h. “Hoje (ontem) de manhã, mais uma vez liguei para a Ampla para reclamar e me deram esse prazo. Mais uma vez não cumpriram”, disse. O engenheiro acredita que a empresa esteja com déficit de funcionários. “Acho que a demanda aumentou. No centro da cidade, se empenham mais para restabelecer o serviço, enquanto aqui as medidas para sanar definitivamente o problema não são tomadas”, contou, acrescentando que, normalmente, uma equipe de emergência é mandada ao local, apenas liga uma chave e vai embora.
Redação Tribuna
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