quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Moradores de Nogueira temem que aterro provoque mais inundações



Foto: Alexandre Carius

















Moradores de Nogueira estão promovendo um abaixo-assinado contra um aterro que está sendo realizado em um terreno na Avenida Leopoldina, onde está prevista a construção de um condomínio de alto luxo. Segundo eles, a construtora já colocou mais de 22 mil metros quadrados de terra no local, o que aumentou o nível do terreno em cerca de 3 metros. A área equivale a, aproximadamente, seis campos de futebol, e deve dar origem a 216 apartamentos. A preocupação dos moradores é porque o local é alvo constante de enchentes, já que fica próximo ao rio. Além disso, eles temem que a água fique represada e acabe atingindo os 800 moradores da Vila Epitácio, que fica em frente ao terreno. Em contrapartida, os empresários alegam que a obra tem as licenças exigidas por lei e que não oferece risco à população.
O presidente da União Distrital de Associações de Moradores de Petrópolis (Udam), Sérgio Mattos, afirmou que o receio é que os moradores sofram ainda mais as consequências das cheias no local. “Sabemos que a obra está legalizada, mas a consideramos imoral e por isso contratamos um advogado e um técnico que vai fazer um laudo sobre a situação do terreno e os riscos que o aterro pode trazer para a população”, disse. O abaixo-assinado on-line criado por ele no dia 29 tinha, até ontem, mais de 40 assinaturas. “O objetivo é recolher um grande número de assinaturas e encaminhar para a prefeitura, para que ela tome alguma atitude”, destacou ele, ressaltando que não está contra o empreendimento, mas sim contra o aterro. 
Acauã de Sabóia Ribeiro é morador de Nogueira e engenheiro florestal. Ele acredita que a construção vai prejudicar muito os moradores da região. “Essa é uma área muito grande, que não é propícia para esta atividade, pois está localizada na margem do Rio Piabanha. A água que escoava e ocupava o terreno vai acabar atingindo as casas. É uma obra muito impactante”, afirmou ele, declarando ainda que jamais compraria um apartamento no local. “Tanto lugar para construir e escolheram logo o leito do rio”, desabafou. 
Já um comerciante que mora próximo ao terreno há 38 anos e preferiu não se identificar contou que a água sempre entra na sua casa, mas que nunca perdeu nada com as enchentes. “Agora já não sei como vai ser, estou com medo das próximas chuvas”, lamentou. Ele revelou que a obra teve início há seis meses, quando as árvores foram cortadas. “Tinha mais de 100 árvores no local, inclusive centenárias. Primeiro desmataram e depois começaram o aterro. Mais de 200 caminhões de terra são despejados por dia na área”, disse.  José Geraldo Machado, de 58 anos, é representante do Grupo Nogueira e morador da região e está assustado com o aterro. “Me preocupo porque essa construção pode prejudicar os moradores, que são meus amigos e, acima de tudo, seres humanos”, comentou. 
Um dos incorporadores responsáveis pela empresa, Emilio Habibe, se defendeu dizendo que a obra está totalmente legalizada. “Ela tem aprovação dos órgãos municipais, estaduais e federais. Jamais começaríamos uma construção deste porte sem as autorizações necessárias”, declarou. Ele afirmou que a empresa fará o reflorestamento na área com a plantação de diversas espécies, inclusive Pau-brasil. “Já fizemos três reuniões com a associação de moradores. A última aconteceu na Câmara Municipal de Petrópolis, onde mostramos que a construção não será prejudicial. O problema das enchentes é uma questão geral da cidade e não da área em questão. O que temos que fazer é buscar uma solução para toda a extensão do rio, que está assoreado”, disse ele, salientando que já foi feito um pedido ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e à Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis para que seja feita uma limpeza do rio. “Propomos à prefeitura uma Parceria Público Privada, para minimizar o problema”. Ele ressaltou, também, que a instalação do condomínio na região vai levar benefícios aos moradores, promovendo o desenvolvimento da área.
Consultada sobre a liberação da faixa marginal de proteção do Rio Piabanha, a Superintendência Regional do Inea afirmou que já esteve no local e que a obra está regular, respeitando as exigências do órgão, conforme prevê a legislação ambiental. A Coordenadoria de Fiscalização também informou que a obra está licenciada.
Aline Rickly
Redação Tribuna

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Detonações de rochas na subida da Serra: primeira interdição durou 12 minutos


Foto:Alexandre Carius


















Na manhã desta terça-feira (29), começou na Br-040 o processo de detonação de rochas, para a abertura do túnel que irá interligar os trechos dos quilômetros 87,5 e 79 da pista de descida da Serra de Petrópolis, no que irá compor em 2016 o trajeto da nova pista de subida da Serra.
Por volta das 10h, a Rodovia Federal foi interditada no trecho do km 87. A previsão da concessionária era de que a passagem de veículos fosse impedida durante uma hora. Mas, como a explosão controlada não trouxe resíduos para a pista, o trecho foi liberado logo após a detonação, sem causar engarrafamento.
Saiba como foi a explosão
No início da manhã, os operários e técnicos da Concer, concessionária que administra o trecho de concessão Rio de Janeiro – Petrópolis – Juiz de Fora, posicionaram cones a partir do km-87, preparando a rodovia para a interdição total, programada para as 10h. O trecho ficou em meia pista.
Uma sirene disparou comunicando que a passagem no trecho deveria ser interrompida. Depois de se certificar que nenhum veículo passaria mais pelo trecho, o presidente da concessionária, Pedro Jonsson, acionou o dispositivo que detonou a explosão. O forte estrondo abriu a pedra que impedia que as escavações começassem e derrubou ainda algumas árvores. No entanto, nenhum resíduo da explosão veio para a pista, como a própria concessionária acreditava que poderia acontecer. “A explosão foi um sucesso. Colocamos uma manta de proteção justamente para dissipá-la e funcionou muito bem, melhor do que tínhamos previsto. A expectativa era de que o trecho ficasse fechado por uma hora, para que limpássemos a rodovia”, afirmou.
Como não houve resíduos, o trecho foi liberado logo após os técnicos checarem o local onde as pedras foram detonadas. Trabalho que não durou mais do que doze minutos. Em seguida os carros foram liberados para trafegar no trecho, sem que houvesse tempo para a formação de engarrafamentos. 
Depois do processo de detonação de rochas, a Concer estima que serão escavados aproximadamente quatro metros diários, em ambos sentidos do túnel. “O grande problema é alcançar o espelho das rochas. Depois que isso acontece o ritmo de escavação é rápido. Nosso maior trabalho é o processo de detonação, mas as construções de contenções de encosta (30 ao todo) que deverão sustentar os trechos da na nova pista”, explica Pedro Jonsson, que afirma ainda que as obras, que tem prazo de conclusão para o dia 18 de junho de 2016, representam o início de um trabalho que deveria ter sido realizado há 20 anos, levando em consideração o tempo de uso da rodovia e o fluxo de veículos que ela recebe hoje. “Essa pista foi construída em 1928. A nova pista tem projeto com validade prevista até 2050”, disse Jonsson.
Vinícius Ferreira
Redação Tribuna

Alerj instala CPI para fiscalizar obras na serra

Foto: Divulgação
O aporte de mais de R$ 600 milhões do governo federal, sem licitação, para uma empresa particular executar a nova pista de subida da Serra, é um dos focos da Comissão Especial Parlamentar instalada nesta terça-feira (29.10) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para fiscalizar a obra. Presidida pelo deputado Bernardo Rossi (PMDB), a Comissão vai visitar as obras, inclusive os trechos onde as detonações de rochas começaram a ser realizadas nesta terça-feira.
Na primeira reunião da Comissão, os deputados deliberaram a requisição de documentos tanto da Concer, concessionária que administra a Rio-Petrópolis-Juiz de Fora, quanto dos órgãos públicos que autorizaram a execução da intervenção e que mantém a promessa de envio de verba para a nova pista de subida da Serra.
Estão sendo notificados a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Secretaria estadual do Ambiente, Ibama, Instituto Estadual do Ambiente, Ministério das Cidades e Ministério dos Transportes.
- A União assinala que vai dar R$ 700 milhões para a obra, já orçada em mais de R$ 1 bilhão. A empresa responsável pela obra é a Triunfo que mantém o controle acionário da Concer. E absolutamente irregular o dinheiro público ser usado em uma obra sem licitação", aponta Bernardo Rossi.
Outro ponto é o cronograma das obras que a própria Concer estipulou e que não está sendo seguido. As detonações para a  construção do túnel que seria a quarta etapa da obra foram iniciadas.  A primeira intervenção, a nova praça de pedágio em Caxias não foi concluída e as etapas 2 e 3 sequer começaram. "Enquanto isso, a ligação Bingen-Quitandinha, continua sendo a etapa final apesar de ser fundamental para a cidade. Ela poderia ser feita independente das obras estarem ou não prontas", sustenta Bernardo Rossi.
A Comissão é formada pelos deputados Luiz Paulo (PSDB), Dica (PMDB), Átila Nunes (PSL),  Marcelo Simão (PMDB), Geraldo Moreira (PTN), Bruno Corrêa (PDT), Xandrinho (PV), André Ceciliano ( PT) e Samuquinha (PR).
O resultado do trabalho da Comissão que além dos 120 dias
regulamentares poderá ser prorrogada por mais 90 será todo encaminhado ao Ministério Público Federal que já tem dois procedimentos abertos: um sobre a totalidade da obra e outro específico da questão ambiental.
- A obra é essencial, mas não queremos que a Concer, que só tem R$ 280 milhões para iniciar nova pista que ela mesma orçou em R$ 1 bilhão transforme toda a subida da Serra em um canteiro de obras e depois a conclusão da intervenção fique atrelada a uma prorrogação do contrato da concessionária que termina daqui a oito anos. Tememos pela viabilidade da obra, pela qualidade da nova pista, pelo aumento do pedágio", completa Bernardo Rossi.

Pedro do Rio: famílias ficam em áreas de risco




Foto: Aline Rickly






















Dois anos após a tragédia da Região Serrana em que centenas de casas foram destruídas e interditadas, duas famílias de Pedro do Rio, que tiveram suas residências condenadas, ainda não conseguiram o benefício do aluguel social. Durante todo esse período, elas cobram uma posição da Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac). Na semana passada, foram informadas de que não vão receber o benefício. Atualmente, 500 famílias petropolitanas recebem o benefício proveniente da parceria entre a prefeitura e o governo federal, 876 pela parceria com o governo do estado e 426 famílias recebem o benefício pago somente pela prefeitura.
Rejane Miranda Natalino, de 31 anos, mora com os dois filhos (um menino de nove anos e uma menina de 5 anos) e o marido, às margens da BR-040, na altura do Km 54. Em 2011, uma barreira caiu e atingiu um dos cômodos da casa, onde fica a cozinha. “Na ocasião, a Defesa Civil pediu para que procurássemos a casa de parentes ou amigos. Disseram que, se chovesse forte de novo, ia cair mais terra e poderia chegar até meu quarto”, relatou ela, destacando que o laudo da interdição só foi expedido um ano depois da queda da barreira, em 3 de janeiro de 2012. Segundo ela, a justificativa era que havia muitas ocorrências e não tinha como uma equipe comparecer ao local. 
Rejane contou que os filhos dormem no mesmo quarto que ela e o marido, pois é o cômodo mais distante da barreira. “Mas fomos alertados pela própria Defesa Civil que, se cair de novo, pode chegar até o quarto. Além disso, me chamaram atenção dizendo que o chão é de saibro e pode desmoronar a qualquer momento”, contou. Quando chove, a família inteira fica nervosa com receio de que algo pior aconteça. “Na madrugada de segunda-feira, quando ventou muito, não dormimos, porque ficamos com medo de vir um temporal e derrubar tudo”. Todos os meses, Rejane liga várias vezes para a Setrac, em busca de alguma novidade sobre o benefício. “Queremos ir morar em um local seguro, mas sem o aluguel social não temos condições”, afirmou ela, ressaltando que apenas o marido trabalha em casa, fazendo biscates em obras.  Além dessa questão, Rejane sofre também com os boatos de que a Concer vai desapropriar a área e tirar os moradores do local. “Por enquanto, só ouvi dizer, não recebi nenhuma notificação oficial”, revelou. 
Eliana Silva Ramos, de 29 anos, morava na Rua Eugênio Zanata, também em Pedro do Rio, quando uma pedra e uma barreira deslizaram e atingiram o quarto onde ela dormia com o filho, em dezembro de 2010. “Eu senti um tremor e meu marido gritou dizendo para eu correr. Peguei meu filho e fomos para casa da minha mãe, onde estamos até hoje. Em casa, não tem como ficar, porque há risco de acontecer outro deslizamento. Na chuva da semana passada, uma pedra rolou e atingiu a parede do meu banheiro”, contou. Eliana disse que um profissional da Setrac estava acompanhando todo o caso, desde o início, mas que ele não está mais na prefeitura e os atendentes não encontram o cadastro dela. “Quando ele trabalhava lá, sempre mostrava o lugar que estávamos na fila de espera no computador. Da última vez que pedi para ver, me disseram que não era possível. Sem contar as inúmeras vezes que me desloquei de casa, paguei passagem e quando cheguei no Centro de Cidadania em Itaipava afirmaram que o sistema estava fora do ar”, comentou.
Aline Rickly
Redação Tribuna

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Após cinco horas sem luz, moradores de Madame Machado bloqueiam BR-495 em manifestação

Foto: Reprodução
Problemas com a rede elétrica deixaram moradores de Madame Machado, em Itaipava, sem luz  durante a tarde de domingo. Irritadas com o problema, cerca de cem pessoas, em ato de manifestação, bloquearam por quase uma hora a Rodovia BR-495, que liga Petrópolis a Teresópolis. Os manifestantes incendiaram pneus no meio da rodovia. Uma equipe do 15º/2GBM combateu as chamas. O serviço de energia só foi restabelecido na região quando a Polícia Militar, que acompanhava a manifestação acionou a concessionária.
Segundo os moradores, por volta das 17h de domingo, um apagão deixou o bairro sem energia elétrica. Após cinco horas tentando acionar a Ampla (concessionária responsável pelo abastecimento de energia no município) e de ouvir que o problema só seria solucionado em 24 horas, os moradores caminharam pelas ruas do bairro, convocando várias pessoas até reunir um número aproximado de cem indivíduos, para protestar na rodovia Philuvio Cerqueira, a BR-495.
A via chegou foi interditada por volta das 22h, impedindo a passagem de motoristas nos dois sentidos. Um grupo de moradores colocou pneus como obstáculos e mais tarde atearam fogo. Um equipe do 15º/2 Grupamento do Corpo de Bombeiros (Itaipava) foi acionada para conter as chamas. A Polícia Militar também esteve na região para evitar qualquer conflito. Segundo informações da Polícia e do Corpo de Bombeiros a manifestação seguiu pacífica, sem qualquer confronto com as autoridades. 
Segundo José Quintela, da Associação de Moradores do Vale do Cuiabá, foi a própria Polícia Militar quem acionou a concessionária, que veio a restabelecer o serviço por volta das 23h. “Infelizmente foi necessário um protesto para prestarem o serviço, caso contrário teriam deixado a comunidade sem energia até o dia seguinte”, afirma o morador, que chama atenção para o problema ocasionado pelo fim da subestação e do escritório de Itaipava da concessionária. “Quando a subestação e o escritório ficavam em Itaipava, problemas como de ontem eram rapidamente resolvidos. Hoje, no entanto, é necessário seguir até o Centro Histórico, quase 40 quilômetros e a demora no atendimento tem sido cada vez maior”, explica.
O morador relata ainda problemas na iluminação pública tanto no Madame Machado quanto no Vale do Cuiabá. “Tem trechos, especialmente em áreas rurais, onde já solicitamos a substituição de lâmpadas ou a instalação de luminárias e até hoje não obtivemos resposta. Há alguns meses um senhor morreu atropelado em um desses trechos sem iluminação pública”, informa.
Vinícius Ferreira
Redação Tribuna  

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Casas populares: Estado entrega terrenos à prefeitura

Foto: Divulgação


















Dois terrenos – na Mosela e em Benfica – destinados à construção de casas para atender as vítimas da tragédia de janeiro de 2011 serão entregues ao governo municipal, para que o prefeito Rubens Bomtempo possa construir as casas utilizando recursos do programa Minha Casa, Minha Vida. O anúncio foi feito ontem, na visita do vice-governador, Luiz Fernando Pezão, no Quitandinha, durante inauguração de um muro de contenção.
Questionado sobre a promessa de construção das casas pelo Governo do Estado, conforme anúncio feito nos meses seguintes à tragédia, o secretário de estado de Obras, Hudson Braga, explicou que a empresa vencedora da licitação não conseguiu cumprir as determinações da Caixa Econômica Federal (CEF) e acabou abandonando o projeto. “Por conta disto, e a pedido do prefeito, estamos entregando os terrenos para que ele construa as casas”. 
O prefeito Rubens Bomtempo confirmou que está recebendo os terrenos, que passam a fazer parte do programa de construção de casas populares. Ele lembrou que desapropriou dois terrenos, um no Carangola e outro no Caetitu, onde serão construídas mais de 1800 casas para atender famílias vítimas de tragédia na cidade. 
Com a entrega dos terrenos, o governo do estado vai se responsabilizar por repassar os recursos para obras de infraestrutura, conforme convênios que serão assinados. O vice-governador deixou claro que a administração da obra e a fiscalização cabem ao governo local, que, segundo ele, conhece a realidade e as necessidades, cabendo ao estado garantir os recursos necessários. 
“Quem tem que zelar pelas cidades são os prefeitos e as câmaras municipais. O governo do estado não pode assumir esta responsabilidade”, frisou Luiz Fernando Pezão, lembrando que após a tragédia de janeiro 2011 ficou 35 dias em Nova Friburgo, pois o prefeito na época estava doente, fora do país, e ao vice a Câmara não dava posse. “Quem saiu prejudicado foi a população de Friburgo”. 
Em Petrópolis a situação não foi diferente, pois na época o governo Paulo Mustrangi entregou a responsabilidade pela execução e fiscalização das obras no Vale do Cuiabá e região ao governo do estado, que passou a atuar através de várias secretarias e outros organismos, como o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Como não havia respostas por parte da administração municipal passada e a população contestava as ações do Inea, os moradores procuraram ajuda na Câmara Municipal, onde foi feita a CPI da Chuva, e do bispo de Petrópolis na época, Dom Filippo Santoro, hoje arcebispo da Arquidiocese de Taranto. 
A CPI da Chuva, presidida pelo ex-vereador João Tobias, constatou que os governo do estado e municipal não fizeram nada para atender a população do Cuiabá e região e que a principalmente reivindicação, a construção das casas, não saía do papel. Como resultado desta CPI, foi criada a Comissão Especial sobre as obras no Cuiabá, presidida pelo vereador Silmar Fortes, e a Comissão Especial de Acompanhamento das Verbas, presidida pelo ex-vereador Wagner Silva. 
Na atual legislatura, as duas comissões passaram a ser apenas uma, presidida pelo vereador Silmar, que a partir da próxima semana inicia uma série de reuniões setoriais para cobrar a responsabilidade de cada ente público sobre as obras do Vale do Cuiabá. A conclusão do vereador é de que até agora, apesar das muitas reuniões, “percebemos que muito pouco foi feito e que as críticas à postura do Inea continuam”. 
Em resposta aos pedidos de ajuda, Dom Filippo Santoro realizou três audiências públicas em Petrópolis, onde cobrou do governo do estado e do município uma solução para o atendimento as vítimas do Cuiabá. Um dos resultados desta audiência foi a criação da Frente Pró-Petrópolis (FPP), coordenada por Philipe Guedon e que tem como objetivo discutir o planejamento da cidade e não deixar cair no esquecimento o que aconteceu no Vale do Cuiabá. 
Além das audiências públicas e da criação da FPP, Dom Filippo Santoro se reuniu com moradores, associação de moradores, com representantes do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) e do Estado e da Prefeitura na época. Um dos encontros foi com o vice-governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, que naquele momento já reclamava da falta de empenho do governo municipal à época de assumir o controle da situação, fazendo a mesma afirmação que fez ontem na Câmara Municipal.  

Comércio de Corrêas pede limpeza urgente nos rios Piabanha e Bonfim

O leito do Piabanha está comprometido pelo assoreamento. Comerciantes temem repetição de inundações. / Foto: Alexandre Carius

Comerciantes de Corrêas estão preocupados com a proximidade do verão. Segundo eles, é a época em que o rio transborda, atingindo os estabelecimentos e causando prejuízos aos negócios. Além disso, eles afirmam que neste ano, depois das chuvas de março, não houve qualquer medida preventiva de limpeza e dragagem dos rios. A preocupação aumentou depois do temporal de terça-feira, que inundou as ruas Coronel Veiga, Washington Luiz e Imperador. 
Rafaelle Di Gregório, de 83 anos, é comerciante em Corrêas desde 1949. Ele tem uma loja de materiais de construção na Estrada União e Indústria,  nº 4.538. Rafaelle contou que já perdeu milhões de reais em mercadorias, em todos esses anos. “Estamos pedindo que seja tomada uma providência. O rio está assoreando, cheio de entulho, e não foi feita nenhuma limpeza em 2013. Corrêas sofre há anos com essa situação”, disse. Rafaelle já chegou a perder R$ 150 mil em produtos, em uma das vezes que a loja encheu. “O problema é que chove de repente, não dá para prever”, destacou ele, que já suspendeu alguns pontos da loja, a fim de diminuir a perda de mercadorias. “Mesmo aumentando o nível do piso e colocando as comportas, a água entra pelo ralo e inunda a loja, que tem mais de 4 mil metros quadrados. A água já chegou a uma altura de 1m60”, contou. Ele acrescentou que, geralmente, as inundações acontecem nos meses de dezembro e janeiro. “Nesse ano, estamos com medo, porque a chuva forte chegou mais cedo”, disse. 
O comerciante acredita que a presença de entulhos e moitas de bambu que cresceram às margens do rio são responsáveis por destruir a passagem. “Quando estamos no período de seca, não causam problemas devido ao baixo nível do rio, mas nesta época de chuva o nível do rio cresce consideravelmente e a grande quantidade de lixo fica agarrada nessas moitas, fazendo com que ele transborde”.
Ao lado da loja do Rafaelle, outros comerciantes sofrem com as cheias do rio. Idinaldo de Oliveira, de 50 anos, tem um depósito de bebidas e cereais no mesmo local. Ele relatou que todo ano perde produtos quando o rio transborda. “Como esse ano não fizeram limpeza, já sabemos que provavelmente vamos sofrer”, afirmou. Idinaldo disse que, em 15 anos que está com o depósito, pelo menos umas seis vezes teve que enfrentar as cheias. “Ficamos sempre tensos quando começa a chover, vigiando o rio e levantando as mercadorias”. Ele disse que está preocupado porque o verão ainda não começou e já começaram os problemas.
O posto de gasolina que fica na mesma rua também não escapa das cheias. Segundo o subgerente Adriano Vieira, de 35 anos, a água já chegou à altura da bomba de gasolina. “Tivemos que colocar um degrau para ela não ser atingida, porque é toda digital, se entrar água, estraga”, comentou ele, dizendo que todo ano as chuvas causam transtorno. “Quando inunda o posto, dá muito trabalho porque temos que desmontar as bombas e fazer manutenção, porque entra areia e lixo”, revelou. 
Aluizio Gomes Araújo é vendedor de uma farmácia onde a solução foi criar um ambiente com 0,73cm a mais. “Deixamos os remédios no alto para tentar amenizar o prejuízo, mas mesmo assim em março a chuva atingiu 0,89cm e chegamos a perder algumas caixas”, comentou. O vendedor ressaltou que, nessa época, ele opta por diminuir o número de produtos que ficam na parte de baixo da farmácia.  

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Chuva deixa desabrigados em Petrópolis

Terça, 22 Outubro 2013 11:52
O município de Petrópolis está em estado de alerta por conta da chuva. De acordo com o último boletim da Secretaria de Proteção e Defesa Civil, quatro pessoas ficaram desabrigadas e cinco desalojadas. Elas foram levadas para abrigos da prefeitura. Treze ocorrências de deslizamentos e quedas de árvore foram registradas. Não houve mortes.
Ainda segundo a Defesa Civil de Petrópolis, o período mais crítico foi a partir das 3h45, quando choveu 100 milímetros em menos de 45 minutos em todo o município. Nove sirenes do sistema de alerta e alarme foram acionados nos bairros. Houve inundação nas ruas do Imperador e Coronel Veiga.
Os rios Quitandinha e Piabanha voltaram ao estágio de atenção às 7h15. O Rio Quitandinha chegou a entrar em alerta máximo devido ao risco de transbordamento por volta das 4h. Já o Piabanha estava em alerta, devido a chuvas intensas e à subida do nível do rio acima do normal, desde as 4h20.
Segundo o sistema de alerta de cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), todos os rios e lagoas da região serrana seguem em estágio de atenção, que indica alta probabilidade de chuva moderada nas próximas horas.
O prefeito de Petropólis, Rubens Bomtempo, e o secretário de Proteção e Defesa Civil, tenente-coronel Rafael Simão, estão percorrendo os locais atingidos.
No caso de qualquer sinal de instabilidade em casas ou terrenos, a Secretaria de Proteção e Defesa Civil recomenda que os moradores liguem para o telefone 199, solicitando uma vistoria preventiva. A ligação e o serviço são gratuitos.
As fortes chuvas que se caíram na madrugada desta terça-feira causaram prejuízos no comércio do Centro. Nas ruas do Imperador e Washington Luís, a água chegou há uma altura de cerca de 50 cm. Segundo informações da Secretaria de Proteção e Defesa Civil, o período mais crítico foi a partir das 3h45, quando choveu 100 milímetros em menos de 45 minutos. As lojas mais atingidas ficam concentradas entre os número 80 da Washington Luís – próximo a concessionária Dubby -, e o número 487, perto do Obelisco. Apesar disso, o comércio está funcionando.

Tanto o lado par, quanto o lado ímpar do Rua do Imperador foram atingidos. Segundo Natália Oliveira, funcionária de uma loja de embalagens, mais de R$ 20 mil foram perdidos em mercadoria. “Todo o ano é a mesma coisa. Começa a chover e temos prejuízos. Nunca vi uma chuva dessa proporção em outubro. Perdemos computadores que compramos em março, quando a loja também ficou alagada”, contou.
O jornaleiro, que trabalha numa banca entre a Rua do Imperador e Nelson de Sá Earp, reclama “Perdemos uns R$ 700 em material. Isso é muito, considerando que a mercadoria é barata”, declarou. 
Já a funcionária de uma loja de material de construção, que trabalha da Washington Luís, Fernanda Esteves disse não ter sido atingida dessa vez. “Não tivemos prejuízos, só teremos que limpar a calçada. Infelizmente é uma rara exceção, já que toda vez que chove temos que somar o que foi perdido”, contou.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

CMN cria linhas de crédito para combater mudanças climáticas

O Conselho Monetário Nacional (CMN) criou linhas de crédito, diminuiu juros e aumentou prazos para o financiamento de atividades econômicas com impacto reduzido sobre o clima, custeadas com recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC). O anúncio foi feito hoje (30). O fundo tem R$ 920 milhões disponíveis para empréstimos em 2013 e 2014.

As três linhas instituídas atenderão a projetos com os temas cidades sustentáveis, preservação de florestas nativas e gestão de carbono.
Elas serão acrescidas às sete existentes, que envolvem questões como o combate à desertificação e energias renováveis. O CMN também reduziu os juros, de 5% a 9,5% para 4% a 7,5% ao ano, e elevou prazos de reembolso para parte das linhas.

De acordo com João Rabelo, secretário adjunto da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, nos próximos dias o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicará norma com mais detalhes sobre a aplicação das novas taxas de juros.

O colegiado também ampliou prazos para renegociação de dívidas. Os produtores de arroz, cujo limite para renegociar terminaria hoje, 30 de agosto, poderão aderir até 30 de novembro. Quem tem débitos com recursos do Fundo de Terras e Reforma Agrária poderá renegociá-los até 30 de abril de 2014. O prazo anterior era 30 de novembro deste ano.

A reunião desta segunda-feira também beneficiou produtores de maçã, que obtiveram o direito de contratar novo financiamento com recursos do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), antes da quitação do empréstimo em vigência. Segundo João Rabelo, o principal objetivo é permitir que eles acessem a recursos para investimento e irrigação.

Fonte:

Mariana Branco
Agência Brasil
30/09/2013

Entre as 100 maiores cidades do país, apenas três garantem coleta de esgoto para toda sua população

Entre as 100 maiores cidades brasileiras, apenas três oferecem coleta de esgoto a 100% da população: Belo Horizonte (MG), Franca (SP) e Santos (SP). Outras 24 ainda apresentam taxas acima de 90%.

Mas o Brasil ainda está longe de garantir a universalização do serviço para seus habitantes. A média de oferecimento de coleta de esgoto nas maiores cidades - onde vivem 78 milhões de brasileiros - foi de 61,4%, contra apenas 48,1% em todo o país.
O saneamento básico é considerado como item primordial para evitar alguns tipos de doenças. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cada R$ 1 investido em saneamento gera economia de R$ 4 na área de saúde.

Assusta o fato de que várias capitais brasileiras estão entre as cidades que têm as menores taxas de fornecimento. Em Porto Velho, por exemplo, apenas 2,7% da população tem acesso à coleta. Macapá (6%), Belém (8,1%) e Teresina (16%) também se destacaram negativamente.

Os dados fazem parte de ranking de saneamento feito pelo o Instituto Trata Brasil, com base no Snis - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do governo federal.

Fonte:

Marina Pinhoni
Exame
02/10/2013

Educação brasileira fica entre 35 piores em ranking global

O Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) é mais um órgão internacional a martelar o que mesmo as autoridades brasileiras reconhecem: quando se trata de educação, o Brasil está mais perto dos piores exemplos do mundo do que dos melhores. Em seu Relatório de Capital Humano, o WEF colocou o país na 88ª posição de um total de 122 países quando se trata de educação.
Isso nos coloca mais perto dos lanternas Burkina Faso (121º) e Iêmen (122º) do que da Finlândia (1º) e Canadá (2º), que lideram neste indicador. Olhando a lista de maneira invertida, pode-se dizer que o país tem o 35º pior desempenho em educação.

Para chegar a esta nada honrosa posição, o Brasil falhou principalmente na qualidade do ensino em matemática e ciência, quando de fato ficou entre os 15 piores do mundo, em 112º lugar (veja tabela detalhada abaixo).

Matemática já era a pior disciplina entre os brasileiros atestada no último Pisa, exame realizado com alunos de 65 países do globo cujo resultado mais recente é de 2010. O Brasil ficou então em 57º na disciplina.

EDUCAÇÃO LEVA O BRASIL PARA BAIXO
O chamado Índice de Capital Humano, do WEF, mede o quanto os países permitem que o desenvolvimento de seus habitantes se converta em vantagem econômica.

A educação é a principal culpada por deixar o Brasil na 57º colocação geral de qualidade de mão-de-obra, já que nos demais indicadores - como emprego e ambiente estrutural - o desempenho brasileiro fica até 12 casas abaixo.

Não só isso: Brasil está melhor que a média da América Latina e de países de mesmo nível de renda em todos os pilares do índice. Menos, claro, em Educação.

Fonte:

Marco Prates
Exame
02/10/2013

Pesquisadores alertam sobre necessidade urgente de proteger os oceanos

Estima-se que 41% dos mares e oceanos do planeta se encontrem fortemente impactados pela ação humana, segundo estudos. Trata-se de um problema grave que não tem recebido a merecida atenção. Um exemplo está no ritmo de implementação da diretriz relativa à proteção marinha definida pela CDB - Convenção sobre Diversidade Biológica, da ONU - Organização das Nações Unidas.

Aprovada por 193 países mais a União Europeia durante a 10ª Conferência das Partes da CDB, realizada em Nagoya, Japão, em outubro de 2010, essa diretriz estabeleceu que, até 2020, pelo menos 10% das áreas costeiras e marinhas, especialmente aquelas importantes por sua biodiversidade, deveriam estar protegidas.
Decorrido quase um terço do prazo, porém, as chamadas APMs - Áreas de Proteção Marinha não cobrem mais do que 1,17% da superfície dos mares e oceanos do planeta. Dos 151 países com linha de costa, apenas 12 excederam os 10%. E a maior potência do mundo, os Estados Unidos, dotada de extensos litorais tanto no Atlântico como no Pacífico, não aderiu ao protocolo.

As informações, que configuram um alerta urgente, estão no artigo Politics should walk with Science towards protection of the oceans (“A política deve caminhar com a ciência na proteção dos oceanos”), assionado pelo brasileiro Antonio Carls Marques, professor associado do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, e pelo uruguaio Alvar Carranza, pesquisador do Museu Nacional de História Natural, do Uruguai. Enviado ao Marine Pollution Bulletin, o texto, que será publicado como editorial da versão impressa do periódico, estádisponível on-line.

O artigo também destaca que, com uma das mais extensas costas do mundo – de 9.200 quilômetros, se forem consideradas as saliências e reentrâncias –, o Brasil possui apenas 1,5% de seu litoral protegido por APMs. Além disso, 9% das áreas consideradas prioritárias para conservação já foram concedidas a companhias petroleiras para exploração. As costas altamente povoadas dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro concentram a maioria das reservas de petróleo do país.

Os dados publicados são derivados de dois projetos apoiados pela FAPESP e coordenados por Marques: um projeto de Auxílio à Pesquisa – Regular, que apoia a Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (Sisbiota Mar), e um Projeto Temático para pesquisar fatores que geram e regulam a evolução e diversidade marinhas.

“Como um expediente para cumprir a meta, alguns governos têm criado Áreas de Proteção Marinha gigantescas, mas em torno de ilhas ou arquipélagos praticamente desabitados, muito distantes do próprio país”, disse Marques à Agência FAPESP.

“A maior APM do mundo, situada no arquipélago de Chagos, tem mais de meio milhão de quilômetros quadrados. É uma área enorme, que cumpre, com sobra, a meta do Reino Unido”, disse. O arquipélago faz parte do Território Britânico do Oceano Índico.

“Porém a população dessa área se resume ao contingente rotativo de uma base britânica. A ninguém mais. Além disso, as características da área, situada no meio do Oceano Índico, em nada correspondem à biodiversidade do Reino Unido”, prosseguiu.

Embora reconheça o valor de uma APM como essa, Marques argumenta que sua criação não é necessariamente efetiva em termos de preservação ambiental. Segundo ele, cumpre-se o aspecto quantitativo, mas não o qualitativo, ou seja, não oferece proteção efetiva ao litoral do país onde está a maior parte de sua população. E o que é mais grave, segundo Marques, é que o mesmo expediente foi adotado em todas as outras grandes APMs criadas recentemente.

“Verificamos, e divulgamos em nosso artigo, que a população média das 10 maiores APMs do mundo, computada em raios de 10 quilômetros em torno das mesmas, é de apenas 5.038 pessoas”, informou Marques. E essa média é puxada para cima por apenas duas APMs, a Reserva Marinha de Galápagos (Equador) e o Parque Nacional da Grande Barreira de Corais (Austrália), ambas com pouco mais de 25 mil habitantes. A população total das demais APMs não chega a 4 mil indivíduos, sendo nula em três delas.

“Para os governos, é uma medida muito cômoda criar áreas de proteção ambiental em regiões como essas, porque o desgaste socioeconômico de tal implementação é baixíssimo. Exceto por uma ou outra indústria pesqueira, ninguém vai reclamar muito. É uma situação muito diferente da que ocorreria se as APMs fossem criadas nos litorais dos respectivos países”, disse Marques.

O pesquisador ressalta que essas áreas remotas são úteis, como nas APMs de Galápagos e da Barreira de Corais, pela especialidade dos ecossistemas protegidos. Mas as APMs não seriam representativas da gama de ambientes dos países.

FRACASSOS E SUCESSOS
“Nossa principal intenção ao escrever o artigo foi destacar que existe uma necessidade de proteção, que pode ser parcialmente atendida pela meta de 10%, mas essa proteção tem que respeitar os ambientes reais dos países. Não basta alcançar o número sem que haja uma correspondência entre quantidade e qualidade”, disse Marques.

O pesquisador conta que, ao enviar o artigo para o Marine Pollution Bulletin, um de seus objetivos foi estabelecer uma interlocução com o editor do periódico, Charles Sheppard, da University of Warwick, no Reino Unido. Sheppard é considerado uma das maiores autoridades em conservação marinha do mundo e foi um dos mentores da APM britânica do arquipélago de Chagos.

“A resposta do professor Sheppard foi a mais positiva que eu poderia esperar, tanto que ele decidiu publicar nosso artigo como editorial do Marine Pollution Bulletin.

De acordo com Marques, os dados básicnos e as análises gerados pelos cietistas são vitais para o melhor uso dos recursos, ao estabelecer áreas de preservação.

“É necessário entender se a área é a ideal para ser protegida do ponto de vista evolutivo, genético, biogeográfico, ecológico etc. Há exemplos de sucesso em que isso foi observado e exemplos de fracassos em que foi ignorado. O melhor cenário possível é aquele em que cientistas, técnicos e políticos participam francamente do processo”, disse.

Fonte:

José Tadeu Arantes
Agência Fapesp
03/10/2013

Uma em cada oito pessoas passaram fome nos últimos dois anos, diz ONU

Pare para pensar no absurdo desta informação: uma em cada oito pessoas no mundo sofreram de fome crônica entre 2011 e 2013. Segundo a FAO*, segmento da ONU responsável pela Alimentação e Agricultura, 842 milhões de pessoas passaram por esta situação deplorável e mais: menos de 2% desse total vive em países desenvolvidos.

O número é menor do que o registrado entre 2010 a 2012, mas é fato que muito precisa ser feito para que a proporção de pessoas com fome seja reduzida à metade, como os ODM - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela ONU, determinam. Até hoje, 62 países - incluindo o Brasil - já alcançaram a meta e outros seis estão bem encaminhados.
O estudo "Situação de Insegurança Alimentar no Mundo" - lançado recentemente em parceria pela IFAD - Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola e pelo PMA - Programa Mundial de Alimentação -, aponta que a África Subsaariana teve avanço pouco satisfatório e continua sendo a região com maiores índices de subnutrição. Lá, uma em cada quatro pessoas passa fome.

Ainda segundo o estudo, os países em desenvolvimento tiveram papel fundamental na diminuição da fome: o crescimento econômico aumentou a renda e o acesso à comida. A Ásia Oriental, o sudeste da Ásia e a América Latina foram protagonistas deste cenário. Porém, nenhum progresso foi observado na Ásia Ocidental.

Os presidentes das três organizações - José Graziano da Silva (FAO), Kanayo F. Nwanze (IFAD) e Ertharin Cousin (PMA) - acreditam que a melhoria da produtividade agrícola deve ser o foco principal das ações futuras. Segundo eles, "quando combinadas com proteção social e outras medidas que aumentam a renda de famílias pobres podem ter efeito ainda mais positivo [...] resultando em crescimento econômico equitativo".

*FAO

Fonte:

Jéssica Miwa
Planeta Sustentável
03/10/2013

Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões para dar fim adequado a resíduos sólidos, diz associação

O Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões para, de forma adequada, coletar todos os resíduos sólidos e dar fim a esse material em aterros sanitários. O dado foi divulgado nesta quinta-feira, 3, pela Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

De acordo com a entidade, caso o país mantenha o ritmo de investimentos na gestão de resíduos registrado na última década, a universalização da destinação final adequada deverá ocorrer apenas em meados de 2060. "No atual ritmo, chegaremos a agosto de 2014 com apenas 60% dos resíduos coletados com destino ambientalmente correto", destaca Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe.
A PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê para agosto de 2014 o fim da destinação inadequada de resíduos. Dados da Abrelpe mostram que há ainda cerca de 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos com destinação inadequada no país. "Se não contarmos com esforços conjuntos e recursos disponíveis para custear o processo de adequação, corremos o risco de ver o principal ponto da PNRS não sair do papel", destacou o diretor.

Segundo a associação, a aplicação de 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor de resíduos seria suficiente para as adequações necessárias.

Fonte:

Bruno Bocchini
Agência Brasil
04/10/2013

Reciclagem é tema de grande evento em SP

De 08 a 10/10, a 8ª edição da ExpoSucata – Feira e Congresso Internacional de Negócios da Indústria de Reciclagem, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, apresentará novidades para as áreas de reciclagem e resíduos sólidos, em escala industrial.

Reunindo 120 marcas expostas, o evento é o maior do setor na América Latina. No Brasil, o mercado de reciclagem movimenta R$ 35 bilhões, mas é possível crescer mais, já que o descarte incorreto consome R$ 8 bilhões.
Palestras e debates também fazem parte da programação:
- Daniel Enrique de Castro, professor da CEFET de Minas Gerais, falará sobre reciclagem de automóveis
- Leonardo Miranda, professor da Universidade Federal do Paraná, discorrerá sobre aplicações de resíduos de construção e demolição em obras;
- Ana Lucia Carvalho, responsável pelos programas de reciclagem residencial e compostagem comercial da cidade de San Diego, nos EUA, dividirá suas experiências nos dias 8 e 9/10.
- A Política Nacional de Resíduos Sólidos  será amplamente debatida por Diógenes Del Bel, da Abetre – Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos, Arthur Granato, da Nortec, e Gilmar do Amaral, da ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do Plástico.

Paralelas à ExpoSucata, serão realizadas quatro feiras:
- MercoApara, que atende o setor de papéis;
- Reciclaplast, voltada ao setor de plástico;
- ExpoLixo, com alternativas para diminuição de lixo doméstico e industrial e
- RCDExpo (esta é a primeira edição), especializada em resíduos para construção e demolição.

ExpoSucata 2013
Data: 08 a 10/10
Local: Centro de Exposições Imigrantes
Endereço: Rodovia Dos Imigrantes, Km 1,5 – Jabaquara, São Paulo/SP
Informações no site do evento ou pelo telefone (11) 5535-6695

Fonte:

Redação
Planeta Sustentável
04/10/2013

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Petrópolis é indicada para integrar bilhete único intermunicipal

Foto: Reprodução


















Com objetivo de garantir a participação de Petrópolis no bilhete único intermunicipal do Estado do Rio, o deputado estadual, Luiz Paulo Correa (PSDB), apresentou projeto e uma indicação, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) com o mesmo propósito. O projeto está em tramitação na Alerj e a indicação foi encaminhada ao Governador Sérgio Cabral para que envie mensagem a Assembleia incluindo o município no programa do bilhete único.
Ofício encaminhado pelo presidente da Alerj, deputado Paulo Mello ao governador, comunica a aprovação da indicação solicitando o envio de mensagem alterando a redação do anexo único da Lei número 5628, de 29 de dezembro de 2009, aprovada em 13 de agosto de 2013. O deputado justifica a apresentação da indicação afirmando que Petrópolis “foi duplamente punido: com a perda do seu distrito industrial e por ser integrado a Região Serrana, sem qualquer tipo de compensação, visto que não pode mais acessar o Fundo Contábil da Região Metropolitana”. 
Este é um dos argumentos do deputado para sustentar o pedido para o bilhete único, que segundo dados levantados vai beenficiar mais de 10 mil trabalhadores petropolitanos que sobem e descem todos os dias a Serra para trabalhar no Rio. Outro argumento do deputado, que segundo ele justifica o bilhete único para os petropolitanos, é a “localização de Refinaria Duque de Caxias- REDUC, do Polo Gás-Químico de Caxias, da construção do Arco Rodoviário, do COMPERJ, e do processo de industrialização desse município vizinho, o petropolitano vem se transformando em cidadão metropolitano, e quiçá, não mais serrano”.
O Bilhete Único é benefício tarifário, com redução das tarifas praticadas nos serviços de transporte intermunicipal, para ser utilizada em no máximo 2h30, com um transbordo e com valor de tarifa fixado em R$ 4,95. Quando se tratar de linha ou serviço intermunicipal com valor superior a R$ 4,95, será debitado do cartão o valor máximo de R$ 4,95 mesmo que não haja integração. O Bilhete Único não é vale-transporte e não substitui legalmente o benefício do trabalhador segundo a lei nº 7.418/85.
De acordo com o artigo 6º. Lei 5.628/2009, os portadores de Vale-Transporte Convencional e Cartão Expresso (incluindo as duas versões do cartão RioCard Jovem) também poderão usufruir do benefício tarifário do Bilhete Único com seus cartões, nas viagens com integração intermunicipal. O Bilhete Único pode ser utilizado em ônibus, barcas, trens, metrô e vans (regularizadas) desde que haja integração intermunicipal entre eles.