sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Comércio de Corrêas pede limpeza urgente nos rios Piabanha e Bonfim

O leito do Piabanha está comprometido pelo assoreamento. Comerciantes temem repetição de inundações. / Foto: Alexandre Carius

Comerciantes de Corrêas estão preocupados com a proximidade do verão. Segundo eles, é a época em que o rio transborda, atingindo os estabelecimentos e causando prejuízos aos negócios. Além disso, eles afirmam que neste ano, depois das chuvas de março, não houve qualquer medida preventiva de limpeza e dragagem dos rios. A preocupação aumentou depois do temporal de terça-feira, que inundou as ruas Coronel Veiga, Washington Luiz e Imperador. 
Rafaelle Di Gregório, de 83 anos, é comerciante em Corrêas desde 1949. Ele tem uma loja de materiais de construção na Estrada União e Indústria,  nº 4.538. Rafaelle contou que já perdeu milhões de reais em mercadorias, em todos esses anos. “Estamos pedindo que seja tomada uma providência. O rio está assoreando, cheio de entulho, e não foi feita nenhuma limpeza em 2013. Corrêas sofre há anos com essa situação”, disse. Rafaelle já chegou a perder R$ 150 mil em produtos, em uma das vezes que a loja encheu. “O problema é que chove de repente, não dá para prever”, destacou ele, que já suspendeu alguns pontos da loja, a fim de diminuir a perda de mercadorias. “Mesmo aumentando o nível do piso e colocando as comportas, a água entra pelo ralo e inunda a loja, que tem mais de 4 mil metros quadrados. A água já chegou a uma altura de 1m60”, contou. Ele acrescentou que, geralmente, as inundações acontecem nos meses de dezembro e janeiro. “Nesse ano, estamos com medo, porque a chuva forte chegou mais cedo”, disse. 
O comerciante acredita que a presença de entulhos e moitas de bambu que cresceram às margens do rio são responsáveis por destruir a passagem. “Quando estamos no período de seca, não causam problemas devido ao baixo nível do rio, mas nesta época de chuva o nível do rio cresce consideravelmente e a grande quantidade de lixo fica agarrada nessas moitas, fazendo com que ele transborde”.
Ao lado da loja do Rafaelle, outros comerciantes sofrem com as cheias do rio. Idinaldo de Oliveira, de 50 anos, tem um depósito de bebidas e cereais no mesmo local. Ele relatou que todo ano perde produtos quando o rio transborda. “Como esse ano não fizeram limpeza, já sabemos que provavelmente vamos sofrer”, afirmou. Idinaldo disse que, em 15 anos que está com o depósito, pelo menos umas seis vezes teve que enfrentar as cheias. “Ficamos sempre tensos quando começa a chover, vigiando o rio e levantando as mercadorias”. Ele disse que está preocupado porque o verão ainda não começou e já começaram os problemas.
O posto de gasolina que fica na mesma rua também não escapa das cheias. Segundo o subgerente Adriano Vieira, de 35 anos, a água já chegou à altura da bomba de gasolina. “Tivemos que colocar um degrau para ela não ser atingida, porque é toda digital, se entrar água, estraga”, comentou ele, dizendo que todo ano as chuvas causam transtorno. “Quando inunda o posto, dá muito trabalho porque temos que desmontar as bombas e fazer manutenção, porque entra areia e lixo”, revelou. 
Aluizio Gomes Araújo é vendedor de uma farmácia onde a solução foi criar um ambiente com 0,73cm a mais. “Deixamos os remédios no alto para tentar amenizar o prejuízo, mas mesmo assim em março a chuva atingiu 0,89cm e chegamos a perder algumas caixas”, comentou. O vendedor ressaltou que, nessa época, ele opta por diminuir o número de produtos que ficam na parte de baixo da farmácia.  

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