segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Petrópolis fica sem solução para o lixo



SEGUNDA, 25 FEVEREIRO 2013 12:50



O aterro de Pedro do Rio já deveria ter sido desativado. Acreditava-se que a solução fosse uma área em Três Rios, mas o projeto ainda não saiu do papel./Foto: Marco Oddone.

Um acordo entre os Municípios de Três Rios, Areal, Levy Gasparian, Paraíba do Sul e Sapucaia que integram o Consórcio Público de Gestão Associada e Integrada de Manejo de Resíduos Sólidos da Região Serrana III, levou a uma alternativa para o destino do lixo: o aterro sanitário de Sapucaia. Petrópolis que também faz parte do consórcio, foi deixado de fora do acordo, e tem como opção mais próxima, agora, a cidade de Seropédica, que fica a 100 quilômetros de distância.



O Consórcio Público de Gestão Associada e Integrada de Manejo de Resíduos Sólidos da Região Serrana III, foi criado em 2009 e tinha como principal objetivo resolver o problema do lixo nas cidades da região. No entanto, Petrópolis acabou sendo impedido de levar o lixo para Sapucaia. Uma das alegações seria a grande quantidade de resíduos produzidos pelo Município (mais de 250 toneladas por dia), cujo montante é mais que o dobro de tudo que é produzido pelas outras cidades. Juntas Três Rios, Areal, Levy Gasparian, Paraíba do Sul e Sapucaia produzem cerca de 100 toneladas. “Se o aterro fosse utilizado apenas por Sapucaia, teria vida útil de 15 anos. Mas como outros Municípios irão participar o tempo baixou para pouco mais de dois anos. E se o lixo de Petrópolis fosse despejado aqui esse tempo diminuiria ainda mais, caindo pela metade”, explicou o prefeito de Sapucaia, Anderson Zanon.



Com um investimento de Furnas de aproximadamente cinco milhões de Reais, o aterro sanitário de Sapucaia (que tem capacidade para receber 480 mil toneladas de lixo) entrou em operação no dia 23 de outubro de 2011. A construção é proveniente do cumprimento de condicionantes impostas pelo IBAMA para a instalação da Hidrelétrica de Simplício.



Segundo o prefeito de Sapucaia, assim que Furnas resolver a questão do tratamento do chorume (que atualmente é tratado na Estação de Águas do Imperador, em Petrópolis) com a construção das Estações de Tratamento de Esgoto em Sapucaia, a administração do aterro passará para o município. “Seria um presente de grego se não fosse o consórcio. A nossa cidade não tem condições financeiras de mantê-lo sem ajuda”, disse.



Para o prefeito de Três Rios, Vinicius Farah, a utilização do aterro sanitário de Sapucaia é uma medida paliativa para os municípios. “A solução é o aterro de Três Rios que será construído. Não houve esvaziamento do consórcio e nem o uso do aterro de Sapucaia impediu que o processo continuasse. As negociações serão retomadas agora março e a expectativa é que em 2014 o aterro esteja funcionando”, disse o prefeito.







Janaína do Carmo



Redação Tribuna



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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Presidente da Comdep é detido acusado por crime ambiental



O presidente da Comdep, Hélio Dias, foi detido na terça-feira na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, no Rio, mas liberado logo em seguida após prestar depoimento e pagar fiança de R$ 5 mil. Ele e o gerente do Aterro Sanitário de Pedro do Rio, o engenheiro Wanderlei da Rocha Branco, foram acusados pelo crime de dano ambiental, já que lixo hospitalar continua sendo despejado no aterro, mesmo com o vencimento da licença de operação em julho do ano passado. Wanderlei também pagou R$ 5 mil e foi liberado.



Hélio Dias anunciou ontem que a Comdep contratará hoje uma empresa do Rio para destinar o lixo hospitalar de Petrópolis. Paralelo a isso, o município dará continuidade à licitação para a compra do incinerador que irá funcionar no aterro. A compra custará entre R$ 180 mil e R$ 200 mil para os cofres municipais.



Atualmente o lixo hospitalar é despejado em uma célula séptica no aterro – solução provisória encontrada pelo governo passado e que teria sido acordada verbalmente com o Inea.



O presidente da Comdep foi notificado ontem pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) sobre a irregularidade no Aterro de Pedro do Rio. No dia 19 deste mês, haverá uma audiência no Rio do presidente da Comdep com representantes do Inea para definir os prazos para resolver o problema do lixo hospitalar no aterro.



Hélio Dias argumentou que a prioridade da Comdep desde que o novo governo tomou posse, no dia 1º de janeiro, foi normalizar a coleta de lixo na cidade. Segundo ele, hoje o serviço está 90% normalizado.

- Eu não posse ser culpado por um possível crime que eu não cometi. Encontramos uma situação caótica na cidade. Nós priorizamos tirar o lixo das ruas. A cidade parecia uma selva com um lixão no meio – disse Hélio Dias.

Bomtempo reclamou da demora na conclusão do aterro sanitário de Três Rios do consórcio formado por sete municípios, entre eles Petrópolis. Segundo o prefeito, o aterro em Três Rios, anunciado em 2009, resolveria o problema do lixo hospitalar em Petrópolis.

- Eu soube na sexta-feira que até hoje não foi adquirido um terreno. Quatro anos se passaram. O presidente do consórcio é o prefeito de Três Rios, Vinícius Farah. Estou tentando entrar em contato com ele – disse Bomtempo.



Procurador aponta irregularidade na detenção



Policiais civis do Meio Ambiente estiveram na terça no aterro, onde constataram a irregularidade. Após ser informado sobre a operação, Hélio Dias foi para o local. Lá, os policiais informaram que ele teria que prestar depoimento na Delegacia do Meio Ambiente, no Rio. Hélio desceu com os policiais e foi surpreendido na delegacia com o aviso de que ficaria detido. Para o procurador geral do município, Marcus São Thiago, a detenção foi irregular.



- Você não pode ser informado dentro da delegacia, após ser chamado para prestar depoimento, que está sendo detido, sem ter levado o seu advogado – disse o procurador.



Bomtempo afirma que ação foi política



O prefeito Rubens Bomtempo afirmou que Hélio Dias foi detido por causa de ações políticas do Inea e da Delegacia do Meio Ambiente, órgãos estaduais. Bomtempo também disse que não aceita “esse tipo de terceiro turno”. Para o prefeito, os órgãos deveriam ter agido no governo passado, já que o lixo hospitalar vem sendo despejado irregularmente desde julho.

- Onde estava o Inea há sete meses? Por que aguardou chegar o novo governo para resolver colocar delegacia e polícia? – disse Bomtempo. – Foi, no mínimo, uma incoerência.



Para Bomtempo, era dever do governo passado levar o assunto ao governo de transição, o que, de acordo com o atual prefeito, não ocorreu.



- Pensei que isso já tivesse sido resolvido. O próprio prefeito não tocou no assunto durante a campanha – disse Bomtempo, referindo-se a Mustrangi.

No gabinete do prefeito, ontem à tarde, Bomtempo, Hélio Dias e Marcus São Thiago concederam entrevista coletiva sobre o caso. Segundo o presidente da Comdep, o processo contra o despejo de lixo hospitalar no aterro é de 2009.



- Faltou o princípio da razoabilidade. Porque essa discussão não veio à tona desde 2010? Não acho razoável que em 35 dias o governo tenha que resolver todo o caos na cidade. A legalidade, vamos discutir em foro próprio. Se houvesse diálogo, iam saber da gente que as atitudes estão sendo tomadas. Impossível não pensar que não foi uma ação política, se em 35 dias tomaram uma atitude que não tomaram em quatro anos – disse Marcus São Thiago.



O prefeito afirmou que comunicará o caso ao governador Sérgio Cabral, à chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, e às secretarias estaduais de Segurança e do Meio Ambiente. Bomtempo disse que espera que o governo estadual não entre em conflito político-partidário com o governo municipal.



Nas últimas semanas, Bomtempo vem criticando as ações do Inea no Vale do Cuiabá, por entender que os projetos do instituto para a região não estão contemplando a população ribeirinha.

- Não vou recuar – disse o prefeito.     FONTE: DIARIO DE PETRÓPOLIS