terça-feira, 20 de outubro de 2015

Chuva não passou de garoa e crise da água continua em toda a cidade


Thaciana Ferrante 
Redação Tribuna
Muitos petropolitanos que têm enfrentado problemas com a falta de água nos últimos dias, decorrente da forte estiagem que já afeta diversas regiões do país e é considerada a pior dos últimos 20 anos, estavam na esperança de que a chuva fraca que atingiu a cidade no último fim de semana ajudaria a mudar a situação dos reservatórios que abastecem o município. Apesar disso, de acordo com a empresa Águas do Imperador, a situação continua a mesma. Mas a queda nas temperaturas é um fator que promete ajudar, levando em conta que o consumo de água diminui nos dias mais gelados. 
De acordo com o site de meteorologia Climatempo, a previsão é que até a próxima semana o clima siga com dias mais frios e com possibilidade de chuva fraca e garoa. Segundo a empresa, com as temperaturas mais baixas as pessoas tendem a tomar menos banhos por dia, não utilizam as piscinas e áreas de lazer, não lavam roupas e quintais, entre outras atividades que utilizam muita água e acabam prejudicando o abastecimento em épocas de estiagem como a que vivemos.
“As chuvas do fim de semana não foram suficientes para a recuperação dos níveis dos mananciais que abastecem a cidade, entretanto a queda da temperatura faz com que o consumo diminua, o que melhora o abastecimento. Por isso, a recomendação é a mesma, que as pessoas se organizem e passem a economizar água”, afirmou a empresa. 
Petropolitanos passam o fim de semana sem água
O fim de semana na cidade foi sem água em diferentes localidades. Até mesmo bairros como Corrêas, onde havia a previsão de abastecimento, só teve o serviço normalizado ontem. Esse foi o caso do comerciante Leandro Oliveira, que tem uma casa de ração próximo à praça, há mais de 20 anos, e afirma ter ficado sem água.
“Nós já esperávamos que houvessem essas ações de manobra e por isso nos preparamos, a água só não voltou no dia que havia sido informado, mas como já costumamos economizar água, conseguimos suprir as necessidades básicas da loja com o que tinha na caixa. Em todos esses anos, essa é a primeira vez que ficamos sem ou com pouca água”, disse. 
No Alcobacinha a situação continua crítica e as reclamações são constantes, principalmente com relação às pessoas que, apesar da estiagem, continuam desperdiçando água. “Canso de ver moradores lavando seus carros e calçadas em plena crise de água. Já falei com esses indivíduos algumas vezes, mas eles só dizem que os poços artesianos são deles e que por isso usam o quanto quiser. Vê se pode!”, disse revoltada uma dona de casa que vive na região e que preferiu não se identificar. 
Empresa recorre a alternativas para manter abastecimento a regiões da cidade
Com o objetivo de minimizar os efeitos da estiagem, algumas ações estão sendo realizadas para disponibilizar mais água para a população. No bairro Alcobacinha, por exemplo, uma das regiões mais críticas, a concessionária instalou um reservatório móvel (caminhão-tanque) de 30 mil litros, na Rua João de Farias, no Itamarati, para reforço do abastecimento. No Parque São Vicente, bairro Quitandinha, também foi instalado mais um reservatório, disponibilizando 10 mil litros de água para a região. Ambos os tanques estão sendo abastecidos por meio de caminhões-pipa.
“Com a instalação desses reservatórios e com as manobras realizadas no final de semana, o abastecimento foi reforçado nas partes mais altas, onde é preciso determinado volume de água na rede para o acionamento das bombas”, informou. 
Nesta segunda-feira, o ponto registrado como mais crítico com relação ao abastecimento foi o Bonfim, por isso equipes de operação realizaram diversas intervenções para possibilitar o abastecimento da região. Todas as equipes estão trabalhando em regime de 24 horas e a concessionária contratou mais caminhões-pipa, totalizando 11 veículos.
“Além disso, a empresa está identificando e ativando poços para captação de água e otimizando os sistemas de bombeamento: foi ativado um poço em Cascatinha e estão sendo perfurados poços em Vista Alegre, em Araras”, explicou. 
Saiba como economizar água 
Entre as dicas para se economizar água, estão: não “varrer” calçadas com água, juntar roupa e louças para serem lavadas; as louças, o ideal é que sejam colocadas de molho dentro de uma bacia, e sejam enxaguadas da mesma forma; os banhos não devem ser prolongados; não se deve lavar carros (muito menos com mangueiras). 
A reutilização da água também é um fator crucial para a economia de água. A água da máquina de lavar, por exemplo, pode ser usada na limpeza de pisos; já a que se usa para lavar alimentos pode ser usada para regar plantas e a do banho pode ser utilizada para dar descarga.
“É importante que as pessoas façam uso criterioso e eficiente da água, especialmente nesta ocasião, pois somente com a colaboração de todos será possível o abastecimento dos pontos mais altos e distantes dos sistemas”, disse a empresa. 

Petropolitanos passam o fim de semana sem água


Todas as equipes estão trabalhando em regime de 24 horas e a concessionária contratou mais caminhões-pipa, totalizando 11 veículos.
Thaciana Ferrante - Muitos petropolitanos que têm enfrentado problemas com a falta de água nos últimos dias, decorrente da forte estiagem que já afeta diversas regiões do país e é considerada a pior dos últimos 20 anos, estavam na esperança de que a chuva fraca que atingiu a cidade no último fim de semana ajudaria a mudar a situação dos reservatórios que abastecem o município. Apesar disso, de acordo com a empresa Águas do Imperador, a situação continua a mesma. Mas a queda nas temperaturas é um fator que promete ajudar, levando em conta que o consumo de água diminui nos dias mais gelados. 
De acordo com o site de meteorologia Climatempo, a previsão é que até a próxima semana o clima siga com dias mais frios e com possibilidade de chuva fraca e garoa. Segundo a empresa, com as temperaturas mais baixas as pessoas tendem a tomar menos banhos por dia, não utilizam as piscinas e áreas de lazer, não lavam roupas e quintais, entre outras atividades que utilizam muita água e acabam prejudicando o abastecimento em épocas de estiagem como a que vivemos.
“As chuvas do fim de semana não foram suficientes para a recuperação dos níveis dos mananciais que abastecem a cidade, entretanto a queda da temperatura faz com que o consumo diminua, o que melhora o abastecimento. Por isso, a recomendação é a mesma, que as pessoas se organizem e passem a economizar água”, afirmou a empresa. 

Petropolitanos passam o fim de semana sem água
O fim de semana na cidade foi sem água em diferentes localidades. Até mesmo bairros como Corrêas, onde havia a previsão de abastecimento, só teve o serviço normalizado ontem. Esse foi o caso do comerciante Leandro Oliveira, que tem uma casa de ração próximo à praça, há mais de 20 anos, e afirma ter ficado sem água.
“Nós já esperávamos que houvessem essas ações de manobra e por isso nos preparamos, a água só não voltou no dia que havia sido informado, mas como já costumamos economizar água, conseguimos suprir as necessidades básicas da loja com o que tinha na caixa. Em todos esses anos, essa é a primeira vez que ficamos sem ou com pouca água”, disse. 
No Alcobacinha a situação continua crítica e as reclamações são constantes, principalmente com relação às pessoas que, apesar da estiagem, continuam desperdiçando água. “Canso de ver moradores lavando seus carros e calçadas em plena crise de água. Já falei com esses indivíduos algumas vezes, mas eles só dizem que os poços artesianos são deles e que por isso usam o quanto quiser. Vê se pode!”, disse revoltada uma dona de casa que vive na região e que preferiu não se identificar. 

Empresa recorre a alternativas para manter abastecimento a regiões da cidade
Com o objetivo de minimizar os efeitos da estiagem, algumas ações estão sendo realizadas para disponibilizar mais água para a população. No bairro Alcobacinha, por exemplo, uma das regiões mais críticas, a concessionária instalou um reservatório móvel (caminhão-tanque) de 30 mil litros, na Rua João de Farias, no Itamarati, para reforço do abastecimento. No Parque São Vicente, bairro Quitandinha, também foi instalado mais um reservatório, disponibilizando 10 mil litros de água para a região. Ambos os tanques estão sendo abastecidos por meio de caminhões-pipa.
“Com a instalação desses reservatórios e com as manobras realizadas no final de semana, o abastecimento foi reforçado nas partes mais altas, onde é preciso determinado volume de água na rede para o acionamento das bombas”, informou. 
Nesta segunda-feira, o ponto registrado como mais crítico com relação ao abastecimento foi o Bonfim, por isso equipes de operação realizaram diversas intervenções para possibilitar o abastecimento da região. Todas as equipes estão trabalhando em regime de 24 horas e a concessionária contratou mais caminhões-pipa, totalizando 11 veículos.
“Além disso, a empresa está identificando e ativando poços para captação de água e otimizando os sistemas de bombeamento: foi ativado um poço em Cascatinha e estão sendo perfurados poços em Vista Alegre, em Araras”, explicou. 

Saiba como economizar água 
Entre as dicas para se economizar água, estão: não “varrer” calçadas com água, juntar roupa e louças para serem lavadas; as louças, o ideal é que sejam colocadas de molho dentro de uma bacia, e sejam enxaguadas da mesma forma; os banhos não devem ser prolongados; não se deve lavar carros (muito menos com mangueiras). 
A reutilização da água também é um fator crucial para a economia de água. A água da máquina de lavar, por exemplo, pode ser usada na limpeza de pisos; já a que se usa para lavar alimentos pode ser usada para regar plantas e a do banho pode ser utilizada para dar descarga.
“É importante que as pessoas façam uso criterioso e eficiente da água, especialmente nesta ocasião, pois somente com a colaboração de todos será possível o abastecimento dos pontos mais altos e distantes dos sistemas”, disse a empresa. 

Estiagem afeta produtores rurais em Petrópolis

(Foto: Alexandre Carius / Tribuna de Petrópolis)
Thaciana Ferrante - A estiagem já começou a afetar os produtores rurais de Petrópolis. De acordo com o Secretário de Agricultura, Abastecimento e Produção, Leonardo Faver, ele e representantes da categoria se reuniram na última semana para conversar sobre o assunto. Apesar de não haver números exatos que apontem o cenário atual do setor, a diminuição da produção pode ter caído de 30% a 40%, situação que de acordo com o secretário pode mudar devido à previsão de chuva para os próximos dias.
Durante o encontro, Leonardo ressaltou questões como os procedimentos atuais de irrigação utilizados por grande parte dos produtores e as técnicas de manejo do solo para que haja uma menor perda de água. A previsão é de que com a diminuição da oferta os preços sofram pequenos reajustes nas feiras da cidade. Cerca de 800 produtores rurais estão concentrados nas regiões do Brejal (maior área produtiva), Itaipava, Secretário, Vale das Videiras, Caxambu, Bonfim e Taquaril.
“O produtor está acostumado com os riscos que acometem as plantações, mas deve se atualizar com relação às tecnologias para se adaptar à atual condição climática, que apesar de não poder ser controlada, não pode ser um fator que deixará todos os produtores à mercê da escassez de água ou das chuvas fortes, que também não são boas para a plantação”, disse Leonardo.
Em Corrêas, a produção de verduras, legumes e frutas onde Poliana Nogueira trabalha continua a todo vapor e ainda não falta água. “Na verdade, temos um poço artesiano muito grande e ele tem nos abastecido bem até o momento. Mesmo assim notamos que ele está mais vazio e como forma de prevenção temos irrigado as plantações apenas uma vez por dia e não três, como fazíamos. Como resultado, as verduras acabam não ficando tão macias, porém não podemos desperdiçar água”, disse. 
A vendedora afirmou ainda que diversos produtores do bairro Caxambu disseram estar sem água, porém ao ir ao local nenhum dos produtores rurais quis conceder entrevista à Tribuna de Petrópolis, e se mostraram assustados com a presença da equipe de reportagem. “Acredito que em um futuro próximo esses profissionais precisarão substituir seus equipamentos por métodos mais eficientes de irrigação e sair das técnicas convencionais para a de microgotejamento, que consome menos água”, afirmou o secretário.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Efeitos da estiagem: falta d’água já atinge vários bairros de Petrópolis


Thaciana Ferrante
Redação Tribuna
A falta de água em diversos bairros da cidade se tornou um problema recorrente e tem afetado centenas de famílias.A forte estiagem que afeta principalmente o sudeste do país desde o verão do ano passado sem trégua já é considerada a pior dos últimos 20 anos e definitivamente chegou a Petrópolis. A situação tem dado trabalho para a empresa responsável pelo abastecimento do serviço. As reclamações são constantes e nem mesmo os caminhões-pipa contratados pela Águas do Imperador têm conseguido suprir a demanda. Esse é o caso da Rua João de Farias, próximo ao número 561, onde parte das casas foi abastecida e a outra parte continua sem água. Inúmeros pedidos foram feitos à empresa para que uma equipe fosse ao local verificar o motivo de cerca de 200 casas terem ficado sem água há 15 dias. Por volta das 11h de ontem, funcionários foram até a rua e afirmaram que resolveriam o problema. No bairro de Corrêas, até mesmo quem mora em regiões consideradas baixas têm passado pela mesma situação. Fato registrado ainda no bairro Bela Vista, na localidade Morro Seco e na Rua Amazonas. Para o morador de Corrêas, Eduardo Lima, é importante que a empresa comunique a população sobre as manobras que vêm sendo adotadas. “Precisamos saber quais os dias que ficaremos sem água, já que eles precisam fazer isso para abastecer outras regiões. Queremos nos programar para esses dias, fazer algum estoque ou armazenamento pelo menos de uma quantidade básica, para vivermos sem água durante alguns dias. Do jeito que está não dá! Essa incerteza, além de ruim, prejudica demais todos nós. Sem água não cozinhamos, não lavamos roupas, não tomamos banho, não damos descarga, enfim, paramos de realizar atividades básicas e diárias”, disse indignado. Na Rua João de Farias a situação é ainda mais grave nas casas que possuem muitas crianças. Esse é o caso da dona de casa Ana Carolina de Abreu, que mora, além dos adultos, com seis crianças. “Eles ficam irritados com o calor que está fazendo e não podem tomar banho. Fazer isso com um bebezinho é maldade. Além disso, minha avó é cadeirante e estamos dando banho de leito há mais de 10 dias, pois não cai nenhuma gota na rede. Tenho ficado acordada a madrugada toda na esperança de cair alguma coisa e eu fazer uma reserva, mas isso também tem sido em vão”, disse desolada. O mesmo se repete com a saladeira Tamires Pires, que tem um bebê de dois meses, e com a dona de casa Fátima Schanuel, que está há uma semana sem água. Nesta quarta-feira, a empresa Águas do Imperador informou que a prolongada estiagem que afeta Petrópolis, onde há mais de um mês não chove, ocasionou a redução do nível de alguns mananciais da cidade. Além da falta de chuva, as altas temperaturas têm como consequência imediata o grande aumento de consumo de água, o que agrava a situação. Os mananciais que abastecem a cidade tiveram queda de 30%, contando com os sistemas alternativos da Ponte de Ferro e Rio da Cidade. As áreas mais prejudicadas pela estiagem são as partes altas, cujo abastecimento só pode ser feito por meio de bombas, que dependem de grande volume de água para serem automaticamente acionadas. Com a diminuição do volume de água, não há pressão suficiente para que elas sejam ligadas. As regiões conhecidas como “pontas de rede”, situadas nos pontos mais distantes dos sistemas de abastecimento, e onde o fornecimento também é feito por bombeamento, também ficam prejudicadas. Para minimizar os efeitos da estiagem, a Águas do Imperador executa manobras específicas, fechando o abastecimento para uma região, para forçar o abastecimento dessas partes mais altas. Além disso, oito caminhões-pipa estão circulando em horário ampliado e a interligação dos sistemas, concluída em 2014, permite o deslocamento de água de um sistema para outro, onde haja maior demanda. 

Águas do Imperador faz alerta à população 
De acordo com a empresa, motoristas de caminhões pipa estão vendendo água nas comunidades da cidade, afirmando que o produto é fornecido pela Águas do Imperador. A empresa informou em nota que não comercializa caminhões-pipa. Os caminhões-pipa da empresa são destinados única e exclusivamente para reforçar o abastecimento de seus usuários, com prioridade para hospitais e escolas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Mananciais que abastecem a cidade tiveram queda de 30%


(Francisco Xavier / Tribuna de Petrópolis)
ARTHUR VIEIRA - A falta d'água em Petrópolis já começou a chegar num nível considerado crítico. Sem chuva há mais de um mês, a cidade já enfrenta problemas de racionamento em várias localidades. Segundo a concessionária Águas do Imperador, os mananciais que abastecem a cidade tiveram queda de 30%, contando com os sistemas alternativos de Ponte de Ferro e Rio da Cidade.
Ainda de acordo com a concessionária, as áreas mais prejudicadas pela estiagem são as partes altas, onde o abastecimento só pode ser feito por meio de bombas, que dependem de grande volume de água para serem automaticamente acionadas. Na barragem do Caxambu, no Santa Isabel, o vazadouro está seco. Com a diminuição do volume de água, não há pressão suficiente para que elas sejam ligadas.
Esse é o caso de localidades como Bela Vista, Alcobacinha e diversas ruas da região do Quitandinha, como Espírito Santo, Honduras, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Amazonas.
A dona de casa Ana Cristina Raibolt, de 40 anos, tem duas filhas gêmeas de 10 anos. Ela conta que as crianças não tomam banho desde a semana passada. “Minhas filhas estão sem tomar banho desde sexta-feira, porque não está caindo água suficiente. Então temos que estocar para beber e estamos racionalizando o banho. Eu tomei no sábado porque não sabia que ia ser o último dia que teríamos água e elas vão tomar só quando a caixa encher novamente. O que me preocupa é que além da aparência, a falta de higiene pode gerar doenças”, revelou a moradora da rua Amazonas.
No Bela Vista a situação é parecida. A caixa d'água da manicure Heloísa Marinho, de 36 anos, está vazia desde sábado. “Se não temos água para beber, nem para cozinhar, tomar banho vai ser só em último caso. Eu nunca tive problema com falta d'água aqui, até porque aquela barragem da Ponte de Ferro fica perto de casa. Moro aqui há 20 anos, mas dessa vez está demais. São quatro dias sem uma gota d'água. Eu entendo que a concessionária não tem culpa, mas eles vão ter que fazer alguma coisa, aproveitando melhor essa água da chuva e distribuindo igualmente” desabafou.
As regiões conhecidas como “pontas de rede”, situadas nos pontos mais distantes dos sistemas de abastecimento, e onde o fornecimento também é feito por bombeamento, também ficam prejudicadas.
No bairro Atílio Marotti, o abastecimento está interrompido há três dias. A situação é ainda pior para quem mora no condomínio Sesmarias Residencial, no Samambaia. Lá, mais de 600 moradores estão sem uma gota d'água há pelo menos dez dias. “Desde a semana retrasada estamos enfrentando essa situação. O atendimento nunca foi satisfatório, mas dessa vez está muito complicado. Moro aqui há um ano e meio e estou começando a ter sérios problemas com a falta de água. Nossas caixas só conseguem atender os blocos por um dia e por isso precisam ser enchidas todos os dias. O problema é que não cai nenhuma gota há uma semana. Tenho vizinhos com criança pequena, o filho de uma vizinha estava com febre e ela não tinha como dar banho na criança para a febre passar. É uma situação lamentável”, revelou o empresário Reinaldo Coelho.
O empreendedor explicou que não há caminhões-pipa suficiente para atender a demanda. “Eu estou há uma semana tentando correr atrás de um caminhão-pipa para nós, mas eles não têm tempo, estão atendendo a diversos bairros da cidade”, contou.
Sandro de Carvalho, de 48 anos, tem uma filha de dois anos e vai passar o resto do mês na casa dos pais. “Eu vou para a casa da minha mãe em Pedro do Rio, porque lá tem mina d'água. Minha filha é pequena e falei com minha esposa para nos mudarmos por um tempo para lá, porque não dá pra ficar sem água aqui”, explicou.
A Tribuna foi até o condomínio Sesmarias Residencial Petrópolis, mas o síndico não estava e não havia nenhum representante para falar com nossa equipe.
Diante da situação de escassez bem avançada, para minimizar os efeitos da estiagem a Concessionária Águas do Imperador informou que executa manobras específicas, fechando o abastecimento para uma região para forçar o abastecimento dessas partes mais altas. Além disso, segundo a empresa, oito caminhões-pipa estão circulando em horário ampliado e a interligação dos sistemas, concluída em 2014, permite o deslocamento de água de um sistema para outro, onde haja maior demanda.
Quanto ao condomínio Sesmarias, a Águas do Imperador disse que o abastecimento está sendo normalizado e com a pressão d'água dentro dos padrões. O que acontece é que o condomínio não dispõe de um sistema de bombeamento interno para aduzir a água até o reservatório superior. A Águas do Imperador informa ainda que está prestando assistência ao condomínio e, por isso, um técnico da empresa iria ao local na noite de ontem para ver o que pode ser feito. 
Com relação às regiões do Quitandinha, a empresa disse que enviou um caminhão-pipa para a região na madrugada de hoje. 
A concessionária de água informou também que tem concentrado esforços em ações estratégicas para qualificar o abastecimento e minimizar as consequências da estiagem: substituição de adutoras, como a obra que está sendo realizada na Rua Mosela, por exemplo; investimento em equipamentos de automação das Estações de Tratamento de Água e limpeza das captações; otimização de unidades de bombeamento de água, aumentando a vazão, e utilização de geradores para garantir o funcionamento das bombas de água; e monitoramento em tempo real das redes através do Centro de Controle Operacional. Em várias regiões da cidade, como Itaipava, Nogueira e Cascatinha, estão sendo realizadas obras de interligação que diminuem a intermitência do abastecimento.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Inea vai verificar denúncia de aterramento do rio Santo Antônio

Inea vai verificar denúncia de aterramento do rio Santo Antônio
 Construção que não tem placas de identificação e nem de licenças ambientais, possivelmente é irregular.
Na manhã de ontem (8), o Diário esteve no condomínio em Itaipava, de onde é possível visualizar a obra de aterramento do Rio Santo Antônio. Em uma conversa com moradores e a administração do empreendimento, foi demonstrada a insatisfação e temerosidade diante do aterramento do leito, já que o conjunto habitacional foi diretamente afetado em 2011, quando as chuvas que atingiram a região e ocasionaram danos que até hoje estão sendo reparados.
Chegando à Estrada Philúvio Cerqueira Rodrigues, que dá acesso ao município de Teresópolis, pode ser observado que a rodovia federal é ladeada por muitos terrenos. O denunciado fica na altura do km 3,5, em frente ao número 3.800. No trecho, existe apenas um acesso com portão. Apesar disso, nenhuma placa de identificação e nem mesmo os containeres, caminhões e carros que estão no interior ficam visíveis. Nossa equipe tentou entrar no local, mas não foi possível. Não havia ninguém na obra e tudo estava parado.

Do outro lado do Rio
No condomínio a administração logo recebeu a equipe do Diário. Percorrendo as ruas dos mais de 400 mil m², já e possível ver do outro lado da cerca o aterro do rio.
– Esse aterramento teve início em janeiro, quando procuramos o Instituto Nacional do Ambiente (Inea) e denunciamos o desmatamento que era feito no trecho. Em fevereiro a segunda denúncia foi feita e a fiscalização esteve aqui – disse o administrador do condomínio.
A rotina de entrada e saída de caminhões é frequente. Durante dias de semana, acontecem entre às 7h até às 8h. Já aos sábados, tem início às 7h e se estende até às 12h. – Março e abril também foram realizadas atividades e novamente fiscais estiveram aqui. Aos finais de semana é frequente a entrada e saída de caminhões. Olhando as fotos é possível ver quando começou o aterro e como se encontra atualmente – informou o administrador.
Um documento protocolado foi feito pela administração do condomínio e pelos moradores, que denuncia a prática. Eles garantem que as irregularidades podem afetar as construções legalizadas. No último contato com o Inea, os fiscais afirmaram que um posicionamento seria dado aos moradores no fim deste mês.

Moradores insatisfeitos
No empreendimento existem 63 residências. Um dos habitantes, que preferiu não se identificar e presencia o aterramento do rio, está temeroso com os danos e riscos que isso se propõe. Ele se lembra do início, quando o terreno era apenas de mata virgem e aos poucos foi tomado por caminhões de terra e detritos, além de veículos e outros.
– Se qualquer pessoa pegar uma foto de como era esta área há 34 anos, vai ver que só havia mato às margens do condomínio. As irregularidades tomaram conta desta região. Esta rodovia se tornou um local super perigoso, pois não existe calçamento, devido aos terrenos invadidos e casas construídas na beira da rua. Neste local, não existe placa com informações e tudo está sendo feito de qualquer maneira – disse.
Ainda segundo morador, após a fiscalização a obra ficou parada por dois meses. Apesar disso, no início de setembro voltou a todo vapor.
– Achei que o aterro do rio tivesse parado nos últimos meses. Por um bom tempo não ouvi o barulho dos caminhões entrando, descarregando e em seguida do trator espalhando os dejetos. Houve um desses dias que foram no mínimo umas 50 vezes – contou.
Problemas que o aterramento pode ocasionar
Durante as chuvas do ano de 2011, quando a região foi totalmente afetada pelo dilúvio, o condomínio passou por diversos problemas. A água invadiu as ruas do empreendimento, chegou às casas grande parte. Não houve vítimas fatais. Mesmo assim, para evitar novos problemas, os moradores e os representantes do condomínio acreditam que o embargo do aterro é necessário.
– A casa que morava foi interditada e não está liberada até hoje devido aquela ocasião. A vida é mais importante, mas o prejuízo foi enorme quando nos lembramos da chuva de 2011. O aterramento do rio faz com que o leito fique mais exposto e propenso à encher. Para se ter ideia, houve casas que ficaram com 1,8 metros submersas ao “tsunami” - garantiu o administrador.
Um morador vai além e cita a possível ilegalidade da obra, como ponto a pé para outros problemas.
– Não sabemos a procedência dos veículos que estão estacionados no interior do terreno. Podem ser fruto de crimes. Aqueles containeres não temos a mínima noção da procedência. Vários objetos com água parada que podem gerar dengue. Espero que o mais rápido possível sejam tomadas providencias – disse o morador.
A Superintendência Regional Piabanha do Instituto Estadual do Ambiente (SUPPIB/Inea) informou apenas que fará uma vistoria no local.