quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mais de 4 milhões para demolição de casas


Por meio de nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) explicou que o valor divulgado na placa instalada no Vale do Cuiabá refere-se à demolição de todos os imóveis situados em área de risco de inundação em Petrópolis.





Uma placa instalada pelo estado na região do Vale do Cuiabá na semana passada anunciando o “desfazimento de imóveis” vem preocupando e causando revolta em moradores da região atingida e devastada pelas chuvas de janeiro do ano passado. Além da insegurança quanto ao “desfazimento” das casas demarcadas – uma vez que as negociações para desapropriação não têm avançado –, um detalhe chamou a atenção dos moradores, o valor do serviço que será executado para as demolições: R$ 4.340.172,03 em recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urabano (Fecam). O presidente da Associação de Moradores do Vale do Cuiabá, José dos Santos Quintella, lembra que no Cuiabá 103 casas que estão na chamada área de exclusão delimitada pelo Inea foram demarcadas para serem demolidas.

“Eles estão oferecendo em média entre R$ 15 mil e R$ 25 mil para os moradores que estão sendo chamados para negociar a desapropriação das casas. Se fizermos a conta com este valor que está nesta placa, o estado vai pagar mais de R$ 40 mil pela demolição de cada casa. Isso não é justo. Como a empresa que vai demolir as casas em poucos minutos com uma máquina pode receber um valor bem maior do que os moradores que compraram e colocaram com todo esforço cada tijolo daquelas paredes? Isso não pode estar certo, não é justo com os moradores”, afirma Quintalla.

Por meio de nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) explicou que o valor divulgado na placa instalada no Vale do Cuiabá refere-se à demolição de todos os imóveis situados em área de risco de inundação em Petrópolis, num total de 686, e informou que o valor médio das indenizações pagas na Região Serrana é de R$ 55 mil.

Em reunião entre autoridades, representantes do Ministério Público e moradores no mês passado, ficou acertado que as negociações sobre as indenizações, que no ano passado vinham sendo feitas pela Casa Civil do Estado, passarão a ser feitas pelo Inea. “Este trabalho de cadastro dos moradores passará a ser feito pelo Inea em abril. Eles vão montar um posto avançado para atender a população, orientar e tirar dúvidas dos moradores e prestar esclarecimentos sobre os critério de avaliação das casas. A OAB vai auxiliá-los também, realizando um mutirão e disponibilizando advogados para acompanhar as negociações”, explicou, na ocasião, o promotor Vinícius Ribeiro.



Jaqueline Ribeiro

Redação Tribuna

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