quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Pezão visita Itaipava e oferece apoio aos bombeiros

Criado em Quinta, 16 Outubro 2014 15:37


Foto: Alexandre Carius


















O governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, esteve reunido em Petrópolis na manhã de hoje com o comandante geral do Corpo de Bombeiros Sérgio Simões e também do comandante da Área Serrana Roberto Robadey para avaliar a situação das queimadas que desde o último fim de semana assolam a região. Após sobrevoar a área atingida pelos grandes incêndios florestais ofereceu apoio ao município para atuação no combate ao fogo que continua se alastrando. Segundo último laudo divulgado pelos bombeiros, 2.600 hectares de vegetação já foram destruídos em apenas cinco dias.
Desde a madrugada do último domingo, dia 12, que as queimadas se espalharam por áreas de vegetação e de preservação em Petrópolis. Entre a parte destruída há ainda combate intenso por brigadistas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), Reserva Biológica de Araras (Rebio) e diversos pontos próximos a residências e de difícil acesso para os militares. Ao todo são 146 homens que trabalham desde a lojística ao trabalho braçal, para conter o avando do fogo.
Sobrevoando a região vimos a proporção do que foi destruído pelo fogo e em muito tempo não sofremos com uma situação neste porte. Oferecemos todo o apoio a região, com suporte de aeronaves e já ficamos sabendo que a Força Aérea Brasileira e também o Exército já disponibilizaram helicópteros para o trabalho. A previsão é de chuva apenas para a próxima semana, o que nos deixa ainda preocupados”, disse o governador.
O número de ocorrências de novos focos registrados pelos bombeiros na base em Itaipava, montada para atuar com mais rapidez, chegou a nove na manhã de ontem. Segundo os bombeiros, a maior parte deles se encontram dentro das áreas de preservação, que são o Parnaso e a Rebio. O trabalho ontem contou com o suporte de cinco aeronaves, entre elas do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e da Marinha do Brasil.
A situação hoje está muito mais controlada em comparação com a última terça-feira, dia 14, momento mais crítico em toda a cidade. Os brigadistas chegaram a trabalhar 132 horas seguidas para tentar conter o avanço das chamas e dos focos que eram detectados em muitos pontos distintos. Hoje estão mais concentrados nas áreas de proteção o que reduz o espaço, no entanto, o acesso a estas localidades é muito mais difícil”, disse o comandante dos Bombeiros da Área Serrana, Roberto Robadey.

Punição mais severa para crimes
O deputado estadual Bernardo Rossi, que também esteve no local na manhã de ontem, afirmou que vai trabalhar da Assembléia Legislativa para que novas leis de punição para crimes ambientais sejam criadas. Segundo ele, a pena precisa ser mais severa. “Voltando para a Alerj agora vamos elaboras leis que permitam uma punição mais severa, para que as pessoas sintam medo de cometer o crime. É um trabalho que precisa ter fiscalização mais incisiva, mas a pena também precisa ser revista”, disse o deputado.
Segundo o coordenador da Coordenação Integrada de Combate a Crimes Ambientais (CICCA), vinculada ao Instituto Estadual do Ambiente (INEA), coronel José Maurício Madrone, a identificação de pessoas que cometem este tipo de crime é muito difícil.
Trabalhamos com perícia, fiscalização na área destruída, mas é muito difícil comprovar quem é o responsável pelo crime. É muito importante a ajuda da sociedade nesta identificação, seja por uma foto que comprova o ato ou apenas pela denúncia mesmo. As pessoas podem denúnciar de forma anônima também”, disse. Segundo o coordenador, duas viaturas foram deslocadas para a área e deram início a perícia nos locais onde ocorreram focos de incêndio em Petrópolis ontem.
É quase impossível uma área de vegetação como por exemplo os parques nacionais terem focos de incêndio gerados pela própria natureza com o calor. Não podemos afirmar que todos, mas a maior parte das queimadas registradas em áreas deste tipo são por crime, ação do próprio homem. Geralmente para queima de lixo, devido a pouca informação, mas esse tipo de ação deve ser punida”, explicou o coronel.
A punição, além de reclusão, pode ter multa de R$ 1.500,00 por hectare queimado, além disso, com provando a ação do criminoso, ele pode até arcar com os custos do trabalho de combate ao fogo. O número para as denúncias é o do Linha Verde, 0300-253-1157, custo de uma ligação local.

Estiagem e reservatórios vazios
Com a falta de chuvas há pelos menos 20 dias, os reservatórios e mananciais que abastecem com água a cidade de Petrópolis já operam com níveis bem abaixo do normal como por exemplo o do Bonfim, que está com sua capacidade em apenas 20%. Segundo o diretor executivo da concessionária Águas do Imperador, Márcio Salles, os reservatórios de alternativa já estão sendo usados.
Ponte de Ferro e Rio da Cidade aumentam em 30% a capacidade, são normalmente utilizados nesta época de estiagem. Alguns bairros mais altos, onde a pressão da água não consegue chegar estamos abastecendo com caminhão pipa. Apesar do níveis estar baixo, não é uma situação crítica, mas as pessoas devem ter o consumo responsável”, disse.
Ainda de acordo com Márcio, são duas cisternas com a capacidade operando em apenas 20%, mas que o abastecimento em toda cidade continua normalizado. A orientação é que se evite o desperdício com o uso desnecessário da água.

População deve economizar
A necessidade de economia de água já é uma realidade para os moradores de Petrópolis. Além do uso criterioso da água, a adequação do reservatório, pois o consumo médio de uma pessoa que fique em casa o dia inteiro é de 200 litros. Em casas cuja caixa d'água é pequena e há muitos moradores, a possibilidade de ficar sem água é bem maior, pois o abastecimento fica intermitente.
Entre as orientações da empresa estão evitar lavar carros ou “varrer” calçadas com a mangueira aberta, evitar tomar banhos prolongados, lavar roupas e regar jardins diariamente. A empresa também pede que a existência de vazamentos sejam informados o mais rápido, para que o problema seja sanado.

A cidade conta com sete Estações de Água, como ETAs Montevideo, Mosela, Bonfim, Itaipava, Pedro do Rio, Secretário e Taquaril, que captam água dos seguintes mananciais: Caxambu Grande, Itamarati, Vargem Grande (esquerda e direita), Rio da Cidade, Pinheiral, Mata Porcos, Santo Antônio, Córrego da Prata, Ribeirão, Maria Comprida e Taquaril.
Ariane Nascimento
Redação Tribuna

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