
Casas na região do bairro Posse, em Teresópolis, foram completamente destruídas pelas chuvas e os deslizamentos de terra em janeiro
Cinco meses depois da tragédia provocada pelas chuvas e deslizamentos de terras que devastaram sete cidades da região serrana, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) – que investiga os possíveis responsáveis pelo acontecimento, sugeriu ao MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que fizesse um mapeamento dos locais onde, possivelmente, poderia haver corpos que pudessem ainda ser resgatados.
A sugestão foi feita porque o MPRJ atuou assiduamente durante as primeiras semanas recebendo informações dos familiares a respeito de pessoas desaparecidas e colaborando para o trabalho de identificação de corpos, inclusive enviando pessoalmente profissionais para averiguar possíveis casos de tráfico de drogas nas dependências de abrigos.
De acordo com o promotor de Justiça Pedro Borges Mourão, não é possível mensurar quantos corpos ainda estão desaparecidos, mas ele reiterou que é possível realizar o mapeamento sugerido pela CPI.
- A gente tem informações acerca dos locais onde poderia haver desaparecidos. Em cada comunicação foi exigido que se dissesse a última posição da pessoa antes de desaparecer. Com base nesses dados é possível georreferenciar e colocar onde esses desaparecidos estariam. No caso do Caleme [bairro de Teresópolis], onde houve uma enxurrada, eu tenho uma série de comunicações de desaparecimentos que não foram solucionados. Assim, a gente pode ter, com base no que os familiares falaram, a localização para uma possível busca futura dos corpos desaparecidos.
Na última reunião da CPI também foi questionado se o motivo para o número de mortes em Teresópolis foi tão elevado devido à favelização ocorrida na cidade durante o mandato de Roberto Petto, ex-prefeito de Teresópolis.
Durante o governo de Petto, a cidade passou ao segundo lugar no ranking de favelização do Estado, de acordo com o mapeamento realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2007. Conforme a pesquisa, 24,18% da população da cidade vivia em comunidades carentes.
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