
O vice-governador e secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão revelou pedido a presidente Dilma Rousseff
Rio - O Governo do Estado solicitou mais R$ 600 milhões para a recuperação das sete cidades da Região Serrana atingidas pela chuva em janeiro. A afirmação foi feita pelo vice-governador e secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, durante a última reunião ordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga os responsáveis pela tragédia climática. Pezão revelou que esteve com a presidente Dilma Rousseff na véspera e fez o pedido.
Luiz Fernando Pezão depôs na CPI que apura os responsáveis pela tragédia na Região Serrana | Foto: Divulgação
Segundo Pezão, a estimativa é que, ao todo, sejam necessários pelo menos R$ 4 bilhões, em recursos federais, estaduais e dos municípios para recuperar as sete cidades atingidas pela tragédia. “Estive por mais duas horas com a presidente, que ficou de analisar nossos pedidos. O momento é difícil, por causa da situação econômica no mundo, mas estamos esperançosos de que ela concederá uma nova liberação”, afirmou Pezão.
Segundo ele, serão necessários cerca de R$ 300 milhões para as obras de dragagem, que são as mais urgentes. Pezão revelou, ainda, que a recuperação da área não será um processo rápido, e que será preciso “um esforço conjunto” para sanar todos os problemas. O vice-governador também salientou que os R$ 147 milhões destinados para a recuperação das encostas não estão sendo suficientes, assim como os R$ 80 milhões para a reconstrução das pontes.
O vice-governador falou, ainda, da necessidade de reassentar os moradores da região e anunciou que as casas populares começarão a ser construídas em outubro. Foram disponibilizadas 14 áreas para os empreendimentos. Pezão também informou que pelo menos mais R$ 300 milhões foram pedidos ao Governo federal para ser usado como linha de crédito na área produtiva da Região Serrana. De acordo com ele, o município de Nova Friburgo, por exemplo, vem conseguindo empregar mais gente agora do que antes da tragédia. Isto porque o BNDES já havia liberado R$ 400 milhões para o setor.
Acusado depõe
O segundo depoimento do dia foi o do ex-secretário de Obras de Teresópolis Paulo Marchesini. Ele foi acusado pelo proprietário da empresa RW Engenharia, José Ricardo de Oliveira, em depoimento à CPI, de negociar o recebimento de propina para a prestação de serviços na cidade. Oliveira revelou que pagava 15% em cima do valor das obras. Marchesini não só negou as acusações, como disse que só executava os projetos, não tendo acesso a licitações. “Tinha contatos com as empresas só nos canteiros de obra, para fiscalizar”, resumiu.
Para o relator da CPI, deputado Nilton Salomão (PT), pelo depoimento do ex-secretário será necessário realizar uma investigação mais profunda, já que ficou comprovado que não havia uma fiscalização em torno das empreiteiras prestadoras de serviço. Ele também solicitou ao vice-governador Pezão o relatório atualizado das obras de encosta, os contratos fechados por municípios e o cronograma das obras que ainda serão realizadas. O relatório final da CPI deverá ser concluído na próxima semana.
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