quinta-feira, 4 de julho de 2013

Manifestação de caminhoneiros na BR-040 é interrompida após liminar

Ontem, cerca de 450 caminhões foram enfileirados no acostamento da rodovia por 13 quilômetros: o ato tem como objetivo conquistar melhorias. / Foto: Alexandre Carius
No segundo dia da paralisação nacional, promovida pela União Caminhoneiro Brasil, manifestantes voltaram a promover o bloqueio à passagem de carretas e pequenos caminhões, que foram obrigados a encostar nas margens dos dois sentidos da BR-040, a partir do Km-61. Até às 14h de ontem, cerca de 450 veículos formaram filas que chegaram a 8Km – na pista sentido Rio de Janeiro – e 5km, na pista sentido Juiz de Fora. No primeiro dia da manifestação, os cerca de 1.200 caminhões e carretas foram liberados no fim da tarde, por volta de 18h. Ontem, os manifestantes pretendiam manter a restrição até quinta-feira, mas uma liminar da Justiça Federal do Rio de Janeiro, apresentada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), obrigou os motoristas a encerrar a manifestação. A manifestação começou por volta das 8h30 de ontem e representa a continuação do movimento iniciado na segunda-feira, no mesmo trecho.A exemplo do primeiro dia, manifestantes exibiam faixas cobrando melhorias como a isenção de pedágio e subsídio no preço do diesel. Em Petrópolis,organizada pelas redes sociais, a manifestação tem como alvos ainda a concessionária que administra a BR-040 (Concer) e a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). “Queremos o fim das restrições a veículos de carga às sextas-feiras e sábados, impostas pela ANTT e que nos obrigam a ficar parados entre 16h e 22h (sexta) e 8h às 14h (sábado), atrasando viagens e nos expondo a um ponto de espera sem infraestrutura ou segurança. Além disso, queremos melhorias na sinalização da rodovia, que é perigosa em diversos trechos e tem altos índices de acidentes”, explicou Jorge Lisboa, caminhoneiro petropolitano e um dos líderes do movimento no trecho Petrópolis da BR-040. Através da assessoria, a Concer informou que a sinalização da rodovia segue as normas vigentes e que as restrições são cumprimento da decisão da ANTT. Durante o protesto, os caminhoneiros que seguiam nos dois sentidos da rodovia eram obrigados a parar no acostamento, formando uma fila que chegou à 13Km, na soma dos dois sentidos da rodovia federal, apartirdoKm61. Alguns tentaram furar o bloqueio, mas foram impedidos pelos manifestantes, que entravam na frente dos veículos. Outros ainda tentavam deixar a rodovianaalturadoKm-60, acessando a Estrada União e Indústria, na altura do distrito de Itaipava. Ao saber da “rota de fuga”, os manifestantes seguiram para o local e orientarmos motoristas a encostar atrás dos demais veículos. Wilson Alves passou mais um dia preso no protesto. No primeiro dia da manifestação, ele seguia de Belo Horizonte, Minas Gerais, para a cidade do Rio de Janeiro. Ficou retido sete horas em Petrópolis. Ontem, ele retornou para a capital mineira e mais uma vez ficou retido. “A empresa insistiu para que retornasse e não tive opção”, explicou.Apesar do transtorno, ele é a favor da manifestação. “Precisamos cobrar melhores condições. Além dos custos cada vez mais altos do frete, hoje você sai de casa mas nunca sabe se vai voltar”, afirmou o caminhoneiro , se referindo à falta de segurança nas rodovias espalhadas pelo país. Aos 67 anos, Francisco de Assis Pereira sofre de bronquite. Ele tentou negociar com a liderança do movimento a liberação para seguir viagem. “Estamos conversando. Se não puder seguir como caminhão vou deixá-lo aqui e ir embora assim mesmo”, afirmou o caminhoneiro, que mais tarde foi liberado. Outros não tiveram a mesma sorte. Daniel Lopes é petropolitano e seguia para o distrito de Pedro do Rio, antes de ser retido. “Agora é ter paciência e torcer para que a manifestação traga bons resultados”. Durante todo o dia, a manifestação seguiu pacífica. Para a garantir a segurança dos caminhoneiros e dos motoristas que trafegavam pelo trecho, vinte agentes da PRF foram deslocados para o local da retenção.Diferente do que ocorreu em outros pontos da BR-040, onde ocorreram bloqueios totais à passagem de veículos, apenas veículos de carga foram retidos durante a manifestação. Carros de passeio, ônibus e veículos de serviço circularam normalmente, sem que houvesse retenção. Na segunda-feira, porém, uma liminar da Justiça Federal no Rio de Janeiro proibiu que manifestações de caminhoneiro programadas para esta semana interrompessem o tráfego nas rodovias federais de todo o país. A decisão liminar foi tomada a pedido da Advocacia Geral da União (AGU). Por volta das 14h de ontem, a PRF apresentou a liminar aos manifestantes e pediu a desobstrução do acostamento da rodovia. “Eles vieram com um grande poderio policial pedindo nossa retirada. A maior parte dos caminhoneiros decidiu seguir viagem e se arriscar a ficar preso em outra retenção que ocorre na cidade de Mathias Barbosa, mas 50 caminhões continuam estacionados no posto de combustíveis do Km-61, aguardando o fim da greve de 72 horas”, informou Jorge Lisboa, que afirma ainda que a paralisação em Petrópolis causou problemas no abastecimento das Ceasas do Rio de Janeiro, responsáveis pelo abastecimento de alimentos em todo o estado.

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