quinta-feira, 14 de julho de 2011

Região Serrana do Rio sofre com desvio de verbas que seriam para reconstruir cidades

Lentidão nas obras, desvios de verbas e manifestações marcam os seis meses da tragédia que matou, feriu e desabrigou milhares na Região Serrana do Rio de Janeiro. O cenário continua praticamente o mesmo. As prometidas obras de recuperação acontecem em ritmo lento e os desabrigados ainda têm que contar com a solidariedade de voluntários. Algumas famílias compartilham a casa, as roupas e até os móveis com quem perdeu tudo durante a chuva. Denuncias de desvios de verbas destinadas a obras de recuperação são ingredientes a mais na sofrida situação dos moradores atingidos pela tragédia.



A Prefeitura de Friburgo foi denunciada por desvio de verbas é está sendo alvo de devassa. A Polícia Federal e o Ministério Público realizaram uma operação conjunta ocupando a Prefeitura de Friburgo para recolher cerca de 40 processos de contratos. A investigação feita até o momento teria encontrado indícios de desvio de recursos federais enviados para socorrer as vítimas da tragédia. Tendo em vista que a Prefeitura estava se recusando em fornecer as informações solicitadas, a pedido do MPF (Ministério Público Federal), a 1ª Vara Federal de Friburgo expediu os mandados de busca e apreensão.



No dia 5 deste mês, o procurador da República Jessé Ambrosio dos Santos Junior, do MPF de Friburgo, propôs e a Justiça Federal aceitou uma ação de improbidade administrativa contra o prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto (PMDB) e o procurador-geral do município, Hamilton Sampaio da Silva. Segundo o MPF, eles não prestaram contas do uso de R$ 10 milhões destinados pela União a ações de combate aos efeitos das enxurradas de janeiro. Ambrosio chegou a pedir o afastamento dos dois, “para evitar que fabriquem documentos para lastrear os gastos feitos sem licitação”, alertou.



Protestos - Neste dia 12 de julho foram realizadas manifestações para lembrar os seis meses da tragédia e cobrar das autoridades a realização das prometidas obras de recuperação. A principal atividade aconteceu em Friburgo. O protesto começou com uma concentração na Praça Demerval Barbosa Moreira. Faixas, cartazes e até um bolo foram levados lembrando os seis meses da tragédia. A manifestação seguiu pela principal avenida da cidade em direção a Prefeitura onde foi realizado um ato. Ainda em Friburgo, aconteceu uma manifestação silenciosa. Próximo a Praça do Suspiro, moradores colocaram um boneco sentado, de braços cruzados, esperando melhorias para o lugar.

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