sexta-feira, 20 de maio de 2011

Debate sobre famílias em áreas de risco

Na Universidade Católica de Petrópolis,
o palco da discussão: o bispo Dom Filippo Santoro ouviu,
satisfeito, o resultado das audiência públicas,
com propostas concretas para solução do problema.
Divulgação

Durante a audiência pública promovida pela Diocese de Petrópolis e pelo Comitê Gestor do Portal Dados Municipais, o governo municipal, através do secretário da Habitação, Carlos Abenza, anunciou a construção em breve de 180 casas para atender as famílias do Vale do Cuiabá. Diante dos trabalhos apresentados, o bispo de Petrópolis, Dom Filippo Santoro, concluiu os trabalhos lançando a proposta para que as reuniões passem a acontecer de forma setorizada, com a concretização das ações apresentadas. “Caso eu perceba que as coisas não estão evoluindo, vou convocar outra audiência para o dia 30 de junho”, disse.
Dom Filippo Santoro disse que um dos objetivos do seu manifesto foi alcançado na segunda audiência, com a manifestação clara dos poderes públicos sobre o que se está fazendo e um espaço aberto para manifestação da população. “Depois do manifesto, as coisas não ficaram dormindo, houve uma mobilização de todos, e é isto que queria frente aos apelos recebidos”, comentou Dom Filippo, frisando que o governo municipal e os poderes legislativos se colocaram disponíveis, “e o resultado vimos hoje nas apresentações”.
Philippe Guedon, representando o Comitê Gestor Portal Dados Municipais, falou da necessidade de se ter os planos e estudos elaborados até o momento sobre as tragédias e áreas de risco em Petrópolis, chamando atenção para o fato de que muitos estudos desapareceram da Prefeitura. “Infelizmente, quem fez os planos se achava no direito de levá-los embora, o que não podemos aceitar, pois é um patrimônio da comunidade”.
Diversas intervenções ocorreram, sendo a principal delas apresentada pelo engenheiro Robson Gaiofatto, que fez uma explanação detalhada sobre a situação da cidade, frisando que “é mentira a afirmação de que Petrópolis não tem áreas seguras”. De acordo com ele, há vários terrenos seguros e que podem ser utilizados para construção, lembrando ainda que é preciso criar um sistema de prevenção, com planejamento e treinamento da população.
Entre as propostas apresentadas por Robson Gaiofatto está a de relacionar, com precisão, a localização das moradias de mais alto risco, cujos moradores devem ser removidos e as construções demolidas; definição de zonas que necessitam de intervenções estruturais de contenção e/ou estabilização de taludes, incluindo caracterização dos solos baseado em mapas geológicos e ensaios de laboratório; e definição de projetos básicos de drenagem e reflorestamento envolvendo toda a região e de forma especial as áreas liberadas por remoção de moradores, baseados em registros de precipitação e associados à caracterização dos solos.
O presidente do Comitê de Ações Emergenciais da Prefeitura, Luiz Eduardo Peixoto, representando o prefeito Paulo Mustrangi, apresentou um balanço sobre as ações desenvolvidas pelo governo municipal para atender as vítimas do Vale do Cuiabá. A Família Imperial foi representada pelo diretor-presidente do Grupo Tribuna, Dom Francisco de Orleans e Bragança, assim como os padres Rogerio Dias, Luis Melo, Quinha e moradores do Vale do Cuiabá e de outras regiões de Petrópolis. Participaram ainda da audiência o deputado estadual Luiz Paulo Correa, presidente da CPI da Alerj sobre a tragédia na Região Serrana, e vários deputados estaduais, entre eles Bernardo Rossi e Marcus Vinicius. Os vereadores também participaram da reunião, entre eles o presidente da Câmara, vereador Paulo Igor, o presidente da CPI da Chuva, João Tobias, Gil Magno, Wagner Silva e Silmar Fortes.
A vice-presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Denise Marçal Rambaldi, também esteve presente na audiência e falou sobre as ações do instituto, frisando que foi enviado ao governo municipal ofício pedindo para não permitir nenhuma reforma nas casas do Vale do Cuiabá e Benfica até a definição sobre a margem do rio Santo Antonio. “Infelizmente, as pessoas estão reformando as casas e casas novas estão sendo construídas. A Prefeitura tem que impedir estas construções, pois em breve teremos concluído o estudo sobre a delimitação da área da margem”.
O presidente da Associação Petropolitana de Engenheiros e Arquitetos (Apea), Luiz Amaral, entregou a Dom Filippo Santoro, aos presidentes das CPI’s e ao representante do governo municipal documento com sugestões a curto, médio e longo prazo, para prevenir e minimizar acidentes em áreas de risco. Luiz Amaral voltou a assumir o compromisso da entidade, através dos profissionais a ela ligados, de ajudar o governo na elaboração de projetos a ser apresentados aos governos estadual e federal.


FONTE: TRIBUNA DE PETRÓPOLIS

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