
A Escola Professor Prado, em Araras, fica às margens do rio.
Ainda assim receberá mais de
R$ 1 milhão em investimentos.
Anderson França
As obras de reforma e ampliação da Escola Municipal Professor Prado, em Araras, chamaram a atenção de ambientalistas. As intervenções estão sendo feitas a pouco mais de um metro das margens do rio, o que, de acordo com a legislação ambiental, é proibido. As obras tiveram início no dia oito de fevereiro e estão orçadas em R$ 1.295.976,39. O que mais impressionou o presidente da Delegacia do Verde, Ghassan Roger Bahar, são as marcas de água existentes nas paredes da escola, indícios de que o local foi invadido pelas águas do rio em janeiro.
“É uma contradição. Estamos retirando pessoas que vivem às margens do rio e não incentivando as construções, ainda mais tratando-se de uma obra pública”, disse o ambientalista. As intervenções na escola foram denunciadas ao Ministério Público Federal pelo Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Indeccon). Para o presidente do Indeccon, Márcio Tesch, a reforma e ampliação da escola está desrespeitando a legislação e deve ser paralisada.
Outro fato que também chamou a atenção dos ambientalistas foi o valor da obra, orçada em mais de R$ 1 milhão de reais. “Este fato precisa ser esclarecido. Uma obra irregular, às margens do rio, com um valor tão alto assim. Não podemos permitir”, enfatizou Ghassan. A escola fica localizada na Rua Bernardo Coutinho e está fechada desde o início do ano. O secretário de Educação, William Campos, não quis comentar sobre a obra, mas ressaltou que a unidade estava abandonada e precisa de reformas. “O colégio estava em péssimas condições e a reforma era necessária”, frisou.
Em nota, a Secretaria de Obras informou “que a escola estava em péssimas condições e por isso está sendo realizada a reforma e uma pequena ampliação, dentro do alinhamento já existente”. A secretaria esclareceu ainda que do jeito que a unidade estava não tinha condições de continuar em funcionamento e, como a comunidade precisa muito da escola, a mesma está sendo reformada. O colégio foi criado no dia 11 de julho de 1961 e conta com 217 alunos do 1º ao 5º ano. As aulas não foram interrompidas e continuam sendo realizadas num espaço próximo ao local.
O secretário de Educação, William Campos, lamentou as denúncias, que classificou como “infundadas”, e prometeu se reunir com moradores e pais de alunos ainda nesse mês.
JANAINA DO CARMO
Redação Tribuna
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